2010/02/23
Sesi apresenta "Simplesmente eu, Clarice Linspector"
Apresenta:
Simplesmente eu, Clarice Lispector
Sobre o Espetáculo:
Duração: 60 minutos
Atriz: Beth Goulart
Classificação indicativa: 12 anos
Local: Teatro SESI – Campos
Telefone: (22) 2101-9000
Capacidade do teatro: 205 lugares
Ingressos: R$15,00 e R$7,50 (Cientes do SESI, estudantes, pessoas com mais de 60 anos)
Bilheteria: 8h às 20h
Apresentações – 18 e 19 de março, quinta e sexta, às 20h
Encontro com Clarice Lispector
O que me levou a fazer Clarice Lispector no teatro foi o mistério do espelho, a identificação que sinto por ela. A vontade de trazer mais luz sobre esta mulher que revolucionou a literatura brasileira e redimensionou a linguagem falando do indizível com a delicadeza da música, usando a escrita como uma revelação, buscando o som do silêncio ou fotografar o perfume. “A arte é o vazio que a gente entendeu” diz Clarice.
Quero atingir o vazio de mim mesma para refletir a profundidade desta mulher que conhece o segredo das palavras e suas dimensões. O questionamento é a busca constante do artista diante de sua escolha; como ela, eu gosto de intensidades.
Há dois anos mergulhei num processo de pesquisa para escrever este roteiro lendo tudo o que podia de sua obra e livros biográficos. Fiz dois workshops com Daisy Justus, psicanalista, especializada em Clarice Lispector, que analisa sua obra sob a ótica da psicanálise. Vi e ouvi tudo o que podia sobre ela, suas entrevistas, fotos, o depoimento no MIS, a entrevista póstuma na TV Cultura, enfim, me tornei uma esponja de tudo o que se referia a ela.
Neste olhar apaixonado escolhi sua obra para recontá-la. Construí um corpo narrativo com trechos de entrevistas, depoimentos e correspondências que preparam os personagens que irão se apresentar ao público como desdobramentos dela mesma. Os temas abordados são reflexões sobre criação, vida e morte, Deus, cotidiano, palavra, silêncio, solidão, arte, loucura, amor, inspiração, aceitação e entendimento. Clarice é muito pessoal em seus escritos e todos os seus personagens tem algo de si mesma. Acho que Joana de “Perto do coração selvagem” talvez seja a mais parecida com sua essência criativa e indomável. Ana do conto “Amor” é a dona de casa e mãe dedicada que Clarice certamente foi. Lori de “Uma Aprendizagem ou O livro dos prazeres” vive em cena as descobertas do amor e a Mulher do conto “Perdoando Deus” é uma bem humorada auto-crítica.
Por: Beth Goulart
OS PARCEIROS
Beth Goulart escolheu parceiros de peso para a criação do espetáculo - Maneco Quinderé aceitou o desafio de elaborar a luz. A supervisão de direção é do mestre Amir Haddad, que irá questionar as escolhas da atriz e diretora para atingir melhor o público e compartilhar a alegria do ato teatral. A trilha foi criada por Beth e especialmente composta por Alfredo Sertã, inspirado em Eric Satie, Arvo Part, Debussy e Lalo Schifrin.
A direção de movimento de Márcia Rubin é fundamental para a sutileza das transmutações e a precisão de gestos e coreografias. Rose Gonçalves ajuda a visualização de cada palavra em sua preparação vocal, dando maior noção de tempo à narrativa. O cenário de Ronald Teixeira remete a idéia de um útero de folhas que abraça todo o espaço cênico dando a neutralidade do vazio e a magia do onírico. O figurino de Beth Filipecki, com elegância e simplicidade, aproxima Beth de Clarice. As fotos são da italiana radicada no Brasil Fabian. O visagismo das fotos é de Rose Verçosa. O visagismo do espetáculo é de Westerley Dornellas. A programação visual é de João Gabriel Carneiro e a direção e produção de Pierina Morais.
c/ed.
foto: divulgação
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