2018/11/02

Celebrar e viver a Comunhão dos Santos

O mês de novembro trás, para nós, a perspectiva escatológica (final da vida e do mundo e o que nos espera) e a Comemoração anual do Dia de Finados é um momento importante para a reflexão e, na serenidade e esperança cristã, renovar a nossa solidariedade com nossos irmãos falecidos. Desde os inícios do Evangelho, nas primeiras comunidades, ficou muito claro para os que seguem a Cristo, que Ele se apresenta como a Ressurreição e a Porta para a vida eterna.

O primeiro termo, que designou a Igreja, foi a de Comunhão dos Santos, incluindo, não só os que estavam vivos, mas os que já se encontravam no Senhor. Aprofundar esses vínculos imperecedouros, na caridade cristã, constitui a grandiosa finalidade deste Dia. Não se trata, portanto, de uma recordação triste ou amargurada, mas na legítima saudade, fazer experiência da presença e vigor de laços de afeto e amizade que não morrem.

Mas, também despertar em nós a vocação de ressuscitados, que já começou, ensinando-nos a viver sem ódio e sem medo. Quem vive na certeza de uma existência ascensional, rumo á casa do Pai, supera os bloqueios e os egoísmos, bem como as máfias traficantes da opressão e da guerra que nos intimidam e ameaçam.

Foi, assim, que um jornalista cristão, que denunciava no seu país, El Salvador, a ação dos esquadrões da morte locais, que o haviam avisado que morreria se não parasse, respondeu: “Que podem fazer-me, se me matarem, ressuscitarei, porque acredito na Páscoa de Cristo Libertador!”. Ninguém pode separar-nos do amor de Cristo, por isso, com a certeza na frente e a história na mão, com olhos fixos em Cristo Bom Pastor e apaixonados pelo Reino, testemunhemos a vitória definitiva da vida total que nos espera. Deus seja louvado!    

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo  de Campos (RJ)

http://www.ururau.com.br/colunas/coluna-dom-roberto/celebrar-e-viver-a-comunhao-dos-santos/20657/

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