2021/05/18

Cooperativas alcançam bancos tradicionais em número de agências

 Na contramão dos bancos tradicionais, as cooperativas de crédito ampliaram suas estruturas físicas e alcançaram as maiores instituições financeiras em número de agências. O principal objetivo com a expansão é aumentar a capilaridade do modelo e manter a proximidade com o cliente.

Os maiores bancos do país, em contrapartida, apostaram na ampliação do atendimento digital e fecharam agências, movimento que já vinha ocorrendo nos últimos anos, mas que foi acelerado pela pandemia de Covid-19.

Levantamento feito pela Folha com dados do Banco Central e das cooperativas mostra que o maior sistema, o Sicoob, tem 3.523 pontos de atendimento presencial espalhados pelo país, atrás apenas do Banco do Brasil, com 4.161.

O Sicredi, segundo maior sistema cooperativo, aparece em sexto lugar, com 2.033 agências, logo depois do Santander, com 2.694.

A cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada pela união de pessoas para prestar serviços financeiros aos seus associados.

A proximidade física com o cliente faz parte da estratégia de negócio do cooperativismo. No sistema, os associados são ao mesmo tempo donos e usuários da instituição, com participação na gestão e com usufruto de seus produtos e serviços.

Nas cooperativas, eles têm acesso aos principais serviços disponíveis nos bancos, como conta-corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito e empréstimos.

“As cooperativas precisam estar perto dos clientes pela característica do negócio. Claro que ninguém mais quer fazer operações simples na agência; reforçamos também os canais digitais. A parte física é para aconselhamento em operações mais complexas”, afirma o presidente do banco cooperativo Sicredi, João Tavares.

Segundo ele, a decisão de se manter próximo do cliente foi estratégica. “As cooperativas se preocupam também com a região atendida, são muito inseridas no cenário econômico de cada cidade, então a estrutura física se faz necessária e é um diferencial competitivo.”


Para Tavares, a presença da agência fortalece o vínculo com o associado e facilita a captação de novos cooperados.

“Além disso, a cidade cresce quando há uma cooperativa e temos todo interesse nisso, porque a instituição também se fortalece. Um estudo mostrou que a presença de uma cooperativa amplia o PIB [Produto Interno Bruto] em 5,6%”, diz.

O diretor de coordenação sistêmica e relações institucionais do Sicoob, Ênio Meinen, afirma que a cooperativa também auxilia na geração de empregos.

“O fechamento de agências culmina em demissões. Quando temos uma estrutura, criamos milhares de postos de trabalho. O que para os bancos é despesa, para nós é investimento.”

Meinen diz que a instituição também ampliou a rede de agências pensando na proximidade com o cliente e com a região atendida.

“As agências não ficarão ociosas porque também mudamos o formato do atendimento. Aquela estrutura antiga, em que o cliente pegava fila para pagar contas, ficou para trás. Oferecemos todos os tipos de serviços digitais bancários. A diferença é que nós escutamos os cooperados e oferecemos todos os canais”, diz o executivo.

No Sicredi, segundo Tavares, 80% das transações são feitas pelo celular ou internet. “Parece contraditório abrir agência com esse percentual de digitalização dos clientes, mas não é. É um modelo que chamamos de ‘figital’, uma junção dos dois que contempla todo o mundo”, coloca.

Meinen destaca que a estrutura física do sistema cooperativo pode ser utilizada pelo cooperado. “Isso gera uma sensação de pertencimento. Se o associado quiser usar a estrutura da cooperativa para fazer uma reunião ou usar a internet do lugar, ele pode”, conta.

O Sicoob pretende abrir outras 200 agências até o fim do ano e avançar nos grandes centros, já que tem presença forte nas cidades do interior. O Sicredi que colocar em funcionamento mais 250 pontos de atendimento físicos no período em regiões ainda não assistidas pela instituição.

Para abrir uma agência, a cooperativa procura áreas com pouco ou nenhum atendimento bancário. Normalmente, lideranças comunitárias entram em contato com esse tipo de instituição e solicitam a abertura de uma unidade.

Os grandes bancos, em movimento oposto, fecharam agências nos últimos anos e reforçaram os canais digitais.

O Itaú disse, em nota, que “é evidente a transformação tecnológica recente e a procura cada vez maior pelos canais digitais”, mas que a rede física cumpre o papel de ser um espaço mais humanizado e de consultoria.

O Santander afirmou, também por escrito, que tem realizado desde 2017 “movimento estratégico que tem como um dos pilares a expansão e interiorização de sua rede de atendimento em regiões do Brasil ainda não atendidas. Isso inclui a abertura de unidades voltadas a públicos específicos”.

A Caixa Econômica Federal, o único dos maiores bancos que não fechou agências, afirmou em nota que anunciou em fevereiro de 2021 um plano de expansão com foco nas regiões Norte e Nordeste com a criação de 76 novas unidades, 21 especializadas no agronegócio.

O banco terá ainda 12 agências-caminhão para percorrer todo o Brasil.

A instituição disse que pretende abrir mais 400 agências em parceria com prefeituras. Apesar dos últimos dados do BC mostrarem que a Caixa tem 3.372 agências, o banco disse ter 4.300 unidades funcionando.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) respondeu que a decisão de abrir ou fechar um posto de atendimento é tomada pelos bancos individualmente com base na estratégia de negócio e que as instituições estão adequando suas estruturas à nova realidade, com a ampliação dos canais digitais.

Bradesco e Banco do Brasil não se manifestaram. Na semana passada, durante apresentação do balanço do primeiro trimestre, o BB ​reforçou a ampliação de agências 100% digitais.

Fonte: Folha de São Paulo

https://cooperativismodecredito.coop.br/2021/05/cooperativas-alcancam-bancos-tradicionais-em-numero-de-agencias/

 

2021/05/17

O jogo da polarização

A disputa entre Lula e Bolsonaro interessa a ambos, mas não ao país

Por Murillo de Aragão Atualizado em 14 Maio 2021, 09h30 - Publicado em 14 Maio 2021, 06h00

As mudanças nas regras eleitorais em 2015, ainda vigentes, fizeram em 2018 a campanha eleitoral durar apenas 45 dias, em vez de noventa. Além disso, foram banidos os financiamentos empresariais de campanhas e estabelecido um teto de gastos por tipo de candidatura.

Outra consequência importante de tais mudanças foi dar maior relevância aos potenciais candidatos no período pré-­eleitoral. É o que está acontecendo agora. No Congresso e nos partidos e, obviamente, na Presidência da República, a pré-campanha já está em curso.

Mas enquanto o debate sucessório toma o mundo político, o eleitorado ainda se mantém distante do tema. A Covid-19 e o desemprego são questões prioritárias e decisivas para a escolha do próximo presidente em 2022. E o debate midiático sobre a política ainda não causa efeito mobilizador entre o eleitorado.

No momento, dois presidenciáveis largam na frente. O primeiro é Jair Bolsonaro, que, pela força do cargo, tem condições de impor sua narrativa, o que, naturalmente, terá grande repercussão. Além disso, Bolsonaro conta com forte apoio nas redes sociais. Embora outros presidenciáveis também façam uso dessas mídias, só ele possui militância engajada com capacidade de disseminar conteúdo nas redes.

“Um problema do centro político é que, quando se tem muitos candidatos, na verdade não se tem nenhum”

Quem também leva vantagem na pré-campanha é o ex-presidente Lula (PT). Apesar de o Lula de hoje não ter, por exemplo, a força do Lula de 2010, quando foi o maior responsável pela eleição de Dilma Rousseff, ele mobiliza a maior parte das esquerdas. Sem contar que parte significativa do eleitorado, sobretudo no Nordeste, e os segmentos de menor renda têm uma lembrança positiva de seu governo no campo econômico e social.

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As demais opções — João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Tasso Jereissati (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM), João Amoêdo (Novo), Luciano Huck e Sergio Moro — não estão apresentando narrativa consolidada nem militância partidária ou digital engajada.

No centro político existe uma dúvida sobre se o engajamento eleitoral deve ser antecipado. Tal dúvida se fortalece pelo fato de não haver um candidato natural que aglutine as forças de oposição. Quando se tem muitos candidatos, na verdade não se tem nenhum. É o caso. Nenhum dos nomes acima aglutina, e a luta por uma frente ampla contra Bolsonaro e Lula parece difícil de ser construída. Mas isso não deixará de ser tentado.

Enquanto o centro político está desorganizado e parte do Centrão já foi cooptada por Bolsonaro, o que deve acontecer nos próximos meses? Enquanto se tenta uma frente ampla contra Bolsonaro e Lula, eles devem tentar rachar o centro tendo em vista neutralizá-lo. A desunião do centro interessa tanto a Lula quanto a Bolsonaro.

Não à toa a estratégia preferencial de Lula é manter Bolsonaro sob pressão, sem, porém, que ele seja inviabilizado pela CPI da Covid: que ele se mantenha no poder, mas enfraquecido. Já Bolsonaro aposta que seu adversário ideal é Lula, uma vez que acredita que o antipetismo forçaria o eleitorado centrista a escolhê-lo. Sendo assim, a polarização acirrada interessa a ambos, ainda que não necessariamente ao país.

Publicado em VEJA de 19 de maio de 2021, edição nº 2738

2021/05/04

OCB/RJ inicia projeto pelo Sicoob Fluminense

 

Junto ao Sicoob Fluminense, representado pelo Diretor-Presidente Neilton Ribeiro da Silva (à esq., o Sistema Organização das Cooperativas do Brasil (OCB/RJ) deu início a mais uma etapa do projeto OCB/RJ Presente -  um ciclo de reuniões com as cooperativas fluminenses para apresentação de projetos e ações visando a organização de um Rio Mais Coop. 

Participaram ainda do encontro virtual o presidente Vinicius Mesquita (Sistema OCB/RJ) e o assessor de planejamento do Sicoob Fluminense, Pedro Mancini. 

Gradativamente o projeto OCB/RJ Presente contemplará com novas reuniões on line as cooperativas das regiões Norte e Noroeste do estado do Rio de Janeiro: Pró-Uni, Unimed Campos, Provenorte e Coohab Campos. 

Com informações de: https://rio.coop/2021/04/retomadas-as-atividades-do-projeto-ocb-rj-presente/