2009/10/19

Verso

VERSO

Muitas vezes dos meus versos
só não sei a cor.
Amigos tão íntimos
que apenas no olhar nos falamos
como o primeiro beijo
reza que nunca se esqueça.
Nunca.
Há na estrada
sobressaltos, porém.
Das moitas saltam
cabotinos, espertos
vendedores mambembes,
muchachas lindas
coloridas de veneno.
Então limpo a garganta
e canto,
encanto os lobos famintos
de mais uma trilha.
Sigo os sulcos, silvos
da terra castigada,
sigo a selva
nem sempre salva,
esmurro a poeira
para espargir os flocos,
cuspo as caras empinando
os ombros, francos,
esperando então
uma carícia, sempre,
a mais.


Boa semana a todos.

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