Segundo reportagem publicada neste sábado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Comitê Olímpico Internacional está extremamente preocupado com a preparação do Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos de 2016. O impresso teve acesso a documentos secretos do COI que apontam problemas graves na infraestrutura da cidade, uma situação financeira delicada do município e constantes atrasos na resolução de problemas há menos de três anos da realização do evento.
Segundo o jornal, o COI listou 44 itens da preparação do evento e classificou-os de três diferentes maneiras: verde para aquilo que está dentro do prazo, amarelo para aquelas que estão em risco e vermelho para atrasos comprovados. Estão na lista verde apenas itens periféricos como "revezamento da tocha olímpica", "identidade visual" e "sustentabilidade" - todo o resto gera algum tipo de preocupação do Comitê.
O ponto mais grave é a falta de infraestrutura da cidade - capítulo que se encontra integralmente em vermelho. O sistema de transporte da cidade foi colocado praticamente todo em xeque: atrasos na expansão da linha 4 do metrô e a falta de um plano alternativo caso falhe esta opção, falta de ônibus suficientes, adiamentos nas construções da Transolímpica e a Transbrasil e até a ausência de um estudo aprofundado sobre as demandas no setor.
O sistema hoteleiro também está despertando bastante preocupação do COI. Isto porque até agora, o número de quartos disponíveis é de 19,2 mil, sendo que o evento precisará de 45 mil. Uma das ideias dos organizadores para resolver este problema é usar navios como hotéis, mas os portos também estão com o sinal amarelo - o que pode comprometer a concretização do plano.
Até o abastecimento de água e eletricidade também serão "cuidadosamente monitorados" segundo expressão divulgada nos documentos do COI.
As constantes mudanças nos projetos das instalações esportivas irritam o Comitê, que enxerga uma falha de planejamento e crê que isto possa comprometer todo o evento. "Ainda existem muitas e frequentes mudanças de locais ou incertezas sobre a localização e especificações das instalações. Essas alterações podem ter impactos negativos nas operações", descreve o relatório.
É neste capítulo que entra a situação do Maracanã: o estádio que sediou a Copa das Confederações e será palco da final da Copa do Mundo no ano que vem corre o risco de sofrer processos legais que poderiam impedir os planos de adequação do complexo para 2016. O Engenhão, fechado por estar com a cobertura ameaçada de desabar em caso de grandes ventanias, deixa o COI alarmado. "Um calendário integrado de construção precisa ser urgentemente exigido. Isso teria que garantir não apenas os trabalhos de correção do teto, mas outras exigências para as instalações existentes", alertou.
Novas leis contra o doping deveriam ter sido aprovadas em junho de 2012, mas a data foi adiada para setembro de 2013. Além disso, o Laboratório do Rio foi descredenciado pela WADA (Agência Mundial Antidoping), deixando o Brasil sem nenhuma instituição preparada para realizar os testes.
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