2010/02/19

LUCKY

Nome mais certo certamente não haveria. Escolhido que acabaste sendo entre tantos irmãos, vidas que vieram ao mundo para alegrar, ofício do qual DEUS não escolhe qualquer um.
Se falamos apenas para aqueles que sabem das relações entre humanos e cães, parecemos óbvios, mas quando tentamos tocar aqueles que não conhecem o que isto significa, tentamos achar palavras, desenhos, vídeos (tão em moda) ou exemplos. Nada, na verdade, que nos pareça tão perfeito quanto a convivência.
Os cães são aqueles seres tão conhecidos (ou não, por alguns alienígenas terráqueos) que cantam e encantam. Aqueles seres peludos, orelhudos, babões, briguentos, brincalhões, alegres, amigos (acima de quase tudo – só não vale tentar “roubar os seus ossos”), fiéis (acima de tudo) e que todas as vezes nos fazem esquecer de todas as agruras do mundo. Nos fazem ser crianças de novo, nos fazem nos mexer, nos fazem lembrar que a vida é uma troca incessante de atenções e interesses, mesmo que esses sejam apenas os pequeninos, aqueles de dar o pão a quem te beija a boca todos os dias.
Já foi dito que uma boa lambida de um cão é melhor do que qualquer sessão de análise – pois vou além, talvez muito além: talvez aprendamos mais sobre os homens com os cães do que com os próprios homens; talvez possamos sentir a essência da fidelidade e do gostar com o relacionamento em si e com algumas horas fora de casa. Não se mede a festa de volta, como se estivéssemos no Alaska há anos...
Talvez aprendamos como conversar com os olhos; como saber o que o outro pensa com um gesto dos mais simples; talvez, pelo menos uma única vez na vida, tenhamos a certeza de que quem está ao seu lado não quer saber se temos dinheiro no bolso (um biscoito, hum... quem sabe?), se suas contas estão pagas; com quem você se deita, como disse Caetano; para que time você torce; a sua religião; o que você pensa da vida e do universo. Talvez aprendamos que um abraço sincero, naquela hora, qualquer hora, é, meu DEUS, apenas um abraço sincero. Um abraço de um cão, que só quer estar ali, ao seu lado.
Lucky foi tudo isto e mais. Um mais que não cabe aqui, apenas no meu coração e mente.
Vai amigo, brincar no céu dos cães, encontrar os seus (se é possível), e dirigir a nós os olhos tristes, que “de tristes nada tinham”, como eu sempre disse.

LUCKY
* 28/10/1999
+ 19/02/2010

4 comentários:

Anônimo disse...

Cão é amor incondicional, imagino oq deve estar passando, pois mesmo conhecendo um pouco as leis espirituais, fiquei triste e desolado por um bom período face a perda de meu cão. Só o tempo teve o poder de amenizar a minha dor. Abçs

Fátima Cristina disse...

Oi irmão querido! Nossa, fiquei comovida com o que vc escreveu! Concordo com tudo, principalmente o BEM que esses seres de 4 patas fazem à nossa vida. O que importa na hora da perda é saber que nós os amamos tanto e que demos a eles o nosso melhor!! E que se foram sim, ficamos triste demais, mas eles cumpriram tão bem o papel deles, houve tanta troca de amor que fez tudo valer a pena...imagino o que vc sente!! E o TEMPO,na sua capacidade de fechar feridas, fará isso por vc, tenha fé. Bjssssssssssssssss

Ricardo André Vasconcelos disse...

Luciano, "quanto mais conheço os homens mais admiro os animais", já dizia Herculano.
Compartilho da sua dor nesse momento, até mesmo pelo amor incondicional que eu e Mila dedicamos um ou outro. A Mila, dona de mim, faz 10 anos em abril e é responsável por boa parte dos meus bons momentos.
Um abraço
Ricardo André

Luciano Aquino Azevedo disse...

Obrigados a todos, a Ricardo amigo e Tina.
E vamos em frente.