Mas, ao mesmo tempo, estamos
cientes de que não devemos parar de avançar, até pelo fato de já ter sido
detectada uma preocupante estagnação nos ganhos de produtividade em segmentos
vitais do agronegócio. Além disso, transformações importantes na geopolítica
mundial e no comportamento do consumidor forçam-nos a manter o foco na
inovação, para continuarmos competitivos e avançarmos na profissionalização dos
produtores, na consolidação agroindustrial, na expansão da infraestrutura do
País e na sustentabilidade, que elevariam o valor agregado das nossas
exportações. Outro ponto fundamental para o nosso avanço é contarmos com a
habilidade governamental em negociações comerciais que mantenham e ampliem
mercados no exterior.
Nesse aspecto, torna-se
especialmente importante mostrarmos que somos criteriosos na questão da
sustentabilidade ambiental, social e trabalhista no que tange à produção de
alimentos. Não podemos correr o risco de jogarmos fora a reputação conquistada
e perdermos espaços nas gôndolas e nos pratos de populações exigentes como a
europeia, a asiática e a norte-americana. Acreditamos que o sucesso do
agronegócio brasileiro obtido até agora não será suficiente para garanti-lo no
futuro. Os consumidores serão diferentes, a rastreabilidade da produção torna-se
indispensável, tecnologias disruptivas como a da carne de laboratório vão se
acelerar, e ‘fundos verdes’ ganharão espaço no financiamento.
Ou nos conscientizamos disso, ou
não atenderemos a maior parte do crescimento da demanda mundial por alimentos
previsto para as próximas décadas. Nesse contexto, a ABAG, assim como outras
importantes entidades das diversas cadeias produtivas do agronegócio, manifesta
preocupação com recentes movimentos em curso no governo federal no sentido de
promover alterações no Código Florestal e em diretrizes ambientais
relacionadas, principalmente, à Amazônia que poderão gerar uma permissividade
maior em relação ao conceito de Reserva Legal ou, até mesmo, não ser bem
entendidas no exterior.
Para acompanhar todas as informações
disponibilizadas pela revista Agroanalysis, clique aqui.
Por: Marcelllo Brito (Presidente
da Abag)
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