2009/01/06

Câmara e Senado

Candidatos se unem contra Temer na disputa pela presidência da Câmara
MÁRCIO FALCÃO
colaboração para a Folha Online, em Brasília
RENATA GIRALDI da Folha Online, em Brasília

Sem o apoio oficial da maior parte dos partidos nem do Palácio do Planalto, os deputados Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI), que disputam a presidência da Câmara, trabalham juntos para reverter a vantagem do peemedebista Michel Temer (SP) --apontado como favorito e o nome escolhido pelo governo federal.
Desde cedo, Aldo e Ciro estão reunidos nesta terça-feira. Juntos, disparam telefonemas e agendam encontros com líderes de partidos políticos que estarão em Brasília neste período de recesso. Até o dia 31, os deputados e senadores estão de férias ou cumprindo o recesso legislativo, portanto fora de Brasília.
No encontro, os deputados reavaliaram o cenário e afirmam que o desenrolar da briga pela sucessão no Senado terá impacto direto na batalha pelo comando da Câmara. "O PT não vai abrir mão das duas Casas. Agora, o que não sabemos é se uma eventual traição dos petistas vai beneficiar a campanha do Aldo ou a minha", afirmou o deputado do PP.
Senado
No Senado, até o momento, duas candidaturas foram lançadas: a do petista Tião Viana (AC) e de Garibaldi Alves (PMDB-RN), atual presidente, que tenta a reeleição. Na avaliação de Ciro, há grandes chances dos petistas retaliarem o PMDB da Câmara pela falta de apoio ao nome do partido no Senado, o que enfraqueceria Temer na briga pela sucessão do petista Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Outro assunto tratado por Ciro e Aldo é a sinalização do PDT em trocar o apoio ao candidato do PC do B por Temer. Ontem, Temer disse que o ministro Carlos Lupi (Trabalho), uma das principais lideranças pedetista, indicou que o PDT deverá ficar ao seu lado. A adesão do PDT é contabilizada como vitória do peemedebista que contabilizaria 25 votos do partido e enfraquecimento do chamado bloquinho, formado por PC do B, PSB e PDT.
Aldo, no entanto, teria minimizado o racha. "O que acontece com o PDT ocorreu em todos os partidos que apoiaram Temer. Não foi uma decisão majoritária das bancadas, foi uma decisão de cúpula. Nós temos consciência que na hora da votação esse apoio não vai se refletir em votos", disse Ciro.
Em meio às articulações, Ciro e Aldo continuam acreditando que a eleição para a presidência da Câmara, marcada para o dia 2 de fevereiro, será decidida em segundo turno. Nos bastidores, os dois deputados trabalham pelos votos de partidos, entre eles PP, PC do B, PSB, PRB e PMN, que somam 108 votos.

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