2009/04/30

Evoé Momo!

O blog não quer ser uma voz puramente discordante em relação a esse "carnaval" que começa hoje em Campos. Mas ninguém conseguiu me convencer de sua efetiva necessidade e dos aspectos positivos que o justificariam.
Primeiro é difícil definir o evento: não é carnaval, pois a festa pagã tem data estipulada; não é carnaval fora de época, pois esse tipo de projeto demanda toda uma programação de marketing aliada ao aspecto turístico, o que não acredito ter sido feito, até porque essa não é a vocação de nossa cidade e ninguém se deslocará até aqui para ver nossos bois, blocos, escolas e afins; e não é uma festa da cidade. Seria então uma resposta ao apoio de um grupo de pessoas "ligado" de alguma forma ao carnaval e que aceitou essa transferência de datas por não conseguir ou não pretender prescindir das verbas oficiais para "botar o bloco na rua"? Seria apenas para que 2009, o primeiro ano da prefeita Rosinha Garotinho à frente da prefeitura, não ficasse marcado como o ano em que não houve carnaval em Campos? Seria apenas um doce de coco na boca do povo?
Se foi louvável a atitude do governo municipal em não realizar o carnaval devido aos problemas enfrentados pelas enchentes, deveria ser louvável o cancelamento e não transferência dos folguedos momescos. A apresentação do novo espaço dos desfiles não justifica, no meu entender, a festa. Aliás, se tal local servirá para abrigar outros eventos, pelo que fui informado, a realização de um seminário nacional de educação, saúde ou direito seria um excelente cartão de apresentação.
O único item que conforta em meio a tudo isso é saber da renda extra que ambulantes e comerciantes deverão ter, não obstante lembrarmos da imensa parcela da população que vive hoje justamente do subemprego, ou da informalidade.
Se houve recursos para o "carnaval", espero que haja para o combate ao desemprego (não custa lembrar os milhares de terceirizados demitidos e que sequer receberam seus direitos trabalhistas), à desordem urbana, aos estragos das ruas, calçadas e logradouros e às demais mazelas da cidade, que crescem e se acumulam.

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