2011/04/15

Vero

Poeminha despretensioso e sem rima para o fim de semana.

VERO

De nada vale empaturrar de pão
o povo, que até incha mas não nutre,
se o que ele tem é sede.
É inócuo despejar terrinas d’água
goelas a dentro do pobre cidadão,
que até encharca, mas afoga,
se o que ele tem é fome.
É inútil abarrotar de notícias
o tenro contribuinte,
que até informa, mas não forma,
se o que ele quer é o verbo vero.
Sentidos e sentimentos
não se traem,
só palavras e gestos
que se arrastam,
apagados por fim por camadas
de poeira.

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