2014/01/13

PMDB do Rio oferece candidatura de Cabral ao PT para manter aliança

O PMDB sinalizou nesta segunda-feira (13) que o PT pode indicar o candidato ao Senado no Rio caso mantenha a aliança no Estado em favor do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), escolhido para disputar o governo estadual pela sigla. Na costura, o governador Sérgio Cabral abriria mão da candidatura.

A oferta ocorre um dia antes de reunião entre os diretórios nacional e fluminense do PT para decidir a saída do partido do governo estadual. O PT-RJ quer lançar o senador Lindbergh Farias (PT) para a disputa do governo.

"Candidatura fixada é do Pezão. Evidente que o partido quer o Sérgio como candidato ao Senado. Mas evidente que não será um impeditivo numa aliança com o PT. Cabral tem colocado internamente que a prioridade é vencer as eleições para governador e manter a parceria PT-PMDB", disse Jorge Picciani, presidente regional do PMDB.

Ele participou de encontro de lideranças do PMDB no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio. Estavam presente o vice-presidente Michel Temer, o deputado Eduardo Cunha, o presidente nacional da sigla, senador Valdir Raupp, Cabral e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, entre outros.
O PMDB pretende lançar a candidatura de Cabral ao Senado para ajudar a vincular sua administração ao nome de Pezão. Mas a sigla abre mão do nome do governador para tentar manter a aliança com o PT e retirar a candidatura do senador petista.

O convite, porém, não deve prosperar agora. O PT do Rio insiste na candidatura de Lindbergh e quer sair do governo até o fim de janeiro. A saída já foi postergada por duas vezes a pedido do ex-presidente Lula.

O PMDB do Rio ameaça não apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff caso o PT lance candidato no Estado. Questionado sobre a posição do diretório fluminense, Raupp afirmou ser "muito cedo para discutir questão de apoiamento". O PMDB deve indicar o candidato a vice na chapa nacional.

"PT e PMDB têm uma aliança muito sólida a nível nacional. Todo nosso esforço é para que essa aliança se projete para outros Estados", disse ele.
Raupp afirmou que o PMDB pretende lançar entre 18 e 20 candidatos a governos estaduais este ano no país. Estados como Bahia e Rio Grande do Sul vivem problemas semelhantes a do Rio, no qual PT e PMDB devem disputar em lados opostos o governo.

"Isso é natural. Partidos grandes como o PT e o PMDB é natural que haja disputas [nos Estados]. O esforço é buscar até a última hora a união, o palanque único. O esforço do PMDB Nacional é manter a aliança do Rio", disse Raupp.

A candidatura de Pezão é vista como essencial para o futuro político de Cabral. Na análise de auxiliares do governador, o grupo deve ter um candidato para defender os oito anos de gestão a frente do Estado. Cabral teve vertiginosa queda de popularidade após ser o principal alvo das manifestações no Rio.

O PMDB do Rio aposta ainda num quadro com muitos candidatos, no qual o vice-governador poderia chegar ao segundo turno com os votos dos que aprovam a administração peemedebista no Estado.
De acordo com Picciani, Pezão já conta com o apoio de 12 a 15 partidos. Ele apontou ainda que os demais pré-candidatos não contam com apoio tão amplo quanto o peemedebista.

"Nosso esforço é reproduzir em torno da aliança PT-PMDB como foram feitas nas últimas quatro eleições. Já temos entre 12 e 15 partidos em torno da aliança de apoia o Pezão. Pretendemos chegar aos 21 que o prefeito Eduardo Paes teve na eleição. Eu não vejo [os adversários] isolados. Mas não há nenhuma pré-candidatura com o seu partido e mais dois", disse Picciani.

Partidos que apoiaram Cabral e Paes nas últimas eleições lançaram pré-candidaturas. Além do PT, PC do B, PRB e PSD afirmaram que pretendem ter nomes próprios ao governo do Rio.

13/01/2014 - 16h57
ITALO NOGUEIRA DO RIO
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/01/1397053-pmdb-do-rio-oferece-candidatura-de-cabral-ao-pt-para-manter-alianca.shtml

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