A operação Tapete Persa, da Polícia federal, iniciada nesta terça-feira (27), prendeu pelo menos 20 pessoas e indiciou mais três por exploração, abuso sexual e pedofilia na internet. Entre os vinte presos estão um adolescente, quatro idosos e um oficial da polícia --que os delegados não informaram a qual Estado pertence.
O Brasil está em 4º lugar entre os países que mais compartilham arquivos de pedofilia pelo computador, de acordo com Marcelo Bórsio, delegado do Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil na Internet (Gecop), da PF. Os primeiros lugares são ocupados por Alemanha, Espanha e Inglaterra.
As prisões realizadas hoje fazem parte da ação da PF que envolve 81 mandados de busca e apreensão em nove Estados: Alagoas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal. A operação conta ainda com 400 agentes da Polícia Federal.
“Este é um recorde de prisão em flagrante em relação a todas as outras operações [desse tipo] da Polícia Federal. É um marco negativo porque gostaria que tivesse menos prisões”, disse Stênio Souza, chefe do Gecop. Cada um dos presos pode pegar até 15 anos de prisão.
O nome da operação (Tapete Persa) faz alusão a um dos vídeos compartilhados pelos pedófilos, em que se notam imagens degradantes de uma criança de aproximadamente seis anos de idade sendo abusada sexualmente, tendo como pano de fundo um tapete persa, que também é o significado do vocábulo “perserttepich”, em alemão.
Segundo a PF, a operação é internacional, em cooperação com a Interpol e a Polícia Criminal de Baden-Württenberg, localizada no sudoeste da Alemanha. No Brasil, é coordenada pela Divisão de Direitos Humanos da PF, por meio do seu Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil na Internet (Gecop).
As investigações no país começaram após a Operação Perserttepich & Collection, deflagrada em junho de 2009 pela polícia alemã, que realizou o monitoramento de redes ponto-a-ponto (P2P) na internet, utilizadas para o compartilhamento de arquivos contendo imagens e vídeos de violência sexual contra crianças e adolescentes.
Após realizar a varredura da rede mundial de computadores, a polícia alemã identificou milhares de usuários em todo o mundo, inclusive no Brasil, realizando a conduta ilícita. Os fatos foram informados à representação da Interpol, no final do ano de 2008 e, a partir desta, chegou ao conhecimento da Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal.
Ainda no primeiro semestre de 2009, a unidade central da PF para crimes de pedofilia iniciou investigações preliminares para identificação dos locais e suspeitos. A autorização judicial partiu da 12ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. Foram instaurados diversos inquéritos policiais, levantamentos de inteligência e solicitados mandados de busca e apreensão, visando à deflagração conjunta da Operação Tapete Persa nos Estados.
Uol
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