2020/08/30

Artigo

O COOPERATIVISMO E O NOVO NORMAL

Um dos reflexos mais intensos surgidos no cooperativismo, em meio à pandemia pelo Covid-19, pelo menos a partir de março deste 2020, é a certeza de que o movimento, que agrega pessoas e valores humanos, efetivamente é a forma mais justa de se viver em sociedade, sob os mais diferentes parâmetros de seu cotidiano. Cooperados e aqueles que operam com as cooperativas, há tempos, têm conhecimento desta realidade, mas o isolamento social e as mudanças nas relações de trabalho e mercado evidenciaram este processo.

Mais especificamente em relação ao cooperativismo de crédito, temos elementos cristalinos e de sobra, ultimamente divulgados por canais abertos de comunicação e não apenas pelos especializados no setor, que comprovam as facilidades geradas pelas cooperativas no sentido de apoiar a sociedade, rumo a um futuro mais justo, mais igualitário, no qual as movimentações financeiras objetivem desenvolvimento, geração de empregos e melhor distribuição de renda: e não, lucros fáceis e exorbitantes, auferidos pelo sistema bancário tradicional. Este futuro seria o que hoje se apresenta como novo normal? Muito provavelmente, sim.

Recente pesquisa divulgada pelo Sebrae revela que as cooperativas financeiras mantêm, desde abril, uma taxa de sucesso de mais de 30% na concessão de crédito para os pequenos negócios durante a pandemia do coronavírus. O índice é quase três vezes maior do que o registrado nos bancos privados (11,8%) e nos públicos (9,5%). Como exemplo, o sistema Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil), no segundo bimestre deste ano, liberou cerca de R$ 8,2 bilhões de crédito para pessoas jurídicas, ante a R$ 6,1 bilhões no mesmo período de 2019. Ou seja, a carteira cresceu 34%. Isso demonstra que o cooperativismo está preocupado com a crise econômica e suas consequências junto a toda a sociedade, gerando condições reais para a superação dos obstáculos ora enfrentados.

Outros dados relevantes dizem respeito ao destaque do Sicoob dentro do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), do Governo Federal, iniciado em 13 de julho: em menos de 24 horas, o sistema recebeu R$ 500 milhões em pedidos pela linha de crédito. E também o aumento significativo do uso dos canais digitais do Sicoob pelos seus associados, em torno de 37%, desde maio.

O cooperativismo demonstra, mais uma vez, que é a mais sadia maneira de se viver comunitariamente, com apoio e respeito mútuos. E como diz a campanha nacional do sistema: “Não podemos dar as mãos, mas podemos unir as nossas atitudes e fazer a diferença!”.

Neilton Ribeiro da Silva

Diretor-Presidente do Sicoob Fluminense