2020/02/29

Coronavírus - Covid-19: o que se sabe

Confira todas as informações, como sintomas e formas de transmissão, em:


https://especiais.g1.globo.com/bemestar/2020/coronavirus/

2020/02/28

Artigo

"Dois sucessos do Brasil: finanças e agricultura

O Brasil está para grãos como a Arábia Saudita está para o petróleo, e o sucesso do setor criou as bases para que o país esteja relativamente imune a crises

Se há um lado de sucesso da economia brasileira desde o virar do século ele é sem dúvida o agronegócio. Neste êxito, os único fatores prováveis eram as condições naturais, nomeadamente a extensão de terra arável potencial e é claro o grande aumento da demanda global de grãos originado pelo crescimento da China.
 
Tudo o mais foi um conjunto de improbabilidades que deram certo, a começar por uma interação rara de sucesso no nosso país entre política pública e setor privado corporizada na Embrapa. Hoje o Brasil está para os grãos como a Arábia Saudita para o petróleo e o grande sucesso deste setor criou as bases para que o país esteja relativamente imune a crises de balança de pagamentos que tanto assolaram o Brasil no final do século XX.
 
O fato da grande expansão do agronegócio no Brasil ser relativamente recente foi muito favorável a incorporação de novas tecnologias ligadas à produção agrícola, num ciclo virtuoso quer de aumento de produção quer de melhoria de produtividade.
 
A crise financeira de 2008 que encolheu o balanço de muitos bancos europeus muito ativos no financiamento nas exportações de grãos brasileiros foi também contornada com sucesso. E o que falar das grandes limitações de infraestrutura do Brasil? Só de fato a grande eficiência na produção permitiria cobrir as ineficiências logísticas e permanecer competitivo à escala global em termos de custo.
 
Existem dois setores no Brasil que são de fato de classe mundial em termos de dimensão e inovação. O setor financeiro e o agrícola. Contudo, existem ainda dificuldades para que o último se afirme de fato como classe de investimento viável para investidores com viés financeiro.
 
Em primeiro lugar, é preciso notar que as experiências de investidores financeiros na criação de empresas de produção agrícola a nível global não foram positivas. Os fatores locais na produção são demasiado importantes e os ganhos de escala a nível global demasiado fugidios para daí extrair grandes benefícios. Por outro lado, no Brasil existe um desequilíbrio entre as melhorias ao nível da produção e ao nível corporativo que também torna desafiante um investimento maior em empresas do agronegócio no país.
 
É aqui, contudo, que o mercado capitais pode desempenhar um papel muito importante na melhoria da governança corporativa do setor à semelhança do que fez em outras partes da economia nos últimos anos. A crescente importância do mercado de capitais no financiamento de muitas empresas foi talvez o maior fator na melhoria generalizada da qualidade da informação financeira e contábil que tem ocorrido no Brasil nas últimas décadas.
 
Poucas agendas também têm tanto impacto na economia como a de acessibilidade financeira. Financiamento é uma componente essencial para fazer a ponte entre o curto e o longo prazo, permitindo aos diferentes agentes econômicos investirem em capacidade produtiva.
 
Enquanto o financiamento de longo prazo foi dominado por agentes públicos e a taxa de juro de mercado muito alta, a acessibilidade financeira foi muito comprometida e o agronegócio sofreu como poucos essa realidade. O predomínio da economia de troca na cadeia produtiva, a falta de liquidez dos ativos e as excessivas garantias de muitos empréstimos em muito impactaram a capacidade de investimento de muitos empresários do setor. Esta realidade, contudo, pode mudar rapidamente.
 
A melhoria das condições de financiamento da economia, as inovações tecnológicas ao nível do setor financeiro, o volume de dados relevantes hoje debitado pelo setor agrícola dada a introdução de tecnologia na produção e a conscientização dos agentes públicos na aprovação de medidas regulatórias para beneficiar um papel maior do mercado de capitais no setor, pode ajudar o agronegócio a mais um salto de patamar. Desafios existem como é óbvio. As limitações de infraestrutura continuam relevantes  bem como a agenda ambiental e a geopolítica complexa que enfrentamos. Mas este é um Brazil que tem tudo para continuar a prosperar."

2020/02/26

Eu já sabia...!

Viradouro é a campeã do carnaval 2020 do Rio

Guardiãs do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeiras da Unidos do Viradouro — Foto: Marcelo Brandt/G1

A Viradouro é a grande campeã do carnaval 2020 do Rio de Janeiro.
 
 
O G1 acompanhou ao vivo a apuração das notas, que aconteceu na tarde desta quarta-feira (26), diretamente da Sapucaí. Veja aqui.
 
O enredo "Viradouro de alma lavada" falou sobre o grupo das Ganhadeiras de Itaupã, quinta geração de mulheres que lavavam roupa na Lagoa do Abaeté e faziam outros serviços em Salvador em busca da compra de sua alforria.
 
Este é o segundo título da escola. A escola de Niterói foi campeã do Grupo Especial do Rio em 1997. No ano passado, ela foi vice-campeã com um enredo sobre histórias encantadas.
 
Matéria na íntegra em:

Ministério da Saúde confirma paciente com coronavírus no Brasil

Homem de 61 anos, que mora na capital paulista, fez viagem para a Itália entre 9 e 21 de fevereiro. O primeiro exame foi feito no Hospital Albert Einstein e deu positivo. Contraprova do Instituto Adolfo Lutz confirmou a infecção.

Por Elida Oliveira e Brenda Ortiz, G1 e G1 DF
 

2020/02/25

Opiniões sem (ou com) paixões

No desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, verdadeiros destaques, no primeiro dia, para a Unidos do Viradouro, que contou a história das ganhadeiras de Itapuã, descendentes de escravas que viviam na Bahia fazendo trabalho de lavadeiras para comprar suas alforrias;


e no segundo dia para a Unidos de Vila Isabel,  que mostrou uma versão diferenciada, romântica, do Distrito Federal.



Outras cumpriram bem seus papéis, mas teve agremiação que também deixou a desejar, não obstante expectativas de muita gente, até por questões pessoais.

Façam suas apostas!

2020/02/19

Caixa lança ferramenta para saque digital do FGTS

Banco espera reduzir a demanda de atendimento nas agências e facilitar o acessos às modalidades de saque

2020/02/17

Restituição do lote residual do IRPF de 2008 a 2019 será paga nesta segunda-feira

Crédito bancário será feito para 116.188 contribuintes, somando mais de R$ 297 milhões

Por O Dia
 
 

2020/02/15

Livro




Ninguém sai inocente do relato de O sócio do filho. Saqueados e saqueadores locupletaram-se todos. O sócio, Jonas Suassuna, dono do grupo Gol, associou-se ao filho (do ex-presidente Lula), Fábio Luís Lula da Silva para, com os irmãos Kalil e Fernando Bittar, formarem o que Marco Vitale, autor deste livro, definiu como a quadrilha Gol. De 2008 a 2016 eles promoveram repetidos assaltos aos cofres públicos usando como arma a influência politica do ex-presidente. É disso que trata este livro. Em prosa despida de preciosismos, Marco Vitale deixa-se guiar pela soberania dos fatos para compor uma obra que alia o relato das maracutaias que vicejaram a sombra da Gol aos faits divers no entorno de seus personagens.
 
 

2020/02/14

Número de assassinatos cai 19% no Brasil em 2019 e é o menor da série histórica

País teve 41.635 vítimas de crimes violentos no ano passado. Trata-se do menor número desde 2007, ano em que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública passou a coletar os dados. Ferramenta criada pelo G1 acompanha os assassinatos mês a mês.

Por G1
 

2020/02/12

Petrobras anuncia que fechou 2019 com ótimo desempenho operacional


"Apresentamos excelente desempenho operacional no último trimestre de 2019, com produção de 3,025 milhões barris de óleo equivalente por dia (MMboed) de óleo e gás natural. E ultrapassamos uma marca importante:  rompemos pela primeira vez a barreira de produção média 3,0 MMboed neste quarto trimestre.
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Nossa produção média do ano ficou em 2,770 MMboed, dentro da meta traçada para 2019, e, em dezembro, alcançamos um novo recorde diário na produção: 3,3 MMboed. A produção média de óleo no Brasil foi de 2,2 MMboed, excedendo a meta de 2,1 MMboed. Em novembro, com o início da produção da P-68, concluímos o cronograma de implantação de oito sistemas de produção em menos de 24 meses, algo inédito em nossa história.
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Pré-sal como mola propulsora do nosso desempenho

A produção na camada pré-sal já representa mais da metade da produção total no Brasil, e continua em evolução, com 1,533 MMboed no quarto trimestres de 2019  (46% maior em relação ao último trimestre de 2018) e 1,277 MMboed em 2019 (28% maior que em 2018).
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Houve aumento de exportação de petróleo no último trimestre de 2019, com destaque para o recorde de exportação mensal em novembro, com volume médio de 767 Mbpd. Em relação ao ano anterior, o volume de exportação cresceu 25%.
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No segmento de refino, aumentamos nossa produção de bunker e de correntes de óleo combustível de baixo teor de enxofre, em função de nova especificação internacional. No quarto trimestre, produzimos em média 148 mil barris por dia (Mbpd), um aumento de 35% em relação à produção do terceiro trimestre de 2019.

Fechamos o ano de 2019 com 9.590 MMboe em reservas provadas (critério SEC), em linha com o ano anterior e ainda sem considerar o volume dos ativos de Itapu e Búzios, adquiridos em novembro no leilão do Excedente da Cessão Onerosa. A relação entre o volume de reservas provadas e o volume produzido é de 10,5 anos.
 
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Acesse aqui o nosso relatório completo."

    Histórico

    https://petrobras.com.br/fatos-e-dados/fechamos-o-ano-de-2019-com-otimo-desempenho-operacional.htm

Plenário do TSE nega liberdade a Thiago Virgílio, Kellinho e Linda Mara

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, por unanimidade, na sessão desta terça-feira (11), o pedido de liberdade dos vereadores afastados Thiago Virgílio (PTC), Kellinho (Pros) e Linda Mara (PTC). Os três foram condenados a cinco anos e quatro meses de prisão, em regime semiaberto, dentro da operação Chequinho.
 
O julgamento mantém a decisão anterior do ministro Tarcísio Vieira de Carvalho, que já havia rejeitado o habeas corpus da defesa no último dia 13 de novembro de 2019 (aqui).
 
A alegação do advogado Vanildo da Costa Junior era de que os três vereadores afastados estariam cumprindo pena em regime fechado. Ele também contesta a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que declarou trânsito e julgado na ação penal pela perda do prazo para recurso.
 
No entanto, a própria defesa já havia recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Ricardo Lewandowski também negou por duas vezes o pedido de liberdade por causa destes mesmos motivos (aqui). Lewandowski, inclusive, pediu informações à Vara de Execuções Penais, que enviou um documento atestando que Thiago e Kellinho estariam em uma ala de semilibertos no presídio Carlos Tinoco da Fonseca.
 
A última a se entregar entre os três foi Linda Mara (aqui), que ficou 95 dias foragida da Justiça, mas se apresentou à delegacia da Polícia Federal de Campos no dia 12 de janeiro e foi encaminhada ao presídio Nilza da Silva Santos, também em Campos.
 
A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal também incluiu na pauta de julgamentos, a partir da próxima sexta-feira (14), o recurso de Virgílio, Kellinho e Linda que também pede a liberdade dos três.
 

2020/02/11

Papa critica 'teoria de gênero' em uma entrevista

Para o líder religioso, a 'ideologia de gênero' é um ataque contra a criação de Deus, contra o homem e a mulher'.

Por France Presse
 

2020/02/10

Balança comercial tem superávit de US$ 1,160 bi na 1ª semana de fevereiro

Saldo é resultado de US$ 4,656 bilhões em exportações e de importações no valor de US$ 3,495 bilhões

Por Valor — São Paulo
 

"Parasita" faz história e vence o Oscar 2020

"Indústria Americana" ganhou merecidamente o Oscar de Melhor Documentário


"Parasita" foi o grande vencedor do Oscar neste domingo (9). A cerimônia dos melhores do cinema aconteceu em Los Angeles.
 
A dramédia sul-coreana sobre diferença de classes recebeu quatro estatuetas e se tornou o primeiro não falado em língua inglesa a vencer como Melhor Filme.


Acompanhe em:
https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/oscar/2020/noticia/2020/02/10/parasita-e-o-grande-vencedor-do-oscar-2020.ghtml

2020/02/09

Iniciada oferta de ações da Petrobras de titularidade do BNDES

O início da oferta global de 734.202.699 ações ordinárias da Petrobras e de titularidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES foi marcado no dia 7 de fevereiro, em uma cerimônia de toque de campainha realizada no prédio da B3, em São Paulo. O preço por ação foi fixado em R$ 30, perfazendo o montante total de R$ 22 bilhões. 
 
As ações foram ofertadas simultaneamente no Brasil, por meio da B3, e no exterior, na bolsa de Nova York. O período de reserva ocorreu entre 29 de janeiro e 4 de fevereiro, enquanto a data de liquidação da oferta será nesta segunda-feira (10/2). Do total das ações da oferta global, 17,55% foi destinado prioritariamente a investidores de varejo e 82,45% a investidores institucionais. 
 
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, comemorou o resultado da oferta. “Recebemos mais um voto de confiança de milhares de investidores no nosso projeto, uma agenda transformacional que visa, entre outras coisas, criar substancial valor para nossos acionistas”, afirmou o presidente, ressaltando a participação de pessoas físicas nesse processo. “Mais pessoas estão optando pelas ações individualmente em vez de buscarem os fundos de investimento, isso é bom porque fomenta o crescimento do mercado de capitais”. 
 
 
 
c/ed.

2020/02/06

Lewandowski mantém prisões de Thiago Virgílio, Linda Mara e Kellinho

Aldir Sales - Atualizado em 06/02/2020 10:25

Na mesma semana em que liberou o julgamento do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) na operação Chequinho, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), também negou liminarmente a liberdade dos vereadores afastados Thiago Virgílio (PTC), Linda Mara (PTC) e Kellinho (Pros). Além disso, a 2ª Turma do STF marcou para o próximo dia 14 o início do julgamento de outro recurso do trio que também foi condenado por participação no que o Ministério Público (MP) chamou de “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição municipal.
 
Virgílio, Linda e Kellinho foram sentenciados a cinco anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto em segunda instância pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Outro condenado dentro da mesma ação é o ex-vereador Jorge Rangel (PTB), que recorreu diretamente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enquanto os outros insistiram em recursos no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), acabaram perdendo prazo e tiveram de cumprir imediatamente a pena.
 
Linda Mara chegou a ficar 95 dias foragida, mas se entregou à Polícia Federal no último dia 12 de janeiro. Ela foi encaminhada para o Presídio Feminino Nilza da Silva Santos, enquanto os outros dois estão no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca, ambos em Campos.
 
Nos dois recursos no STF, a defesa dos vereadores afastados alega que eles estariam cumprindo pena em regime fechado e que a condenação define o regime semiaberto. No entanto, a Vara de Execuções Penais respondeu a Lewandowski que os presidiários estão em alas de semilibertos. Por este motivo, os dois recursos foram negados pelo ministro. Porém, um deles ainda vai a julgamento no plenário.
 
Na última segunda-feira, Lewandowski também liberou o julgamento e o trâmite da ação penal contra Garotinho na Chequinho. O ex-governador foi condenado, em primeira instância, a 9 anos e 11 meses de prisão por, segundo a decisão do juiz Ralph Manhães, liderar o esquema de compra de votos.
 
Lewandowski havia concedido habeas corpus para o ex-governador em 2018. Na época, o entendimento do STF era pelo cumprimento imediato da pena após condenação em órgão colegiado de segunda instância. O processo contra Garotinho chegou a entrar na pauta de julgamentos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas foi suspenso por decisão do ministro, após pedido da defesa do político da Lapa.

http://www.folha1.com.br/_conteudo/2020/02/politica/1257621-lewandowski-mantem-prisoes-de-thiago-virgilio-linda-mara-e-kellinho.html

Entre 2016 e 2018: PF faz operação para apurar suspeita de desvio de R$ 50 milhões no extinto MT

De acordo com a polícia, organização criminosa desviou os recursos por meio de um contrato de prestação de serviços ao ministério.

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (6) uma operação para investigar a suspeita de desvio de R$ 50 milhões no antigo Ministério do Trabalho. As irregularidades, de acordo com a PF, ocorreram entre 2016 e 2018.
A operação, chamada de Gaveteiro, foi às ruas para cumprir:
  • Dois mandados de prisão preventiva
  • 41 mandados de busca e apreensão, nos estados de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal

O alvo da PF é uma organização criminosa que, de acordo com as investigações, fez uma contratação de fachada de uma empresa para fornecer serviços de tecnologia ao ministério.
Segundo a polícia, a contratação serviu apenas para o grupo efetuar o desvio milionário dos recursos públicos, simulando o pagamento por um serviço aparentemente legal.
A PF também determinou o bloqueio de cerca de R$ 76 milhões nas contas dos investigados. Além disso, a operação obteve na Justiça medidas cautelares (provisórias) impedindo os suspeitos de deixarem o país.
A polícia afirmou que os investigados poderão ser enquadrados nos crimes de peculato, organização criminosa, fraude à licitação, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. As penas, se somadas, podem chegar a 40 anos de prisão.
No governo do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério do Trabalho foi extinto e as atribuições que cabiam à pasta foram para o Ministério da Economia.
 

2020/02/04

Pedro Bial: 'Democracia em Vertigem' é ficção alucinante e tem narração insuportável

 
 
 
 

2020/02/03

Cabral diz que Pezão estruturou esquema de propina e recebeu R$ 400 milhões na campanha

'Pezão estabeleceu isso [a 'taxa de oxigênio'] porque dizia que tinha que abastecer as subsecretarias dele', disse o ex-governador.

Por Gabriel Barreira, G1 Rio
 
 

2020/02/02

PIB deve crescer a um ritmo de 3%, diz Lopes

Foto: Leo Pinheiro/Valor

Ex-presidente do BC está otimista com retomada da economia

Por Bruno Villas Bôas — Do Rio
 
A piora dos indicadores econômicos em novembro não preocupa Francisco Lopes. Ex-presidente do Banco Central, ele está otimista com a recuperação da economia. Para Lopes, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá chegar a crescer acima de 3% no terceiro trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019.
 
“Eu vejo a economia consolidando um ritmo de crescimento de 3% ao ano. E, para isso acontecer, é preciso que o investimento cresça acima disso, em 5% ao ano. É factível se a construção civil andar”, diz o economista, dono da consultoria Macrométrica, em entrevista o Valor.
 
Acho absolutamente irrelevante essas minicrises do governo do ponto de vista da organização econômica”
No início de 2019, Lopes também estava otimista com a atividade, cenário que não se confirmou. Segundo ele, eventos como o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) e a piora da economia argentina pesaram no resultado, além da forte queda da construção civil no primeiro trimestre do ano passado.
Lopes avalia ainda que a série de polêmicas do governo Bolsonaro não afeta em nada a organização da economia. “Se conseguirmos crescer 3% ao ano nos próximos 20 a 30 anos, ficaremos parecidos com países desenvolvidos mais pobres, como Espanha. É só questão de não fazer maluquice, não querer fazer milagre”. A seguir, os principais trechos da entrevista.
 
Valor: Indicadores sugerem uma “rateada” na atividade econômica em novembro. Foi um soluço ou há perda de ritmo da recuperação?
 
Francisco Lopes: Na indústria de transformação vi algo mais fraco por causa do setor automobilístico, um efeito da economia da Argentina. Quando ficou claro que Mauricio Macri perderia as eleições presidenciais, houve uma desaceleração. Só que dois terços do PIB brasileiro são formados por serviços, um setor difícil de ser acompanhado. É muito amplo, com comportamento estranho, vide a dificuldade do Banco Central de acompanhá-lo em seu indicador mensal de atividade. Mas não creio tenha havido desaceleração da retomada da economia. Para mim, há soluços. No ano de 2019, em geral, existe um impressão de baixo crescimento, o que tem a ver com impactos ao longo do ano.
 
Valor: Em artigo no Valor, o senhor diz que a economia cresceu mais rapidamente em 2019 do que a média anual do PIB sugere. A economia finalmente engrenou?
 
Lopes: As projeções do boletim Focus são de crescimento de 1,17% do PIB em 2019. Olhar para a média anual do PIB não é tão complicado em condições normais, mas é em períodos de oscilação. A média do ano fica contaminada pelo ano anterior. Neste caso, é melhor comparar o PIB do quarto trimestre com o mesmo período do ano anterior, que chamo de “4T”. As projeções do Focus embutem uma taxa de crescimento de 1,8% do PIB no quarto trimestre, frente ao mesmo período de 2018. Em 2020, no terceiro trimestre, a economia estará crescendo mais de 3% frente ao terceiro trimestre de 2019. Se tudo estiver arrumado, nada freando, a economia tende a crescer em ritmo normal. Tivemos tanto tempo de recessão que ficamos com a ideia que o normal é a economia não crescer. Precisamos explicar o porquê de o PIB crescer, o que é uma deformação. Antes, não era assim. Todos achavam normal crescer 4% ao ano durante o governo Lula. Mas tivemos a recessão do governo Dilma Rousseff e, depois, recuperação lenta do governo Michel Temer, nesse caso muito devido a fatores como a greve dos caminhoneiros e a crise econômica da Argentina.
Valor: No início de 2019 o senhor também estava otimista com a atividade, mas o otimismo não se confirmou. O que houve?
 
Lopes: Alguns pontos fundamentais ocorreram. Um é a extrativa mineral, o efeito do rompimento da barragem de Brumadinho, e como afetou decisões operacionais da Vale na extração de minério. O impacto de Brumadinho se prolongou ao longo do ano. Outro importante impacto veio da indústria automobilística, com crise da economia da Argentina, que é muito integrada ao Brasil. O crescimento baixo, olhando para o desempenho médio do ano, tem muito a ver com o resultado da atividade no primeiro trimestre: o PIB cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao mesmo período de 2018. A construção civil teve forte queda no primeiro trimestre. Tem a ver também com os gastos do setor público.
 
Valor: Então, o que deve puxar essa aceleração da atividade em 2020? Consumo das famílias e investimento ou apenas o primeiro?
 
Lopes: O consumo das famílias vai crescer como resultado do avanço da renda. Mas o que vai puxar o PIB é a formação bruta de capital fixo, que é a construção civil e os bens de capital. É isso que cresce pouco e que precisa voltar a crescer mais. Eu vejo a economia consolidando um ritmo de crescimento de 3% ao ano. E, para isso acontecer, é preciso que o investimento cresça acima do PIB, em 5% ao ano. Isso é factível se a construção andar. No governo Lula, a construção crescia, no mínimo, 6% ao ano. Eram obras de metrô, Copa do Mundo, Olimpíada. Com essa expansão veio também a Lava-Jato. Além disso, o setor crescia bastante alavancado e, de repente, mergulhou em uma forte crise, tornando-se bastante fragilizado. Muitas empresas ficaram em situação patrimonial difícil. Veremos a partir de agora um trabalho de reconstrução. Também por isso achei interessante o ministro Paulo Guedes anunciar que vai deixar construtoras estrangeiras entrarem no mercado.
Valor: A escola de Chicago ensina que a iniciativa privada assume o espaço deixado pelo governo quando há reformas e a redução da participação do setor público. Isso já está acontecendo?
 
Lopes: O PIB Administração, Saúde e Educação Pública deverá ficar próximo a zero ou negativo, limitado pelo teto dos gastos. Esse crescimento nulo tem impacto negativo de 0,5 ponto do PIB. Então, o setor privado precisa ocupar esse espaço. Isso também depende da recuperação da construção civil. O setor imobiliário está se recuperando, principalmente em São Paulo. Se a economia der sinais de que vai crescer mais, a produção de bens de capital acompanha. O Brasil saiu da UTI, está no quarto. Não tem risco de morte. A economia é como o nosso organismo, tende a melhorar, se recuperar. Não faz sentido a construção civil ficar no negativo se a coisa voltar ao normal. O emprego melhora, a massa salarial melhora. Bem ou mal, os serviços se recuperam.
 
Valor: Dentro desse cenário de recuperação mais acelerada, como ficam a inflação e os juros?
 
Lopes: Tivemos um ruído recente na inflação, com os preços das carnes. Vamos ver taxas de inflação na faixa de 1% em dezembro e janeiro. Mas não é um tendência para os preços, é um choque, bem identificado. Não vai exigir nenhuma reação do Banco Central. A dúvida é só a velocidade que o preço da carne vai cair. Estou prevendo que o IPCA Alimento ficará com taxa negativa a partir de março. Nesse cenário, a Selic deve ficar congelada nesse patamar de 4,5% ao ano. Com a Selic nesse nível e a inflação nesse nível, temos uma taxa real efetiva da Selic abaixo de 1%. Já é uma taxa altamente estimulativa.
 
Valor: O governo federal quer enviar as reformas tributária e administrativa ao Congresso antes do Carnaval e tentar aprová-las neste ano. O senhor está otimista com o andamento das reformas?
Lopes: Não vejo grande sucesso como foi a reforma da Previdência, mas pode ter pequenos ganhos de aumentar a eficiência do setor público, desburocratização, simplificação. Criam ambiente favorável ao negócio. Sou otimista com o Brasil porque temos uma construção institucional nos últimos 30 anos, que foi consequência não do liberalismo atual, mas da social-democracia, como o plano Real, o Banco Central bem aparelhado e o programa de teto de gastos. Se o Brasil consolidar uma trajetória de crescimento de 3% ao ano, poderá apresentar avanço de 2,5% de PIB per capita ao ano, já que o crescimento demográfico está baixo. Sou otimista nesse sentido, não precisamos crescer 6% ou 7% como os países asiáticos. Se conseguirmos crescer 3% nos próximos 20 a 30 anos, ficaremos parecidos com países desenvolvidos mais pobres, como Espanha. É só questão de não fazer maluquice, não querer fazer milagre. Quando comparamos o Brasil com países como Argentina, por exemplo, vemos como avançamos. Mercados funcionam, governo funciona.
 
Valor: O governo vive numa sucessão de polêmicas, o presidente ou seus ministros. Como isso pode atrapalhar?
 
Lopes: Acho absolutamente irrelevante essas minicrises do governo do ponto de vista da organização econômica. Não existe isso. Tudo está sendo feito dentro de um projeto do ministro Paulo Guedes, que é liberal, o que empresários gostam: reduzir governo, intervir menos, reduzir impostos. É claro que qualquer empresário olha a política e vê um bando de gente brigando. E vai dizer publicamente que está preocupado porque o meio ambiente é fundamental. Mas, na hora de investir Se ele acha que tem mercado, vai investir.