2009/03/15

Bomba relógio II

Chávez oferece base no Caribe para bombardeiros russos

da France Presse, em Caracas
da Folha Online
A Venezuela ofereceu a base da ilha de La Orchila, no Caribe venezuelano, para a Rússia estacionar seus bombardeiros, como anunciado neste domingo pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, em seu programa semanal de rádio "Alô, presidente". Chávez também ordenou às Forças Armadas do país que tomassem os portos e aeroportos, em uma ação de represália direta aos que se opõem à nova lei do país.
"Disse apenas ao presidente (da Rússia, Dimitri) Medvedev que cada vez que a aviação estratégica russa necessitar da Venezuela para cumprir seus planos estratégicos, a Venezuela estará às ordens, como já fizemos", disse Chávez.
Nos últimos meses o governo tomou várias medidas para diminuir o controle de líderes regionais sobre serviços como hospitais e forças policiais, sendo acusado de buscar o enfraquecimento de autoridades oposicionistas eleitas para ampliar seu poder.
Em 15 de fevereiro passado, Chávez obteve uma grande vitória política, com a aprovação em referendo da proposta que permitiu a reeleição ilimitada para alguns cargos públicos, entre eles o de presidente.
Nas eleições regionais de novembro passado, a oposição venezuelana conquistou o controle de seis Estados --o triplo do que havia conseguido na eleição anterior--, além da Prefeitura Metropolitana de Caracas. O partido chavista, o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) perdeu nos três Estados com maior número de eleitores --Zulia (2.141.055), Miranda (1.781.361) e Carabobo (1.338.601)--, mas manteve o controle da maioria dos governos regionais.
Venezuela, Rússia e Cuba
Além da Venezuela, a Rússia contaria com as mesmas opções em Cuba, segundo a agência russa Interfax, citando o general da Força Aérea Anatoly Zhijarev. A Venezuela teria que reformar sua base em La Orchila para poder receber os bombardeiros estratégicos russos, disse Zhijarev.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, já descartou a utilização de bases militares permanentes em Cuba e na Venezuela, apesar de haver acordos neste sentido com as autoridades de Caracas, e Havana não se opor a isto.
Em novembro passado, navios de guerra de Venezuela e Rússia realizaram manobras conjuntas nas águas do Caribe venezuelano, uma zona tradicionalmente considerada como área de influência dos Estados Unidos.

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