No 4º trimestre, estatal teve prejuízo de R$ 36,938 bilhões.
Trata-se do maior prejuízo anual registrado pela companhia.
A Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 34,836 bilhões em 2015, informou a estatal nesta segunda-feira (21). Trata-se do maior prejuízo anual registrado pela companhia, segundo dados da Economatica, superando o prejuízo R$ 21,587 bilhões de 2014."A empresa demonstra mais uma vez a sua transparência em relação ao resgate da sua credibilidade", disse o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, ao comentar os resultados.
Trata-se do primeiro balanço anual da gestão de Aldemir Bendine, que assumiu a presidência da estatal em fevereiro de 2015, substituindo Graça Foster, em meio à crise detonada pela devassa das investigações da Operação Lava Jato, que na semana passada completou 2 anos.
A Petrobras atribuiu o prejuízo recorde ao ajuste (impairment) de ativos e de investimentos, "principalmente em função do declínio dos preços do petróleo e incremento nas taxas de desconto, reflexo do aumento do risco Brasil pela perda do grau de investimento (R$ 49,748 bilhões)" e pelas "despesas de juros e perda cambial (R$ 32,908 bilhões)". Pesou ainda a queda de 5% nas receitas e a queda dos preços de exportação de petróleo e derivados.
Segundo Mário Jorge da Silva, gerente executivo de Desempenho Empresarial da Petrobras, a maior parte da baixa de ativos em 2015 está associada à menor expectativa dos preços de petróleo em longo prazo. "Expurgando desse resultado o impairment, expurgando do ano de 2015 os dispêndios que tivemos com despesas tributárias, contingências judiciais, devedores duvidosos, e compensando o que seria redução do Imposto de Renda, chegamos a um resultado líquido de R$ 13,6 bilhões positivo", ressalvou.
Prejuízo de R$ 36,938 bilhões
Somente nos 3 últimos meses do ano passado, a Petrobras teve prejuízo foi de R$ 36,938 bilhões, após ter registrado no 3º trimestre prejuízo de R$ 3,759 bilhões. No 1º e 2º trimestres, a companhia reportou lucros de R$ 5,33 bilhões e de R$ 531 milhões, respectivamente.
No 4º trimestre de 2014, a petroleira tinha registrado o maior prejuízo timestral da sua história, com perda de R$ 26,6 bilhões, em balanço que calculou as perdas por corrupção em R$ 6,194 bilhões.
Endividamento recua no 4º trimestre
Além da queda dos preços internacionais do petróleo, o resultado financeiro da Petrobras tem sido pressionado pelo alto endividamento.
Na comparação com dezembro de 2014, o endividamento líquido aumentou 39% no final do 4° trimestre, principalmente em decorrência da desvalorização de 47% do real frente ao dólar.
A dívida líquida da Petrobras subiu em 2015 e tornou a petroleira a segunda empresa de capital aberto mais endividada da América Latina e Estados Unidos. No final de 2014, o endividamento líquido total era de R$ 282 bilhões, passando para R$ 402,3 bilhões no final de setembro.
No final de dezembro do ano passado, entretanto, a dívida líquida recuou para R$ 391,9 bilhões, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira. Em dólar, o endividamento líquido recuou 5% em 1 ano, para US$ 100,379 bilhões, segundo a estatal.
"A par de um resultado contábil negativo, tivemos resultado gerencial positivo, a empresa depois de 8 anos apresentou geração de fluxo de caixa positivo. As despesas administrativas recuaram, e nós tivemos recuo na nossa dívida líquida”, destacou Bendine.
Cristiane Caoli, Darlan Alvarenga e Taís Laporta
Do G1, em São Paulo
Veja a matéria completa em:
http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2016/03/petrobras-registra-prejuizo-de-r-34836-bilhoes-em-2015.html?utm_source=push&utm_medium=app&utm_campaign=pushg1
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