Diretoria da Liesa admite possibilidade e fará reunião para definir futuro do desfile
Rio - Em visita à Cidade do Samba, o prefeito Eduardo Paes defendeu a idéia de que nenhuma escola seja rebaixada no carnaval carioca este ano para não prejudicar as três agremiações que tiveram parte de suas alegorias destruídas pelo incêndio desta segunda-feira. O fogo atingiu galpões da Portela, União da Ilha e Grande Rio, sendo que esta última foi a que mais sofreu prejuízos
"A minha sugestão é que nenhuma escola seja rebaixada porque nenhuma das três terão condições de competir. Por mais que os funcionários se esforcem, não há como disputarem o título. É claro que tudo isso vai depender das determinações da Liesa. Prefeito não é julgador, mas a minha sugestão é essa", afirmou Paes, portelense assumido. Atualmente, apenas uma agramiação é rebaixada do Grupo Especial para o Acesso A.
Apoio para colocar o carnaval na avenida
Mais cedo, Paes garantiu que a União da Ilha, Portela e Grande Rio não ficarão de fora do desfile na Marquês de Sapucaí este ano. Ele afirmou que as agremiações terão total apoio e respaldo da Prefeitura para reconstruir o carnaval a tempo de defenderem com garra seus enredos no Sambódromo.
"O carnaval carioca não irá perder seu brilho por causa dessa tragédia. Sei que será difícil para as escolas colocarem seu desfile na avenida, mas elas terão o total apoio da prefeitura e a coragem e a disposição de suas comunidades para isso. O que faz o carnaval do Rio é a força e a paixão de seus componentes e isso não se perdeu com o fogo", frisou Paes em entrevista à Globonews.
O prefeito afirmou ainda que ainda esta semana terão início os trabalhos de reconstrução do prédio da Cidade do Samba. "Assim que o Corpo de Bombeiros autorizar a entrada no local, iremos iniciar as obras", garantiu Paes, que disse já ter entrado em contato com a empresa responsável.
De acordo com Elmo José dos Santos, diretor de Carnaval da Liesa, a possibilidade de nenhuma agremiação ser rebaixada é real. "Existem sim essa possibilidade, mas ela será discutida nesta reunião. O importante é a união dos presidentes das outras escolas, que estão solidários com o que aconteceu à Ilha, Grande Rio e Portela e estão oferecendo ajuda para dar oportunidade para que todas possam defilar pela Sapucaí no carnaval", afirmou Elmo José.
Representantes das outras escolas já se comprometeram a disponibilizar mão de obra e material para ajudar na reconstrução do carnaval das agremiações prejudicadas pelo incêndio.
Grande Rio perde tudo
Completamente arrasado, o presidente Hélio de Oliveira, o Helinho, disse que é impossível reconstruir o que o fogo destruiu, mas que com a união da comunidade vai fazer de tudo para que a tricolor de Caxias desfile na Marquês de Sapucaí na segunda-feira de carnaval. "Por mim, desfilamos com a camisa da escola, sem fantasias, porque nem com muito dinheiro iremos conseguir reconstruir nosso carnaval", lamentou, com lágrimas nos olhos.
De acordo com Helinho, mais de três mil fantasias estavam guardadas no galpão e tudo foi destruído. "A única coisa que o fogo não queimou foi nossa vontade de desfilar", frisou. De acordo com diretores da escola, a estimativa inicial é de que o prejuízo causado pelo incêndio pode chegar a R$ 10 milhões.
Fogo começou no início da manhã
O grande incêndio que destruiu quatro barracões na Cidade do Samba, na Gamboa, Zona Portuária do Rio, começou por volta das 7h desta segunda-feira. Uma enorme coluna de fumaça escura de cerca de 500 metros tomou conta do céu na região. O fogo se alastrou rapidamente, uma vez que muito material inflamável como cola, resina e isopores fica guardado no local.
Grande parte do telhado e paredes vieram abaixo por conta do fogo. Os barracões atingidos foram das escolas de samba Portela, Grande Rio e União da Ilha e um outro da Liga Independente das Escolas de Samba, que funciona como uma espécide de museu do carnaval.
O Dia
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