2016/02/01

Ibama investiga mancha de 22 km encontrada na bacia de Campos

Uma mancha no mar com cerca de 22 quilômetros quadrados –o equivalente a três campos de futebol– foi detectada por imagens de satélite na Bacia de Campos, principal produtora de petróleo do país.

O Ibama informou à Folha que investigará se a mancha é decorrente de vazamento de óleo.

A mancha foi detectada pelo oceanógrafo Gustavo Ortiz, por meio de imagem do satélite Sentinel-1A, captada às 6h05 de sexta-feira (29), a 195 quilômetros da costa, na direção do município de Cabo Frio (RJ).

Alertado pela reportagem, o Ibama iniciou no sábado (30) o processamento de imagens do mesmo satélite para verificar as suspeitas de um possível vazamento.

A bacia de Campos é responsável por 65% da produção brasileira de petróleo. São mais de 40 plataformas de produção e um intenso tráfego de embarcações, tanto para escoamento da produção, quanto para transporte de mantimentos para as plataformas.

Ainda não é possível confirmar que se trata de petróleo, diz o órgão ambiental. Por isso, a mancha é considerada uma "feição suspeita", termo técnico que identifica fenômenos que merecem investigação.

Entre as hipóteses da ocorrência, além de vazamento de petróleo, estão uma mancha de algas ou óleo descartado por navios que passam pela região.

O Ibama disse que acionará a Marinha e a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) que também devem entrar na investigação do caso.

CONTATO

O órgão ambiental fez contato com as petroleiras que operam nas proximidades, a Petrobras e a espanhola Repsol, mas não houve registro de vazamentos em plataformas de petróleo.

Procurada pela reportagem, a Petrobras também disse que não há registro de vazamento em suas unidades de exploração.

Em caso de acidentes ambientais, as petroleiras que operam no país são obrigadas a alertar imediatamente o Ibama e a ANP.

Além da Petrobras, produzem petróleo na bacia de Campos a norueguesa Statoil, a norte-americana Chevron, a anglo-holandesa Shell e a brasileira PetroRio.

"Pelo tamanho e definição, parece petróleo, mas não é possível confirmar apenas pela imagem", diz o oceanógrafo Ortiz.

Em 2011, um problema na perfuração de poço deu origem a um dos maiores vazamentos de petróleo do país, no campo de Frade, operado pela Chevron, também na Bacia de Campos.

Neste episódio, houve um despejo de 3.700 barris no oceano, segundo a ANP. No pico do vazamento, a mancha chegou a ter 163 quilômetros quadrados –mais de seis vezes maior que a mancha detectada desta vez.

GRANDES CASOS DE VAZAMENTO NO PAÍS
janeiro de 1994
Petróleo é derramado da plataforma da Petrobras na bacia de Campos (Rio). Forma mancha de 450 quilômetros quadrados. Quantidade derramada: 350 mil litros.

dezembro de 1997
Óleo é despejado sobre área de manguezal perto da Reduc (Refinaria de Duque de Caxias), da Petrobras, no Rio. Quantidade de óleo: 600 toneladas

janeiro de 2000
Problema em duto que liga a Reduc a um terminal de distribuição provoca vazamento 1,3 milhão de litros de óleo na baía de Guanabara

julho de 2000
Óleo cru vaza de refinaria da Petrobras em Araucária (PR). Estatal é multada em R$ 50 milhões. Quantidade derramada: cerca de 4 milhões de litros.

novembro de 2011
Acidente no campo de Frade, na bacia de Campos, operado pela Chevron, provoca o derramamento de 3,7 mil barris de petróleo. A mancha se alastrou por uma área de 163 quilômetros quadrados
Fonte: Folha

https://www.portosenavios.com.br/noticias/geral/33113-ibama-investiga-mancha-de-22-km-encontrada-na-bacia-de-campos

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/02/1735745-ibama-investiga-mancha-de-22-km-encontrada-na-bacia-de-campos.shtml

Nenhum comentário: