2023/05/30

Voz isolada 2

 

Por Sandra Cohen

 

A tese de que existe uma narrativa contra a Venezuela, exposta pelo presidente Lula ao acolher calorosamente Nicolás Maduro em Brasília, é desmontada pela investigação a que o regime venezuelano é submetido em Haia, pelo Tribunal Penal Internacional. E também rechaçada nos relatórios de duas respeitadas organizações que defendem os direitos humanos: Anistia Internacional e Human Rights Watch.

Na justa retomada das relações entre Brasil e Venezuela, Lula optou por ignorar o histórico autoritário do governo chavista, referindo-se a ele como uma narrativa fictícia de antidemocracia construída contra o país.

A acusação contra a Venezuela — o primeiro país do continente a ser investigado por crimes contra a Humanidade —, contudo, se revela concreta em Haia. Foi aberta em 2018 por seis países: Canadá, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Argentina, que posteriormente, no governo Alberto Fernández, se retirou do caso.


Desde então, a promotoria se dedicou a ouvir parentes de vítimas de abusos e torturas e analisar casos de execuções extrajudiciais e prisões arbitrárias.

Em abril, passado, o procurador-chefe da corte internacional, Karim Khan, considerou que há base razoável para acreditar que na Venezuela houve um ataque sistemático contra a população civil, cometido por uma política de Estado, com a ajuda de forças de segurança e de grupos e milícias pró-governo.

Em um documento de 22 páginas, o promotor, que esteve duas vezes na Venezuela, relata que centenas de pessoas foram torturadas e submetidas a formas de violência sexual. Cita casos de espancamento, asfixia, afogamento e choques elétricos.


O processo está paralisado, a pedido do governo venezuelano, para que sejam analisadas as investigações apresentadas pelo regime.

Os relatórios mais recentes da Anistia Internacional e da Human Rights Watch coincidem em grande parte dos aspectos que dizem respeito aos abusos, às perseguições aos dissidentes, aos ataques à liberdade de expressão e aos 7,2 milhões de refugiados.

Segundo a ONG Foro Penal, em março, o regime mantinha 283 presos políticos e, desde janeiro de 2014, contabilizou 15.792 detenções arbitrárias por motivos políticos. “As políticas repressivas do Estado visavam a jornalistas, mídia independente e defensores dos direitos humanos”, diz o documento da Anistia Internacional.


https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2023/05/30/investigacao-no-tpi-e-relatorios-de-ongs-de-direitos-humanos-desmontam-a-tese-de-lula-sobre-o-regime-de-maduro.ghtml



Voz isolada

 

Lula leva duro sermão do presidente do Uruguai por afagos a Maduro

'A pior coisa que se pode fazer é tapar o sol com um dedo', disse Luis Lacalle Pou ao criticar Lula por dizer que a ditadura na Venezuela é 'narrativa'

Por Robson Bonin Atualizado em 30 maio 2023, 15h37 - Publicado em 30 maio 2023, 15h31 
https://veja.abril.com.br/coluna/radar/lula-leva-duro-sermao-do-presidente-do-uruguai-por-afagos-a-maduro/

Um dia depois de Lula ter classificado o regime de Nicolas Maduro, na Venezuela, de democracia e ter acusado os Estados Unidos de usarem sanções econômicas para alimentar uma “narrativa” contra o ditador, coube ao presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, expor o constrangimento gerado pelas falas do petista.

 “Vocês sabem o que pensam a respeito da Venezuela do governo da Venezuela. Agora, se existem tantos grupos no mundo tentando mediar para que a democracia seja plena na Venezuela, para que sejam  respeitados os direitos humanos e para que não haja presos políticos, a pior coisa que se pode fazer é tapar o sol com um dedo. Vamos dar o nome que tem”, seguiu Lacalle Pou.

O uruguaio, em outro trecho do discurso, deixou claras suas divergências em relação à declaração proposta por Lula, falando sobre democracia, sobre direitos humanos e sobre proteger as instituições.

“Quando assinamos, não temos a mesma definição do que se trata o respeito pelas instituições, os direitos humanos e a democracia”, disse o uruguaio, rejeitando assinar tal declaração com Maduro.

“Nós seremos julgados por nossas ações. Não vamos perder tempo porque a vida termina e — alguns creem que não — os governadores também”, disse Lacalle Pou .

https://veja.abril.com.br/coluna/radar/lula-leva-duro-sermao-do-presidente-do-uruguai-por-afagos-a-maduro/

 

 

Presidente do Chile engrossa críticas a Lula sobre ‘vista grossa’ a Maduro

Gabriel Boric criticou fala de Lula sobre a 'narrativa' das acusações à ditatura da Venezuela, ecoando o presidente uruguaio, Lacalle Pou

Por Da Redação 30 Maio 2023, 16h38

O presidente do Chile, Gabriel Boric, nesta terça-feira, 30, se juntou ao uruguaio, Luis Lacalle Pou , nas críticas a declarações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a Venezuela . Após uma reunião bilateral com o líder de Caracas, Nicolás Maduro, o petista disse que as expressões contra a ditadura venezuelana são uma questão de “narrativa”.

“Nos alegra que a Venezuela retorne às instâncias multilaterais. Mas isso não significa fazer vista grossa. Há uma discrepância entre a realidade e as declarações do presidente Lula”, disse Boric, sendo mais  direto que o Pou.

https://veja.abril.com.br/mundo/presidente-do-chile-engrossa-criticas-a-lula-sobre-vista-grossa-a-maduro/

 


2023/05/26

La dolce vita...

 

Viagem de Lula a Portugal e Espanha custou R$ 1,1 milhão só em diárias

Passagem do presidente pelos dois países europeus, em abril, durou seis dias

Por Gustavo Maia Atualizado em 24 maio 2023, 12h21 - Publicado em 26 maio 2023, 06h01
Só com diárias, o governo brasileiro gastou mais de 1,1 milhão de reais para a viagem de seis dias de Lula a Portugal e Espanha, em abril. O Itamaraty informou que o gasto foi de 229.820,79 dólares, em resposta a um pedido via Lei de Acesso à Informação enviado pelo Radar.
Acompanhado pela primeira-dama, Janja, o presidente chegou a Lisboa na manhã do dia 21 do mês passado. Na capital portuguesa, teve encontros no dia seguinte com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro António Costa.
No dia 23, um domingo, não houve nenhum compromisso na agenda. Na segunda-feira, ele foi ao Porto participar de um encontro com empresários e voltou a Lisboa, onde visitou instalações da indústria aeronáutica de Portugal e prestigiou a cerimônia de Entrega do Prêmio Camões a Chico Buarque.
No dia seguinte, Lula participou de sessão solene na Assembleia da República e partiu para Madri, onde teve encontros com centrais sindicais e empresários espanhóis. No dia 26, último dia da viagem, ele se reuniu com o primeiro-ministro Pedro Sánchez e com o rei da Espanha, Felipe VI.

https://veja.abril.com.br/coluna/radar/viagem-de-lula-a-portugal-e-espanha-custou-r-11-milhao-so-em-diarias/

 


2023/05/22

Desemprego no Brasil sobe no primeiro trimestre de 2023

 

A taxa de desocupação do país no primeiro trimestre de 2023 atingiu 8,8%, alta de 0,9 ponto percentual ante o quarto trimestre de 2022, quando o índice ficou em  7,9%.

CNN

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A taxa de desemprego no Brasil subiu em 16 das 27 Unidades da Federação no primeiro trimestre de 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos demais estados, a taxa ficou estável.

Segundo o IBGE, o aumento da desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea, resultaram no crescimento da taxa de desocupação nas grandes regiões.

Os estados com as maiores taxas de desocupação foram Bahia (14,4%), Pernambuco (14,1%) e Amapá (12,2%).

G1

2023/05/19

Sob pressão, Lula acelera liberação de recursos e loteamento de cargos

Nos últimos dias, governo assumiu o compromisso de pagar mais de 1 bilhão em emendas parlamentares e distribuir 400 postos federais

Por Daniel Pereira 

Numa tentativa de ampliar sua base parlamentar e melhorar a relação do governo com o Congresso, o presidente Lula resolveu acelerar a liberação de verbas e a distribuição de cargos federais nos estados,   como cobravam deputados e senadores, inclusive do PT. Nos últimos dias, o Planalto assumiu o compromisso de pagar mais de 1 bilhão de reais em emendas parlamentares inscritas no Orçamento deste ano, conforme revelado pelo portal Poder360, e de ouvir os congressistas na hora de aplicar 9 bilhões de reais que hoje estão à disposição dos ministérios. Também já foi autorizado o desembolso de 5 bilhões  de reais dos chamados restos a pagar — emendas de anos anteriores que não foram liberadas. 

Em outra frente, o governo pretende decidir em breve o destino de 400 postos federais distribuídos pelos estados, que serão loteados em troca do apoio sobretudo de partidos de centro. “Estamos um mês  atrasado nessa questão dos cargos na comparação com o governo Lula 2”, diz uma fonte do palácio. Até ser derrotado na Câmara na votação sobre o marco do saneamento básico, o Planalto estava segurando a liberação de recursos e o rateio da máquina pública. A lentidão no atendimento  dos pedidos dos parlamentares era atribuída oficialmente a problemas na burocracia, mas essa não era a razão principal.

Acordos firmados pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, não eram cumpridos pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa. Os dois duelaram, inclusive, sobre valores bilionários do Orçamento  — o primeiro queria que fossem usados na negociação com o Congresso, e o segundo, na nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além disso, auxiliares de Lula achavam — e ainda acham — que é preciso dosar na concessão de contrapartidas a deputados e senadores, atendendo-os de forma gradativa, e não de uma vez só, para que Lula tenha moedas de troca disponíveis quando a tramitação de um projeto prioritário emperrar no Legislativo. A negociação por apoio será custosa e permanente. 


https://veja.abril.com.br/politica/sob-pressao-lula-acelera-liberacao-de-recursos-e-loteamento-de-cargos/

2023/05/10

Sicoob Fluminense participa da Senef

O Sicoob Fluminense será uma das cooperativas singulares do Sicoob que participarão da Semana Nacional de Educação Financeira 2023, entre os dias 15 e 21 de maio.

Diversas atividades estão programadas para o período, com destaque para o dia 19, quando, comemorando o primeiro aniversário de sua agência em Iguaba Grande, o Sicoob Fluminense realizará ações como palestras, atendimento individualizado e contação de histórias de forma presencial, das 10 às 17 horas, na praça Edyla Pinheiro. Este é um projeto piloto dentro da Senef.

A Semana Nacional de Educação Financeira (Senef), uma iniciativa do Fórum Brasileiro de Educação Financeira (FBEF), acontece anualmente desde 2014, e tem como objetivo promover ações e iniciativas gratuitas que colaborem para a disseminação e o aumento da educação financeira para jovens e adultos. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entidade que preside o FBEF e a Secretaria Executiva do FBEF no biênio 2022-2023, é a responsável pela coordenação da Senef 2023. O apoio é do Instituto Sicoob.

 Trata-se de um grande evento nacional, com a finalidade de promover ações de educação financeira no país, junto a um movimento de cooperação de uma série de parceiros institucionais, a fim de dar evidência e chamar a atenção da sociedade para a importância da educação financeira na vida das pessoas.

Esta será a  10ª (décima) edição da Senef, que terá como tema central Resiliência Financeira. Ao longo da campanha serão promovidas iniciativas gratuitas sobre educação financeira, securitária, previdenciária e fiscal, com o objetivo de contribuir para  o fortalecimento da cidadania, a eficiência e a solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores.

As atividades da Senef vão englobar lives; peças de teatro; palestras e workshops, entre outras ações, e poderão ser feitas de forma virtual ou presencial. O público alvo é composto por crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, professores, microempreendedor individual (MEI), empresário – pequena empresa; empresário – média empresa,  empresário – grande empresa e cooperados.

www.sicoobfluminense.com.br


 

 

2023/05/03

Veja: Militares se irritam com prisão de Cid e veem ação orquestrada de Moraes

Ação contra o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, dizem, acontece em meio a esforço para despolitizar as Forças e retomar um clima de estabilidade interna

Por Marcela Mattos Atualizado em 3 Maio 2023, 14h47 - Publicado em 3 Maio 2023, 12h21 


Militares do Alto Comando relataram a aliados estar perplexos e irritados com a operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quarta-feira, 3, que teve entre os alvos o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. 

A prisão de Cid, dizem, se dá num momento em que as Forças Armadas trabalham para criar um clima de estabilidade e despolitização após quatro anos de governo Bolsonaro. O trabalho vinha sendo feito principalmente “para dentro”, com o objetivo de recuperar os canais internos, já que há uma avaliação geral de que houve uma contaminação do bolsonarismo dentro das tropas. 

A Operação Venire, da PF, cumpriu dezesseis mandados de busca e apreensão e seis de prisão na apuração de uma suposta associação criminosa que teria fraudado cartões de vacinação de Bolsonaro e seus assessores.  O objetivo seria alterar os dados do Ministério da Saúde, de modo a indicar que o ex-presidente e seus auxiliares teriam sido imunizados com a vacina contra a Covid-19 e, dessa maneira, poderiam emitir certificados de vacinação para entrar nos Estados Unidos. Cid, conforme as investigações, seria um dos supostos fraudadores. 

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais. 

Segundo interlocutores, o comandante do Exército, Tomás Paiva, não foi previamente informado da operação. Tomás e Moraes mantêm um bom canal de diálogo – a decisão do ministro do Supremo de incluir os militares na Justiça Civil, no âmbito do inquérito do 8 de Janeiro, por exemplo, foi pactuada com a cúpula das Forças. Dessa vez, no entanto, não teria havido nenhuma combinação, o que foi recebido também como uma ação com o objetivo de criar instabilidades. 

A comunicação ao Exército teria ocorrido apenas por volta das 6h, já com a PF na rua. Militares afirmam que a operação deveria ter sido feita em conjunto, de modo a minimizar o impacto nas Forças e criar  uma “contenção de danos” entre os fardados. De última hora, um coronel foi alçado para acompanhar a operação. 

A avaliação, por outro lado, não cria uma camada de proteção a Cid. Sob reserva, militares admitem que há indícios de que o tenente-coronel de fato cometeu irregularidades e merece ser investigado. 

Prova disso seria o fato de que, logo ao tomar posse, o novo comandante do Exército impediu Cid de assumir um batalhão militar e o deixou “encostado”, para se dedicar a responder às acusações e também para desvincular as Forças Armadas das investigações. O entendimento, no entanto, é que a prisão preventiva de Cid, um militar da ativa, é uma medida extrema e também uma “provocação”. 

https://veja.abril.com.br/politica/militares-se-irritam-com-prisao-de-cid-e-veem-acao-orquestrada-de-moraes/