2008/09/29

Jornal e eleições

Polícia monta operação de guerra e Extra chega às mãos dos leitores da Baixada Fluminense nesta segunda-feira
Extra Online
RIO - Policiais do 13º BPM (Praça Tiradentes), do 15º BPM (Duque de Caxias) e do 39º BPM (Belford Roxo) fizeram, na madrugada desta segunda-feira, uma operação para garantir a distribuição de exemplares do Extra na Baixada Fluminense. O apoio da PM foi determinado pelo juiz Luiz de Mello Serra, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ele recebeu no domingo um pedido da Infoglobo Comunicações, empresa que edita o jornal, para apurar a ação de grupos que impediram as vendas nas bancas da região com a manchete ' Deputados em campanha mentem para ganhar salário de R$ 13 mil '. A reportagem foi publicada de novo, assim como a cartela da coleção 'Motos inesquecíveis' e o selo número 1 da MV Agusta.
A operação da PM começou no início da madrugada. Policiais militares do batalhão de Duque de Caxias acompanharam a saída de caminhões que transportavam jornais do parque gráfico da Infoglobo, localizado na Rodovia Washington Luís, para a Baixada. Enquanto isso, homens do 39º BPM monitoravam a entrega de exemplares para o centro de distribuição de Belford Roxo. Na sede do Extra, na Cidade Nova, no Rio, PMs do 13º BPM também garantiam a segurança de funcionários e distribuidores.
Em nota oficial no domingo, o presidente em exercício do TRE, desembargador Alberto Motta Moraes, repudiou com veemência a manobra e viu indícios de golpe eleitoral . O Ministério Público Eleitoral tratou o caso como ameaça à democracia e prometeu investigar . Associações de jornais e jornalistas acharam a manobra uma afronta à liberdade de informação .
Você também teve problemas para comprar o jornal Extra neste domingo nas bancas da Baixada Fluminense?
Homens armados tentam impedir circulação no domingo
A segunda edição de domingo do Extra, com a manchete ' Deputados em campanha mentem para garantir salário de R$ 13 mil ', não chegou à maioria das bancas da Baixada Fluminense. Um grupo de homens, entre eles alguns armados, comprou cerca de 30 mil exemplares antecipadamente no centro de distribuição de Belford Roxo, impedindo que os jornais chegassem aos leitores. O mesmo grupo ainda percorreu bancas de São João de Meriti e de municípios vizinhos para checar se havia algum exemplar disponível.
Alguns jornaleiros que se negaram a vender o Extra acabaram cedendo depois de sofrerem ameaças. Com medo de represálias, nenhum deles registrou queixa na polícia.
Por volta das 2h de domingo, homens ocupando um Vectra e um caminhão, estiveram na sede do jornal, na Rua Marquês Pombal, com o mesmo objetivo: comprar antecipadamente exemplares do EXTRA. O chefe do grupo, que se identificou como coronel do Corpo de Bombeiros, disse que o objetivo era adquirir 10 mil exemplares, mas acabaram levando apenas 850, comprados com distribuidores na porta da sede do jornal.
Levantamento parcial da venda de jornais de domingo, feito pela Inflglobo, empresa que edita o Extra, indica que o problema se concentrou em São João do Meriti.
A reportagem relacionada à manchete denunciou que os candidatos Marcelo Simão (PHS), Rodrigo Neves (PT) e Alessandro Calazans (PMN), todos deputados, faltaram a sessões da Alerj e inventaram compromissos para ter as faltas abonadas e garantir o salário integral de R$ 13 mil. Marcelo Simão é candidato a prefeito em São João de Meriti; Rodrigo Neves, em Niterói; e Alessandro Calazans, em Nilópolis.

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