2023/01/15

O erro das estatais

Opor-se à privatização é permanecer preso ao passado

Por Maílson da Nóbrega

Atualizado em 13 jan 2023, 19h39 - Publicado em 15 jan 2023, 08h00 


Pouco antes de tornar-se presidente da República pela terceira vez, Lula descartou peremptoriamente a privatização de estatais. “A Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro. Não vamos privatizar os Correios, não vamos privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica.” Logo no início do governo, cancelou todos os processos de privatização de estatais, incluindo o do Porto de Santos, quase  pronto para acontecer.

O Brasil perde com essa atitude. Pena que Lula e o PT não entendam que o tempo das estatais já passou. Não aprendem lições da história.  Continuam aferrados a teses desenvolvimentistas adotadas no passado, que nem sempre faziam sentido. Nos 10 000 anos da civilização, o modelo de empresas estatais existiu em apenas dois séculos.  O Estado não foi criado para administrar atividades econômicas que podem ser geridas e desempenhadas de maneira mais eficiente pelo setor privado. 

Como assinalei neste espaço, as estatais surgiram quando países europeus buscaram o nível de riqueza alcançado pela Inglaterra com a industrialização.  Não possuíam, todavia, as condições construídas pelos britânicos ao longo de décadas, casos de bancos e ferrovias. Não havia empresários capazes de liderar tais atividades, nem crédito de longo prazo para financiá-las. A lacuna, ou “falha de mercado”, precisava ser preenchida pelo Estado. Tão logo a “falha” desaparecesse, cabia privatizar as estatais, o que aconteceu nos anos 1980. 

O mesmo ocorreu no Japão após a restauração Meiji (1868), que resultou em reformas que o fizeram a primeira nação asiática dotada de um moderno sistema de Estado-nação. Uma comissão instalada pelo governo visitou países ocidentais com vistas a entender as razões de seu enriquecimento. Foram identificadas várias falhas no mercado japonês, o que acarretou a criação de empresas estatais para suprir as lacunas. Sinal das mudanças, o paletó e a gravata substituíram o traje japonês. As falhas sumiram ainda no século XIX. O Japão foi pioneiro na privatização. 

O alheamento dos petistas a tais evoluções decorre do anticapitalismo que domina o partido desde o nascimento e das ideias socialistas de suas origens. Muitos ainda enxergam o lucro como pecado.  Daí a ideia de que a privatização deveria cingir-se a estatais que dão prejuízo. O sentimento em favor do caráter estatal da Petrobras, do Banco do Brasil e de outras não se abala nem mesmo com o sucesso de privatizações como as da Telebras, da Embraer e da Vale do Rio Doce, hoje exemplos de empresas de classe mundial. Não se lembram das filas de dois anos para comprar telefone. Não veem que a Vale é agora campeã mundial de minérios, e a Embraer virou a terceira fabricante de aviões e a maior no campo dos jatos de até 150 lugares. 

Por aumentar a eficiência e a produtividade, a privatização contribui para acelerar o crescimento da economia. O país ganharia, mas o PT, movido por ideologia ou desinformação, ignora essa realidade.

Publicado em VEJA de 18 de janeiro de 2023, edição nº 2824 

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2023/01/11

Diretor Presidente do Sicoob Fluminense reafirma meta proposta pelo Bacen

 


O Diretor-Presidente do Sicoob Fluminense, Neilton Ribeiro da Silva, voltou a enfatizar o desafio proposto pelo Banco Central ao sistema cooperativo de crédito brasileiro - alcançar em 2023 a fatia de 20 por cento do mercado financeiro nacional. Hoje a parcela do cooperativismo no setor é de dez por cento.

O assunto veio à tona durante uma entrevista concedida por Neilton Silva ao programa Band Notícias, da rádio Band FM de Campos dos Goytacazes, na noite de terça-feira, dez de janeiro. Para o dirigente cooperativista, isso “na verdade é muita coisa, mas o sistema só vem crescendo, e nós temos todos os produtos do mercado que os cooperados precisam a preços menores, e isso é um dos pontos do sucesso. Vamos com certeza trabalhar para atingir o objetivo.”

“O que é preciso ser dito sempre à sociedade, é que quando a pessoa se associa, ela passa a ser dona da instituição financeira cooperativada, com todos os serviços e produtos de uma agência bancária tradicional, e ao mesmo tempo dona, por exemplo, de uma seguradora, de uma corretora, e de uma unidade de previdência privada, e que tudo isso gera recursos que vão ser rateados entre os próprios associados, de acordo com a participação de cada um na cooperativa”, também afirmou Neilton Silva.

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Durante a entrevista a Alfredo Soares, Neilton Silva destacou alguns dos produtos do Sicoob Fluminense, com ênfase no setor digital, no crédito rural, “que vem tendo ótimos índices”, e no crédito estudantil, através do qual o universitário tem condições de conseguir um financiamento junto à cooperativa e custear antecipadamente seu curso, negociando de forma mais fácil com a faculdade ou universidade. Convênio neste sentido já foi assinado entre o Sicoob Fluminense e a Faculdade de Medicina de Campos.

Ao abordar o sucesso do funcionamento do espaço do empreendedor do Sicoob Fluminense no Farol de São Tomé, praia de Campos dos Goytacazes, em parceria com a prefeitura, Neilton Silva voltou a lembrar que “a nossa vocação é estar junto à comunidade. Para se ter uma ideia, em muitos municípios não há bancos, mas apenas cooperativas de crédito. Hoje podemos atuar normalmente junto aos entes públicos, sem impedimentos. No Farol estamos atendendo interessados em empreender e se formalizar, o que vem tendo um resultado bastante positivo.”

Neilton Silva disse ainda que o Sicoob Fluminense, depois de em 2022 inaugurar as agências de Unamar, em Cabo Frio, Búzios, Iguaba Grande e Macaé, se prepara para abrir mais uma unidade em Campos dos Goytacazes, no bairro do IPS, na rua Dr. Beda, cuja inauguração está sendo projetada para o mês de março.