2012/01/06

Rios que cortam o Noroeste/RJ baixam, mas seguem acima da cota

Após o rompimento de um dique em Campos, moradores do bairro de Três Vendas estão completamente ilhados Domingos Peixoto / O Globo

Nova frente fria vai chegar ao Sudeste no fim de semana e deixar o tempo mais instável

RIO - Os municípios de Campos, Cardoso Moreira, Italva, Itaperuna e Laje do Muriaé, no Noroeste Fluminense, ainda estão em alerta máximo segundo o Sistema de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), devido ao transbordamento dos rios Muriaé, Carangola, Pomba, Itabapoana e Paraíba do Sul. De acordo com o tenente-coronel Douglas Paulich, coordenador da Defesa Civil no Noroeste Fluminense, apesar de o nível dos rios estar baixando, eles ainda estão acima da cota de segurança. Na localidade de Três Vendas, em Campos, onde houve o rompimento de um dique de contenção na BR-356, a água já começou a entrar na casa de moradores.

Paulich acredita que, apesar da previsão de chuva forte nas cabeceiras dos rios que ficam na Zona da Mata mineira e que cortam o Noroeste e Norte fluminense (Muriaé, Pomba, Carangola e Itabapoana), não vai ocorrer transbordamento:

— Se a previsão se mantiver na quantidade de chuva de 50 milímetros por dia, não vai ocorrer o transbordamento dos rios, a não ser que chova mais do que isso e de forma muito contínua.

Em Campos, a chuva deu uma trégua nesta sexta-feira, e o nível do Rio Paraíba baixou de 11 metros para 9,40m. Paulich afasta o risco de alagamento na zona urbana.

No segundo dia de inundação do distrito de Três Vendas, o trabalho da Defesa Civil municipal se concentra no convencimento das famílias para deixarem suas casas. A água do Rio Muriaé que invadiu a localidade na quinta-feira está com altura de dois metros, e os agentes só conseguem transitar pelo local de barco. De acordo com o secretário de Defesa Civil de Campos, coronel Henrique Oliveira, cerca de 500 famílias (das mais de mil que vivem em Três Vendas) ainda resistem à saída de suas residências e permanecem geralmente nas lajes, mesmo com a localidade alagada. Segundo Oliveira, a energia elétrica teve que ser interrompida na região.

— Houve a necessidade de cortar a energia por risco de uma corrente elétrica acabar ferindo ou até matando alguém. Mas a população está se recusando a sair e se revoltando contra a falta de energia. Os assistentes sociais estão nos ajudando neste trabalho, visitando novamente casa a casa para convencê-los da importância de deixar o local, que nestas condições, representa risco à segurança dos moradores — afirmou.

Segundo Oliveira, as demais regiões de Campos estão sem problemas.

Nova frente fria deixa o tempo mais instável

Segundo o Instituto Climatempo, uma nova frente fria vai chegar ao Sudeste no fim de semana e deixar o tempo mais instável, aumentando o risco de chuvas fortes. Um sistema de baixa pressão que se organiza ao largo do litoral fluminense irá aumentar outra vez a instabilidade no estado do Rio e na Grande Belo Horizonte, na Zona da Mata Mineira e na região do Vale do Rio Doce. Ainda de acordo com o Climatempo, as pancadas de chuva devem ser frequentes entre a sexta-feira e o início da semana que vem.

“Há risco para chuvas fortes e volumosas que podem agravar os problemas causados pelas chuvas anteriores. Áreas de risco, como a região serrana do Rio de Janeiro, devem ficar em alerta para a possibilidade de novos deslizamentos”, alerta, em nota, o Climatempo.

Também há risco de queda de barreiras e enchentes no Norte e Noroeste Fluminense. Os rios na região de Muriaé e Cataguases, em Minas Gerais, e na região Norte e Noroeste do Rio de Janeiro começaram baixar, mas podem voltar a subir com o aumento da chuva nos próximos dias.

O Globo

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