2008/10/16

UJS x UJS

DISPUTA > PELOS VOTOS DE ODETE
Sem Rosinha e com nova direção
Folha da Manhã (16/10/08) Juliana Mérida

“A UJS não iria se vender por blusa ou qualquer coisa parecida”. Ratificando a posição neutra na disputa pelo segundo turno da eleição à Prefeitura de Campos, e desmentindo qualquer apoio da entidade à candidatura de Rosinha Garotinho (PMDB), a secretária de Organização da executiva estadual da União da Juventude Socialista (UJS), Monique Lemos, esteve ontem em Campos e concretizou a intervenção no diretório municipal da entidade. Ela nomeou nova direção provisória e destituiu oficialmente André Lacerda do cargo de presidente da UJS Campos. Contudo, André destacou ontem que não reconhece a nova organização, assim como seu afastamento do cargo. A intervenção no diretório local foi ainda mais adiante: André, segundo Monique, responderá a processo administrativo de expulsão dos quadros da entidade. O presidente destituído, por sua vez, destacou que poderá entrar com processo judicial contra membros da executiva que afirmarem sua destituição do cargo.
A reunião que decidiu o destino da unidade campista da entidade aconteceu na sede do PC do B em Campos — partido com o qual a UJS mantém ligação e sigla da professora Odete Rocha, candidata que figurou em terceiro lugar na disputa de primeiro turno. Junto com filiados, Monique reafirmou a posição de neutralidade e nomeou Gabriel Vasquez para presidente da entidade.
— Nós destituímos a antiga direção. A UJS reafirma sua posição pela neutralidade e não apóia Rosinha na disputa — disse Monique, que se reuniu também com André: “Tentamos reverter, mas eles mantiveram a opinião. A UJS não vai se vender por blusa ou qualquer coisa parecida e eles não mais respondem pela UJS em Campos. Vamos entrar com processo de expulsão de André, por descumprimento de determinação”, afirmou.
André contra-atacou: “Temos um estatuto que não pode ser rasgado. Esse estatuto confere às municipais o direito de decidir posicionamentos. Para que eu seja destituído, é preciso um novo congresso, com membros da UJS. Então, reafirmamos que vamos nos manter na rua, em campanha para Rosinha. Se houver qualquer afirmação de que não sou presidente da UJS em Campos, vou entrar com processo”, declarou André.

Divisão externa
Racha surgiu por apoio não autorizado

André e a direção destituída pela executiva estadual da UJS já são caracterizados como grupo dissidente da UJS.
— A decisão de apoiar Rosinha partiu desse grupo de cinco pessoas e nem mesmo o coletivo da UJS foi ouvido para a tomada dessa decisão — destacou Monique Alves.
O início do racha entre a diretoria da UJS em Campos e a executiva estadual aconteceu na semana passada, quando André Lacerda afirmou publicamente apoio a Rosinha, participando do programa eleitoral na TV da candidata peemedebista. A UJS é ligada política e ideologicamente ao PC do B, cujo apoio é disputado em Campos devido ao desempenho da candidata do partido, Odete Rocha, que recebeu quase 27 mil votos no primeiro turno, ficando em terceiro lugar.
Por ter recebido quase 27 mil votos, Odete Rocha se tornou um personagem ainda mais atrativo na eleição. Ainda assim, ela anunciou neutralidade no segundo turno.

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