2015/01/01

Luiz Fernando Pezão toma posse em seu segundo mandato como governador

RIO — Com um discurso de 22 minutos, no qual destacou a parceria com prefeitos e investimentos em segurança, saúde, saneamento e educação, o governador Luiz Fernando Pezão tomou posse na manhã desta quinta-feira, ao lado de seu vice, o ex-senador Francisco Dornelles, para seu segundo mandato à frente do governo do Rio. A cerimônia, realizada no plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), começou pontualmente, por volta das 10h. Além dos deputados estaduais, estiveram presentes na mesa do plenário autoridades como o ex-governador Sérgio Cabral, o cardeal dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio; a presidente do Tribunal de Justiça (TJ-RJ), desembargadora Leila Mariano, e o procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira.

Ao exaltar a presença das autoridades — especialmente o ex-governador Sérgio Cabral, ovacionado pela plateia —, Pezão comprometeu-se a usar o mandato em prol dos interesses do povo do Rio, “principalmente os que mais precisam”. A cerimônia foi conduzida por Paulo Melo, que assumirá a secretaria de Governo da próxima gestão.

— Quero saudar especialmente este que foi meu companheiro de chapa, responsável pelo maior legado já deixado neste estado, o governador Sérgio Cabral — disse Pezão, interrompido por uma saraivada de aplausos, que ainda citou mais uma vez o companheiro de partido: — Quero agradecer ao governador Sérgio Cabral por ter proporcionado os momentos mais felizes da minha vida.
Ao falar sobre o momento econômico do país e do Rio, ele destacou que será preciso usar muita criatividade para fazer o Estado continuar avançando.
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— São momentos difíceis, mas a gente vai saber controlar cada recurso. Não vou ter a ousadia de chamar a crise de uma “marolinha”. Mas o Rio não vai parar de crescer. Se tem um estado que vai ajudar o Brasil a crescer, (esse estado) será o nosso.

‘VAMOS CONTINUAR A PARCERIA COM A PRESIDENTE DILMA’

Pezão citou seus pais, Ecy e Darcy de Souza, e agradeceu nominalmente ao secretário José Mariano Beltrame, além de afirmar que nos últimos anos o Rio “mudou”. Mas, como fez durante a campanha, disse não ter a utopia de “que todas as batalhas foram vencidas”. Em relação à saúde, Pezão também citou o novo secretário de Saúde, Felipe Peixoto, e afirmou que pretende investir fortemente na atenção básica. Lembrando o que ele chama de “municipalismo”, Pezão disse ainda que vai ajudar aos prefeitos do estado a investir no setor, como na construção de clínicas da família.

— Vamos continuar a parceria com a presidente Dilma, essa grande brasileira que nunca nos faltou, assim como o presidente Lula. Queremos avançar principalmente na Saúde.

Ele repetiu a frase na qual afirma que será “um segundo prefeito” de cada cidade. E que, neste sentido, trabalhar para acabar com uma dívida que existe com a Baixada Fluminense e outros municípios da Região Metropolitana. Pezão garantiu que levará água à Baixada e afirmou ainda que discutirá com o Poder Legislativo o modelo para o esgotamento sanitário tanto na Baixada quanto em São Gonçalo. No discurso, feito de forma muito descontraída e firme, ele lembrou toda a sua trajetória política, que começou como vereador, e depois prefeito de Piraí, no interior do estado. Pezão saudou ainda seus adversários e chamou todos a contribuir esse momento de dificuldade, mas também de oportunidade para o estado.

Pezão prometeu que a rede estadual de educação chegará ao primeiro lugar do Ideb no Ensino Médio e garantiu obras para expandir o fornecimento de água para a Baixada Fluminense.

— Ontem (quarta-feira) assinamos o empréstimo de R$ 3 bilhões com a Caixa para levar água a toda Baixada. Já compramos mais de 800 quilômetros de tubos — relatou.

O governador reconduzido ao cargo prometeu transformar a crise econômica causada pela situação do país e pela queda do valor do barril de petróleo em “momentos de oportunidades”. Disse que o governo do estado vai assumir o protagonismo do planejamento na área de saúde.

— Nós temos uma dívida muito grande na saúde. Quero ajudar os prefeitos na atenção básica — garantiu, citando um encontro no próximo dia 7 de janeiro com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, ao lado do prefeito Eduardo Paes.

Em sua fala, o governador, bastante sorridente, fez uma retrospectiva de sua carreira política, que culminou com a vitória sobre Marcelo Crivella (PRB) no segundo turno das eleições de 2014, além de ter se comprometido em manter uma relação cordial com a Assembleia Legislativa.

— É um prazer imenso estar tomando posse nesse ano em que a gente comemora os 450 anos da cidade do Rio. Comecei como vereador de minha cidade, Piraí. Nunca deixei de levar nenhum projeto à Câmara de Vereadores quando eu fui prefeito. Quero manter a mesma prática, de discussão com o Legislativo como governador. Tenho muito orgulho da minha trajetória — afirmou.
Ainda relembrando sua história na política, o governador falou das dificuldades que encontrou ao se tornar prefeito de Piraí, sua cidade natal.

— Assumi Piraí em um momento muito difícil, esse desafio (de governar o Rio de Janeiro) não me assusta. Em 1997, Piraí arrecava R$ 17 milhões. Quando saí, arrecadava R$ 95 milhões, e hoje todas as crianças têm um tablet. Na minha época era laptop.

Após os compromissos desta manhã, o governador seguiu para Brasília, onde acompanhou a posse da presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato.


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http://oglobo.globo.com/rio/luiz-fernando-pezao-toma-posse-em-seu-segundo-mandato-como-governador-14945739

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