2013/07/14

Minoritários da OGX se reúnem em SP e decidem pedir à CVM informações sobre a empresa

SÃO PAULO - Um grupo de cerca de 35 acionistas minoritários da OGX Petróleo, empresa petrolífera do empresário Eike Batista, se reuniu neste sábado numa churrascaria em São Paulo para discutir estratégias contra as perdas.

As ações da empresa se desvalorizaram cerca de 95% de outubro de 2010, quando atingiu sua cotação máxima de R$ 23,27, até a última sexta-feira, fechado a R$ 0,43. No encontro, que durou duas horas, os minoritários traçaram uma linha de ação para ter algumas de suas reivindicações atendidas, como a criação de um conselho fiscal, indicação de um representante para o conselho de administração e informações objetivas sobre a real situação da OGX.
 
Eles também fizeram um apelo para que os milhares de pequenos investidores da OGX não 'aluguem' suas ações neste momento. O objetivo é evitar especulação, com mais apostas na queda de preço do papel.
- As pessoas que puderem, neste momento, não aluguem suas ações. O que tem ficado muito claro para os minoritários é neste momento especulação não vai devolver valor para a empresa - disse William Magalhães, responsável pela organização da primeira reunião entre acionistas minoritários.

Neste tipo de operação, o investidor aluga uma ação por uma taxa e um período pré-determinados. Depois, vende as ações alugadas ao mercado, apostando que seu preço cairá no futuro. Quando ela se desvaloriza, o investidor recompra o papel por um preço menor e devolve ao seu proprietário, embolsando a diferença.

Ata será enviada à CVM

A demanda por aluguel de ações da OGX cresceu muito este ano, com o mercado apostando na desvalorização dos papéis da petrolífera. A BM&FBovespa elevou por duas vezes o limite para o aluguel de ações da OGX. Na última, em maio, o percetual limite passou de 30% para 45% das ações em circulação. São estimados em 51 mil os acionistas pessoas físicas da OGX.
O grupo também decidiu que vai encaminhar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que fiscaliza o mercado, alguns pedidos de informações sobre a OGX, uma vez que as solicitações feitas diretamente à empresa não surtiram efeito.

- A ata dessa reunião será levada à CVM para que a gente consiga agendar uma audiência para protocolar alguns pedidos de explicações da real situação da empresa. O que queremos é transparência. Por que os conselheiros saíram? Por que esses poços foram colocados como não comerciais neste momento se há poucos meses foram colocados como comerciais? - afirmou Magalhães.

No mês passado, a OGX informou ao mercado que três campos de petróleo eram inviáveis: Tubarão Areia, Tubarão Gato e e Tubarão Tigre. também informou que o campo de Tubarão Aazul, único em produção, pode parar de produzir no ano que vem.

O grupo ainda espera uma reunião com o Eike Batista, controlador do grupo EBX, e encaminhará à OGX uma cópia da ata do encontro dos acionistas minoritários.

http://oglobo.globo.com/economia/minoritarios-da-ogx-se-reunem-em-sp-decidem-pedir-cvm-informacoes-sobre-empresa-9025094

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