2011/01/13

Sobe para 438 o número de mortos pelas chuvas no Rio


Nova Friburgo confirma 201 mortes. Teresópolis tem 175 vítimas; Petrópolis, 39; Sumidouro 19; e São José do Vale do Rio Preto, 4

Já chegam a 438 os mortos em consequência das fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro entre a noite de terça-feira (11) e a madrugada desta quinta-feira (13). Ainda há desaparecidos, segundo informações da Defesa Civil do Estado, além de milhares de desabrigados. Entre as vítimas, estão familiares do economista Erik Conolly, diretor da holding do Icatu.

A Prefeitura de Sumidouro confirmou a morte de 17 pessoas e as buscas por desaparecidos continuam. Os bairros mais afetados são: Centro, Campinas, Dona Mariana, Chácara, Vila Corquinho e Volta.

São José do Vale do Rio Preto, antigo distrito de Petrópolis, confirmou 4 pessoas mortas.

Em Teresópolis, uma das cidades mais astigadas da Região Serrana, mais de 600 pessoas estão em abrigos, sendo pelo menos 300 em um ginásio, segundo a Defesa Civil municipal.

Segundo balanço da Defesa Civil, há pelo menos 13 mil desabrigados (aqueles que perderam tudo e necessitam de abrigos públicos) ou desalojados (que podem contar com a ajuda de vizinhos e familiares) no Estado. Em Petrópolis há 3.600 desalojados e outros 2.800 desabrigados.

Em Teresópolis, a Defesa Civil contabiliza 1.300 desalojados e 1.200 desabrigados. O rio Santo Antônio transbordou e, em alguns pontos da região do distrito de Itaipava, a água chegou a mais de dois metros de altura. Muitos moradores, de acordo com a Prefeitura, ficaram ilhados.

Em Nova Friburgo ficaram desalojadas 3.220 pessoas e, 1.970, desabrigadas. A presidenta Dilma Rousseff sobrevoou a cidade nesta quinta-feira. Acompanhada do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, ficou em Nova Friburgo por cerca de uma hora e teve uma reunião com ministros e autoridades locais. Abordada por jornalistas, disse apenas que "governo promete ações firmes para ajudar a reconstruir a cidade".

Teresópolis

O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, disse, em entrevista à TV, na tarde de quarta-feira, que a cidade estava com mais de 500 desabrigados e ao menos 15 bairros afetados pelas chuvas. "Essa é a maior catástrofe da história do município", afirmou.

Com apenas seis câmaras frigoríficas, o Instituto Médico Legal (IML) da cidade precisou improvisar um necrotério alternativo para abrigar os corpos de todas as vítimas. De acordo com o delegado Wellington Pereira, o jeito foi pedir emprestado um imóvel em frente à 110ª DP, onde funciona o IML do município. “No local funcionava uma igreja evangélica, mas agora está vazio. O proprietário mora em Minas Gerais e prontificou-se a nos emprestar para colocarmos os corpos. É um galpão muito grande, que na frente tem salas. Poderemos fazer até um QG (quartel general) para tratar da questão”, disse o delegado.

Segundo relato da internauta Lucienne Guberman, enviado ao Minha Notícia, do iG, moradores de Teresópolis precisaram se refugiar em locais altos. “Estou fazendo contato de Niterói. Minha família toda mora em Teresópolis, minha mãe, seus irmãos e netos, e estou em contato com outros moradores locais. Sei que há pessoas, inclusive crianças, que se refugiaram num local alto e plano esperando resgate que só poderá ser feito com helicóptero. A situação está caótica no Bairro Espanhol. Conheço o bairro. Dez casas desabaram. Doações são recebidas no Ginasio Pedrão, ao lado da rodoviária da cidade”, disse.

Cabral culpa ocupação irregular

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), determinou que todas as secretarias e áreas operacionais do Estado intensifiquem o trabalho que já estavam realizando. Ele solicitou ao comandante da Marinha Brasileira, almirante Júlio Moura, helicópteros da Força Armada para ajudar no deslocamento de mais tropas e equipamentos do Corpo de Bombeiros.

Em entrevista à rádio CBN, Cabral disse que a "tragédia anunciada" se deveu a uma combinação da intensidade inesperada dos temporais com a ocupação irregular das encostas. "É como a gente viu ano passado em Angra dos Reis: a ocupação residencial nas últimas décadas, independente do nível social, numa área imprópria, combinada ao fator do deslizamento", afirmou.

"Não quero culpar prefeito A, B ou C, mas há um conceito, que vem de décadas, de permissividade na ocupação de encostas. Caso nós tivéssemos um padrão rígido de ocupação de encostas, teríamos vítimas, sim, mas não tantas.

Rodovias interditadas

A rodovia Lúcio Meira (BR-393) foi parcialmente interditada na noite de terça-feira após o desmoronamento de uma barreira na altura do município de Sapucaia, na Região Centro-Sul do Rio de Janeiro.

Na rodovia Rio-Juiz de Fora (BR-040), há diversos pontos bloqueados. A rodovia Rio-Teresópolis (BR-116) segue com tráfego interrompido entre Teresópolis e Além Paraíba desde a madrugada de quarta-feira no trecho entre o km 76 (Prata) e o km 54 (próximo ao acesso a São José do Vale do Rio Preto). A via está com vários pontos de alagamento. Não há previsão para liberação.

Ig
*Com informações da EFE e Agência Estado

Nenhum comentário: