2011/01/12

Sobe para 257 o número de mortes na Região Serrana



As buscas em Teresópolis foram suspensas devido à falta de iluminação necessária

Rio - O número de mortos pelas chuvas subiu para 257 na Região Serrana do Rio. No município de Teresópolis foram contabilizados 130 óbitos, em Nova Friburgo 107 e em Petrópolis 20. Em Teresópolis as buscas foram suspensas, na noite desta quarta-feira, por falta de iluminação necessária para a realização do serviço.

O prefeito de Teresópolis, Jorge Mario, declarou situação de emergência no município. O secretário de Meio Ambiente e Defesa Civil, Flávio Castro, está com as equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros trabalhando no resgate de vítimas, na identificação de áreas de risco e orientando os atingidos a se dirigirem para os abrigos preparados pela Prefeitura. São 800 homens em um trabalho constante para encontrar desaparecidos e encaminhar os desabrigados. De acordo com registros da Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Civil, nas últimas 24 horas foram registrados 140mm de chuva, volume esperado para todo o mês de janeiro.

A Defesa Civil de Teresópolis informou que as mortes ocorreram principalmente nas localidades de Bonsucesso (39 mortos), Caleme (18 mortos) e Biquinha (16 mortos). Também tiveram vítimas no Poço dos Peixes, Vale Feliz, Fazenda da Paz, Posse, Paineiras, Jardim Serrano, Parque do Imbuí, Granja Florestal e Barra do Imbuí, na zona urbana, e as localidades de Pessegueiros e de Salaquinho, no interior do município. Ao todo, foram 17 bairros atingidos. São 960 desabrigados e 1280 desalojados no município.

A orientação é para que os desabrigados se dirijam para o Ginásio Pedrão, localizado na Rua Tenente Luiz Meirelles, 211, Centro, com capacidade para 200 pessoas, e para um galpão situado na Rua Tamoio, s/n, no bairro do Meudon, onde cabem 400 pessoas. As escolas dos bairros atingidos também estão acolhendo as vítimas. O município ficou sem energia desde 2h da manhã e o serviço começou a ser restabelecido por volta de 8h30 da manhã desta quarta-feira, mas alguns bairros seguem sem o fornecimento de energia.

A Prefeitura de Teresópolis está recebendo doações de alimentos não perecíveis, água, roupas e cobertores. As doações podem ser entregues no Ginásio Pedrão. Informações também podem obtidas pelo telefone da Defesa Civil: 199.

Encontram-se em Teresópolis para apoiar as ações do Governo Municipal no atendimento às vítimas o Secretário Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, o Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, e a Presidente do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Marilene Ramos. O Senador Lindberg Farias está se dirigindo ao município, acompanhado do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra e do ministro das Relações Institucionais, Luis Sérgio. Eles chegaram por volta das 16h15m ao Aeroporto Santos Dumont.

Conta corrente para doações

A Prefeitura de Teresópolis disponibiliza, a partir desta quarta-feira, uma conta corrente no Banco do Brasil para receber doações e ajudar as famílias atingidas pelo temporal. Com o nome “SOS Teresópolis – Donativos”, a conta corrente está disponível na Agência 0741 do Banco do Brasil, com o número 110000-9.

Outras doações, como alimentos, roupas, cobertores, colchonetes e itens de higiene pessoal - como sabonete, pasta de dentes, fralda descartável e absorvente higiênico, podem ser entregues no Ginásio Pedrão, na Rua Tenente Luiz Meirelles, número 211, Várzea.

Chuva até o fim de semana

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que a previsão para a noite desta quarta-feira na Região Serrana do estado do Rio é de tempo nublado a encoberto, com chuvas e possíveis trovoadas. A temperatura mínima prevista é de 17 ºC.

Para a meteorologista do Inmet, Marlene Leal, os moradores têm motivos para se preocupar, já que as chuvas devem continuar atingindo a região até o próximo sábado.

“Existe naturalmente um corredor de baixa pressão atmosférica vindo de Minas Gerais e que favorece a intensificação das chuvas na Região Serrana do Rio, na divisa com Minas. Uma frente fria vinda do sudeste, que já atua em Minas, Goiás e São Paulo é a que agora está no Rio”, explicou.

O Dia
c/ed.
Foto: Roberto Ferreira / Agência O Dia

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