Brasília – A Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) é uma das nove entidades sindicais a entregarem uma carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro manifestando apoio às reformas, em especial, à da Previdência. A audiência ocorreu na terça-feira, no Palácio do Planalto, e contou com a presença de ministros, dentre eles Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil).
Segundo o documento, as entidades reconhecem a coragem e o patriotismo do presidente em conduzir os ajustes na Previdência Social brasileira o que, segundo elas, trata-se de imprescindível prioridade do governo. “Confiamos também no apoio e no bom senso do Congresso Nacional que, atento ao senso de urgência da situação, certamente irá aprovar uma Previdência justa e sustentável”, consta em trecho do documento.
REPRESENTATIVIDADE
Além do presidente da CNCoop, Márcio Lopes de Freitas, quem também assinou o documento foram os seguintes presidentes:
- João Martins da Silva Junior, da Confederação Nacional da Agricultura, Pecuária do Brasil;
- José Roberto Tadros, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo;
- Robson Braga de Andrade, da Confederação Nacional da Indústria;
- José Ricardo da Costa Aguiar Alves, da Confederação Nacional das Instituições Financeiras;
- Vander Costa, da Confederação Nacional dos Transportes;
- Márcio Coriolano, Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização;
- Breno de Figueiredo Monteiro, da Confederação Nacional da Saúde;
- Gláucio Binder, da Confederação Nacional da Comunicação Social;
- Daniel Kluppel Carrara, diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
Com três recordes registrados nesta safra de algodão, o Brasil atinge um novo patamar no mercado internacional, passando a Índia e tornando-se o segundo maior exportador mundial de pluma, atrás apenas dos Estados Unidos. O desafio agora para o país manter-se competitivo é aumentar a participação nos mercados da Ásia, onde estão as maiores indústrias de algodão, já que o mercado interno está estagnado há cerca de dez anos.
Os recordes são:
em área plantada, que registra um aumento de 35,4% em relação à safra passada
em produção, com alta de 32,8%
nos volumes exportados, com embarque de 998 mil toneladas até abril
Os números foram publicados em boletim da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento).
Em área plantada, a estimativa da safra que se encerra em junho é de 1,590 milhão de hectares, com produção de 2,66 milhões de toneladas de plumas.
Pelos dados da Anea (Associação Nacional dos Exportadores de Algodão), os embarques para o exterior até abril já atingiram 1,045 milhão de toneladas, ante as 915 mil toneladas da safra passada, e devem passar de 1,2 milhão de toneladas até junho, quando se encerra a safra 2018/19.
Passando o recorde histórico de 2012
A Índia, que ocupava a segunda posição no ranking mundial, deve exportar 980 mil toneladas até junho, segundo estimativa da USDA (Departamento de Agricultura dos EUA). Já os líderes preveem embarcar 3,5 milhões de toneladas.
"Já passamos nosso recorde histórico de 2012, quando exportamos 1,030 milhão de toneladas", disse Henrique Snitcovski, presidente da Anea. Segundo ele, com o aumento de produção, o Brasil deixou de lado a sazonalidade que caracterizava a exportação de algodão.
Tradicionalmente, 70% dos embarques se concentravam no segundo semestre, período de entressafra da produção norte-americana. "Desde o ano passado, passamos a participar mais do mercado internacional e vender volumes grandes também no primeiro semestre."
O recorde mensal foi obtido em dezembro de 2018, com 215 mil toneladas embarcadas.
Crescimento em áreas de milho
Bruno Nogueira, analista de mercado da Conab, e Daniele Santos, analista de algodão da Céleres, consultoria focada no agronegócio, afirmaram que a demanda internacional por pluma está em alta, o que atrai mais produtores e investimentos.
Apesar disso, o grande aumento da produção brasileira nesta safra e a estagnação do mercado interno vão elevar os estoques de passagem, que devem atingir 1,081 milhão de toneladas ante as 691 mil toneladas da safra passada.
Milton Garbugio, presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), disse que a cultura vem crescendo em cima de áreas de milho, especialmente no Mato Grosso, que produz quase 70% da pluma nacional. Na safra 2017/18, a produção no estado foi de 1,290 milhão de toneladas. Nesta safra, deve chegar a 1,765 milhão.
As estimativas da Abrapa indicam que a produção brasileira vai atingir 2,8 milhões de toneladas nesta safra, pouco mais de 100 mil toneladas na comparação com os dados da Conab.
Boa remuneração ao produtor
Apesar do custo de produção alto, de R$ 7.000 a R$ 8.000 por hectare, Garbugio disse que a atividade está remunerando bem o produtor na comparação com outros produtos e que pelo menos dois terços da safra são vendidos antes da colheita.
Rodrigo Rigon, administrador da fazenda Mirandópolis, em Rondonópolis (MT), afirmou que pelo menos 50% da produção de algodão já está vendida. A área plantada dessa cultura na propriedade de 16.500 hectares cresceu de 2.200 ha para 4.260 ha nesta safra. "O mercado está pagando bem, o clima está favorável e a nossa produtividade deve subir de 110 arrobas de pluma por ha para 125 arrobas."
Segundo ele, o que está atrapalhando um pouco é a infestação do bicudo, praga do algodão. No grupo Bom Jesus, que inclui a Mirandópolis, a área de algodão subiu de 50 mil hectares para 70 mil nesta safra.
Desafio é chegar mais rápido à Ásia
O desafio de produtores e exportadores agora é resolver problemas de logística para conseguir ser mais competitivo no mercado internacional e elevar suas exportações para os países que já compram o algodão brasileiro: China, Vietnã, Turquia, Coreia do Sul e, especialmente, Bangladesh, que é o maior importador mundial da pluma e já recebeu neste ano 14% dos embarques do Brasil, ante os 9% do ano passado.
Nesta safra, as exportações para a China, que respondiam por 10% em média, passaram para quase 35%. Parte disso é creditada à guerra comercial da China com os EUA.
"Nosso 'transit time' (tempo de viagem) até os portos da Ásia, na melhor das rotas, é de 35 dias. Os americanos chegam em 20 dias, e australianos e indianos, em menos de 15 dias", afirmou Snitcovski.
Para tentar diminuir esse tempo, o setor reativou um comitê de logística para abrir novos portos para a exportação, já que mais de 90% do algodão é exportado via Santos (SP). Estão em testes os portos de Paranaguá (PR), Salvador (BA), Pecém (CE) e Manaus (AM).
Para se manter competitivo, além de reduzir o tempo de viagem, o dirigente avalia que o país precisa manter a qualidade de seu algodão, enquadrado na categoria não contaminante, assim como a eficiência no planejamento da safra e a regularidade de exportação o ano todo.
O presidente da Abrapa afirmou que, além da falta de contêineres em outros portos para transportar o algodão para a Ásia, outro gargalo da exportação é a logística de transporte rodoviário do país, que inclui a tabela de frete. "Essa questão da tabela vem judiando do produtor."
Para Garbugio, a qualidade do algodão brasileiro melhorou muito graças ao uso de mais tecnologia e novas cultivares. Dono de 1.700 hectares de algodão em Campo Verde (MT), ele afirma que 90% da produção brasileira é certificada por boas práticas ambientais e sociais, e todas as cargas embarcadas têm sistema de rastreabilidade.
No acumulado de janeiro a abril, país registra a criação de 313.835 empregos com carteira assinada, queda de 6,83% frente ao mesmo período do ano passado.
Por Alexandro Martello, G1 — Brasília
A economia brasileira gerou 129.601 empregos com carteira assinada em abril, de acordo com números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Ministério da Economia.
O saldo é a diferença entre as contratações e a demissões. Em abril, o país registrou 1.374.628 contratações e 1.245.027 demissões.
Esse é o melhor resultado para meses de abril desde 2013, ou seja, em seis anos. No mesmo período do ano passado, foram abertas 115.898 vagas com carteira assinada.
RESULTADO DO EMPREGO FORMAL EM MESES DE ABRIL
DADOS SÃO DO CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS
Os números oficiais do governo mostram também que, nos quatro primeiros meses deste ano, foram criados 313.835 empregos com carteira assinada.
Com isso, houve queda de 6,83% frente ao mesmo período do ano passado - quando foram abertas 336.855 vagas formais.
Os números de criação de empregos formais do primeiro quadrimestre, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo nos meses de janeiro e março. Os dados de abril ainda são considerados sem ajuste.
Já nos últimos 12 meses, segundo o Ministério do Trabalho, foi registrada a criação de 477.896 postos de trabalho formais. Com o resultado de abril, o estoque de empregos estava, no final daquele mês, em 38.590 milhões de vagas, contra 38.118 milhões no mesmo mês de 2018.
Por setores
Os números do governo revelam que, em abril, houve abertura de vagas em todos os oito setores da economia.
O maior número de empregos criados aconteceu no setor de serviços. Já a indústria extrativa minera foi o setor que criou menos vagas.
Indústria de Transformação: +20.479
Serviços: +66.290
Agropecuária: +13.907
Construção Civil: +14.067
Extrativa Mineral: +454
Comércio: +12.291
Administração Pública: +1.241
Serviços Industriais de Utilidade Pública: +867
Dados regionais
Segundo o governo, houve abertura de vagas formais, ou seja, com carteira assinada, em todas as regiões do país em abril deste ano.
Sudeste: +81.106
Sul: +14.570
Centro-Oeste: +15.240
Norte: +3.092
Nordeste: +15.593
O governo informou ainda que, das 27 unidades federativas, 23 tiveram saldo negativo (fechamento de empregos formais) em abril deste ano.
Os maiores saldos positivos de emprego ocorreram em São Paulo (+50.168), Minas Gerais (+22.348) e Paraná (+10.653 vagas).
Os maiores volumes de demissões foram registrados em Alagoas (-4.692), Rio Grande do Sul (-2.498) e Rio Grande do Norte (-501).
Trabalho intermitente e parcial
Segundo o Ministério do Trabalho, foram realizadas 9.972 admissões e 4.550 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente em abril deste ano. Como o total de admissões nessa modalidade foi maior que o de demissões, houve um saldo positivo de 5.422 empregos no período.
O trabalho intermitente ocorre esporadicamente, em dias alternados ou por algumas horas, e é remunerado por período trabalhado.
Foram registradas ainda, no mês passado, 7.419 admissões novas novas modalidades de regime de trabalho parcial e 4.592 desligamentos, gerando saldo positivo de 2.827 empregos.
As novas modalidades de trabalho parcial, definidas pela reforma trabalhista, incluem contratações de até 26 horas semanais com restrições na hora extra ou até 30 horas por semana sem hora extra.
Salário médio de admissão
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 1.584,51 em abril. Em termos reais (após a correção pela inflação), houve queda de 1,32% no salário de admissão, ou de R$ 21,17, na comparação com o mesmo mês de 2018.
Em relação a março de 2019, porém, houve uma alta real de 0,45%, ou de R$ 7,14, no salário médio de admissão, informou o Ministério da Economia.
O banco público espera obter, pelo menos R$ 1 bilhão com programa.
Por Valor Online
A Caixa Econômica Federal pretende iniciar um grande programa de renegociação de crédito para reabilitar consumidores que hoje, devido à inadimplência, estão fora do mercado. A informação é de Pedro Guimarães, presidente da Caixa, que conversou com jornalistas ao chegar para reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Segundo Guimarães, serão oferecidos descontos de 40% a 90% na renegociação. O presidente da Caixa explicou que os valores a serem negociados já foram contabilizados como prejuízo, “ou seja, estão fora do balanço” da instituição.
O banco público espera obter, pelo menos R$ 1 bilhão com programa. Conforme Guimarães, se tudo fosse recuperado, o montante alcançaria R$ 4 bilhões. Porém, tratam-se de valores já considerados perdidos e, portanto, com baixas chances de retornarem aos cofres do banco.
“Trazendo essas pessoas que estão à margem [do mercado de crédito], podemos voltar a oferecer produtos, como consignados, com taxa de 2% a 3%, em vez de 10% ou 20%”, disse Guimarães.
Segundo ele, o alvo do programa são pessoas de menor renda. A estimativa é que possam ser beneficiados até 300 mil pequenas e médias empresas e 2,8 milhões de pessoas físicas com dívidas de até R$ 2 mil.
Setor imobiliário
O presidente da Caixa também anunciou que a instituição pretende fazer mudanças nas linhas de crédito imobiliário, principal carteira da instituição. A ideia, segundo Guimarães, seria oferecer empréstimos com correção pelo IPCA e Price em lugar da taxa referencial (TR).
A mudança traria mais atratividade para o mercado de securitização, em, por exemplo, emissões de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) uma vez que os investidores costumam ser refratários aos contratos corrigidos pela taxa referencial.
“Para securitizar carteira de crédito, só com IPCA ele [mercado] não compra. Mas com IPCA mais alguma coisa, eu consigo vender”, afirmou Guimarães. “Acreditamos que vamos conseguir mais R$ 10 bilhões em carteira de crédito nessa mudança [de indexador nos contratos], com 400 mil pessoas beneficiadas e 46 mil imóveis”, acrescentou. Segundo ele, as mudanças não envolvem o Minha Casa, Minha Vida.
A Caixa anunciou há alguns meses a intenção em vender até R$ 100 bilhões por meio de securitização de crédito imobiliários. A instituição planeja realizar cerca de 40 operações com emissões de CRIs lastreados em sua carteira de financiamentos de propriedades.
Partidos usam o Coaf para vingança contra a Lava-Jato
Retomada do desenvolvimento deveria ser prioridade das lideranças do Congresso
Editorial
20/05/2019 - 00:00 / Atualizado em 20/05/2019 - 10:08
O país convive com 13,4 milhões de desempregados nas ruas e está à beira do abismo fiscal, mas os chefes de alguns partidos políticos consideram ser mais importante desperdiçar tempo e energia em atos de retaliação à Operação Lava-Jato. Estabeleceram prioridade na pauta legislativa à remoção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça, impondo o seu retorno à estrutura do Ministério da Economia.
Só há uma justificativa lógica, plausível, para tal esforço multipartidário que se desenvolve há três meses entre algumas lideranças partidárias no Congresso: enviar uma mensagem política de vingança ao ex-juiz Sergio Moro, ministro da Justiça, e a todos os agentes responsáveis pelas investigações que encerraram um ciclo de crimes na política.
A ansiedade por uma vindita contra a Lava-Jato produziu exóticas alianças entre partidos autoproclamados de esquerda, como PT, PSOL e PCdoB, com um bloco da chamada centro direita, composto pelo Progressista (antigo PP), PR, MDB, PSDB e o DEM. Por coincidência, essas mesmas organizações foram abaladas pelas investigações, e alguns dos seus líderes se destacam na lista de réus por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O PT e seus satélites PSOL e PCdoB se mantêm inconformados com a exposição do legado de desvios deixado pelos governos em que foram sócios. Para os petistas, por exemplo, não importa que o ex-presidente Lula ou o ex-ministro José Dirceu tenham sido investigados, denunciados, condenados e presos com base em provas validadas em três instâncias da Justiça. Se pertencem ao PT, têm imunidade — segundo a maneira particular de raciocinar do petismo e das organizações que dele dependem.
Até o mês passado, a Lava-Jato havia produzido 285 condenações, com sentenças que somavam mais de 3 mil anos de prisão. O número de réus ultrapassou 600, e os valores ressarcidos ao Estado superaram R$ 13 bilhões. Os resultados nesses cinco anos traduzem de forma cristalina a mensagem de mudança, reafirmada nas urnas por uma sociedade enfadada com o predomínio de práticas viciadas na vida política nacional.
Usar a pauta legislativa para vinganças contra o Judiciário é absurdo. É, também, um contrassenso, porque boa parte do acervo de provas determinantes das condenações na Lava-Jato teve origem em colaborações premiadas dos próprios líderes políticos envolvidos, réus confessos do PT, Progressista, PR, MDB, PSDB e o DEM, entre outros partidos.
O tempo que já se gastou nesse falso debate sobre a retirada do Coaf do Ministério da Justiça representa o mais puro desperdício de energia num país aflito com a deterioração das condições sociais e econômicas. A retomada do desenvolvimento deveria ser prioridade absoluta das lideranças do Congresso.
Além do dia 11 de agosto, que marca a criação do curso de advocacia no Brasil, os advogados também comemoram o 19 de Maio, dia da morte de Santo Ivo (1253-1303), padroeiro da profissão. Nascido em uma família pobre na Bretanha, ele começou a estudar direito civil e canônico aos 14 anos de idade em Paris e Orleans. Santo Ivo atuou nas causas civis e eclesiásticas e defendia os pobres que não podiam pagar por um advogado.
Fonte: Livro: A origem de Datas e Festas Autor: Marcelo Duarte Editora: Panda Books
Professora que vai virar filme tem diploma em Harvard falso
Joana D'Arc Félix de Sousa também repetidamente dizia em entrevistas e palestras que entrou na faculdade aos 14 anos, o que ela agora reconhece não ser verdade
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Professora Joana D'Arc ganhou notoriedade por ser de família pobre, nascida em um curtume no interior de São Paulo, e chegar a um pós-doutorado em Harvard - Reprodução/ EPTV
São Paulo - Conhecida por uma história de superação que deve virar filme, a professora de ensino técnico Joana D'Arc Félix de Sousa, de 55 anos, declara uma formação na Universidade Harvard que não possui e usou diploma falso para tentar confirmar a informação, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Joana também repetidamente dizia em entrevistas e palestras que entrou na faculdade aos 14 anos, o que ela agora reconhece não ser verdade.
A professora ganhou notoriedade por ser de família pobre, nascida em um curtume no interior de São Paulo, e chegar a um pós-doutorado em uma das mais conceituadas universidades do mundo. Nos últimos anos, recebeu dezenas de prêmios e, no mês passado, a Globo Filmes divulgou a preparação de um filme sobre a sua biografia, que teria a atriz Taís Araujo como protagonista O Estado entrevistou Joana pela primeira vez no fim de 2017. Na oportunidade, ela afirmou ter morado por dois anos em Cambridge, onde fica Harvard, e voltou ao país após a morte do pai.
A reportagem pediu documentos que demonstrassem o trabalho que havia sido feito nos Estados Unidos. Ela enviou um diploma, datado de 1999, com o brasão de Harvard, o nome dela e a titulação "Postdoctoral in Organic Chemistry". O Estado mandou o documento para Harvard que, ao analisá-lo, informou que não emite diploma para pós-doutorado. Também alertou sobre um erro de grafia (estava escrito "oof", em vez de "of").
Há, ainda, duas assinaturas no diploma: uma delas é do professor emérito de Química em Harvard Richard Hadley Holm. Procurado, ele respondeu por e-mail. "O certificado é falso. Essa não é a minha assinatura, eu não era o chefe de departamento naquela época. Eu nunca ouvi falar da professora Sousa."
A informação do pós-doutorado em Harvard consta no currículo de Joana na plataforma Lattes, o sistema oficial que reúne informações de pesquisadores de todo o país. O preenchimento é feito pelo profissional. Para realizar a suposta pesquisa nos Estados Unidos, o currículo informa que ela recebeu bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação. A Capes, no entanto, afirmou que o nome de Joana não consta em nenhum registro de bolsista.
Já em sua ficha cadastral como professora do Centro Paula Souza, autarquia do governo que administra as escolas técnicas, o pós-doutorado não é citado. Joana fez concurso público e trabalha como professora de Química na Escola Técnica Professor Carmelino Corrêa Júnior em Franca, desde 1999. Segundo seu currículo Lattes, ela teria acabado de sair de Harvard (1997-1999).
A reportagem entrevistou Joana novamente esta semana. Só depois de ser questionada sobre o diploma que enviou à reportagem, disse que o documento foi feito para uma "encenação de teatro". "Mas eu não concluí (o pós-doutorado), eu não tenho certificado", afirmou. "As meninas mandaram junto quando o jornalista me pediu documentos. Eu pensei: tenho de contar isso para o jornalista, mas não falei mais com ele."
Ao contrário da primeira entrevista, ela também informou que não trabalhou no laboratório da universidade nem morou na cidade de Cambridge. "Não fiquei o tempo físico lá, conversei com orientador. Participei até de um congresso em Boston", conta. Segundo ela, a pesquisa foi desenvolvida no Brasil. "Coloquei isso no Lattes, não sei se está certo ou errado."
O Estado não conseguiu confirmar nenhuma passagem de Joana por Harvard. A pedido da reportagem, dois ex-alunos procuraram o nome dela em um sistema fechado apenas para quem estudou na instituição e não encontraram, mesmo tentando com diferentes grafias. A professora também disse que não lembrava se havia recebido uma bolsa da Capes, como informa seu currículo.
Segundo cientistas, em um pós-doutorado o pesquisador é convidado para fazer parte de um programa preestabelecido de um profissional que está no topo da carreira em uma universidade, no Brasil ou no exterior. O pós-doutorando faz suas pesquisa no ambiente de trabalho desse outro professor, que atua como um supervisor. Ao fim da pesquisa, em geral, é publicado um artigo sobre a pesquisa. Também é obrigatório enviar relatórios periódicos ao órgão financiador da bolsa para prestar contas. A comunicação ou a colaboração com pesquisadores de fora, em hipótese nenhuma, pode ser considerada um pós-doutorado.
Joana, de fato, cursou graduação, mestrado e doutorado na área de Química na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Suas pesquisas envolvem produção de couro ecológico e a reprodução de pele humana artificial para transplante. A maior parte de prêmios, palestras e entrevistas, entretanto, foca na história de vida da professora.
Aos 14
Uma das passagens de destaque, informada em várias ocasiões, é que Joana entrou na universidade aos 14 anos e concluiu a graduação aos 17. Na primeira entrevista ao Estado, ela chegou a relatar dificuldades de entrar na faculdade tão nova. "A mais próxima da minha idade era uma menina de 16 anos. Para mim, festa era com bolo e guaraná", disse.
A data de matrícula na Unicamp, porém, contraria a narrativa a narrativa da professora e mostra que Joana começou a graduação aos 19 anos, em 1983. Novamente questionada, ela admitiu que ingressou aos 18, mas sustenta que foi aprovada no vestibular com 14 anos.
No mês passado, a professora foi escolhida como entrevistada do programa Roda Viva, da TV Cultura, mas a emissora decidiu não veicular o programa por causa das inconsistências no currículo de Joana. "É uma pena, a história dela já seria bonita suficiente, se não tivesse essas coisas", diz o jornalista e apresentador Ricardo Lessa.
Alerta
O Estado procurou a professora Joana D'Arc Félix de Sousa pela primeira vez em 2017, com o intuito de contar sua história de superação. Em entrevista de mais de duas horas, Joana recontou várias passagens que ela reproduzia em palestras, eventos e matérias. Já perto do fim da conversa, a reportagem perguntou a idade da professora. "Trinta e sete anos", Joana mentiu. Nascida em outubro de 1963, ela tinha acabado de completar 54.
A informação errada acendeu o sinal de alerta sobre outras declarações, como o pós-doutorado. Por causa das inconsistências, o jornal optou por não publicar reportagem na ocasião, mas retomou a apuração, após a notícia de que a biografia de Joana ia virar filme, divulgada este ano.
Entre os entrevistados pela reportagem está um professora da USP que ficou responsável por analisar o resultado da pesquisa de Joana sobre pele artificial em 2013. "Ela (Joana) nunca mandou amostras", disse.
Defesa
A professora divulgou nota na manhã desta quarta-feira, 15, dizendo que o Estado quer "denegrir" a sua imagem. No mesmo texto ela admite que não foi aluna da Universidade Harvard nem concluiu seu pós-doutorado na instituição, como vinha repetindo há alguns anos.
"Tudo o que foi publicado, já está sendo apurado por um advogado ligado ao movimento negro brasileiro porque tenho certeza que ainda estão achando que os negros (as) ainda tem que viver na senzala (sic)", diz a nota da professora. "Não tenho o pós doutorado concluído e por isso, não tenho o diploma de pós doutorado e muito menos diploma falso (sic)", escreveu Joana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O Dia Internacional da Família é comemorado anualmente em 15
de maio.
Esta data homenageia a instituição familiar, um núcleo
essencial para a formação moral de todos os indivíduos.
O Dia Internacional da Família foi instituído pela
Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, durante reunião feita em 20
de setembro de 1993. A data foi celebrada pela primeira vez em 1994.
Repórter da TV Globo e da GloboNews. Cobre os bastidores da política em Brasília
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse ao blog que "está no horizonte" do governo neste ano ou no próximo "caminhar" para transformar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em uma agência nacional de inteligência financeira – a Anif.
Segundo a Casa Civil, o objetivo seria dar mais autonomia para o órgão, “porque agência é vinculada, mas não é subordinada. E teria mais autonomia administrativa e orçamentária, por exemplo”.
As funções básicas da Anif seriam as mesmas atribuídas internacionalmente às unidades de inteligência financeira: receber as comunicações de operações suspeitas e as de natureza automática (exemplo: movimentações em espécie acima de determinado montante) de entidades obrigadas, analisá-las e informar as autoridades competentes quando houver indícios de fraudes e ilícitos.
Onyx afirmou que defende a criação da agência desde 2006, época em que foi relator da CPI dos Correios, que investigou o mensalão do PT.
“Defendo isso desde 2006, para permitir que se faça preventivamente o cruzamento de dados”, disse o ministro.
O Coaf é uma unidade de inteligência financeira do governo federal, que já atua principalmente na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro (crime que consiste na prática de disfarçar dinheiro de origem ilícita).
Onyx afirmou que a proposta de levar o Coaf para o Ministério da Justiça foi dele, ainda na transição – quando não havia ainda a escolha do ministro da Justiça, Sergio Moro.
Depois a proposta foi avalizada por Moro. Agora, diz Onyx, o governo discute fortalecer o trabalho do Coaf com a proposta de transformá-lo em agência.
“Está no horizonte, neste ano ou no outro, caminhar para fazer a Anif. Uma ideia que precisa amadurecer, mas foi isso que Moro me falou: que teria o Coaf fortalecido neste ano e analisaria a criação da agência. A pasta dele tem muitas atribuições neste ano, como o pacote anticorrupção e a segurança pública. E pode (ter a Anif) no horizonte, porque seria muito bom para o Brasil, como já foi para outros países”.
Na proposta de Onyx, independentemente da troca de direção, a Anif teria uma estrutura permanente de servidores. Anualmente, o presidente e direção da agência apresentariam relatórios e contas sobre a política de lavagem de dinheiro.
Perguntado pelo blog qual seria a grande diferença entre Anif e Coaf, o ministro Onyx disse:
“A grande diferença é que o Coaf é órgão registrador, toma conhecimento e não faz investigação, ele não faz análise, a prevenção. Por isso, que nos Estados Unidos e outros países , a Anif está junto ao Banco Central para fazer a prevenção da lavagem de dinheiro. Trabalha analisando cenários, vendo as distorções, movimentações atípicas e correlacionando. O Coaf não faz correlação, só a pedido. A Anif tem trabalho preventivo, é antes de o problema acontecer. Por isso, a maior parte dos países tem Anif, diferentemente daqui. A agência é melhor do que o conselho para prevenir”, afirmou o ministro.
Portaria interministerial
Onyx esteve com o presidente Jair Bolsonaro neste domingo (12) para discutir a agenda do governo junto ao Congresso. Entre os temas, a transferência do Coaf para a Economia.
Ele disse que o governo prepara uma portaria interministerial para os ministérios da Justiça e da Economia poderem compartilhar medidas do Coaf no que for possível.
Volta do Coaf à Economia e limitação aos auditores fiscais se somam a decisões polêmicas do STF
Não significa aderir a teses conspiratórias reconhecer que os últimos dias têm sido negativos para o combate à corrupção e às organizações criminosas que atuam em grandes cidades e no exterior. Uma sucessão de decisões tomadas no Supremo e no Congresso pode causar forte retrocesso no enfrentamento de criminosos do colarinho branco, de bandidos que atuam no tráfico e exploram outros ramos do dito crime comum.
Na comissão especial que examina a MP 870, da reforma administrativa proposta pelo governo Bolsonaro, duas derrotas do Planalto fraturam a base da estrutura para reprimir a criminalidade em geral. A devolução do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do ex-juiz Sergio Moro, para a esfera da pasta da Economia, do ministro Paulo Guedes, prejudica a integração de organismos de inteligência e forças de segurança pública do Estado para enfrentar com mínimas chances de êxito o crime organizado.
O Coaf, ao rastrear dinheiro sujo e detectar remetentes e destinatários, tem sido chave nas investigações de corrupção e acontecerá o mesmo no enfrentamento do tráfico. Sob a Justiça, o Coaf pode ser mais efetivo. Porém, uma aliança entre o Centrão e a oposição (PT à frente) retirou o Conselho de Moro — pelo menos até a votação em plenário.
O PT procura acertar contas com o ex-juiz, considerado por ele culpado pela prisão do ex-presidente Lula, embora a sentença de Moro tenha sido confirmada em duas outras instâncias, por vários magistrados. Não se deve, também, menosprezar a intenção da velha política em trazer aos seus pés um governo que assumiu dizendo que não faria negociações espúrias.
Com a mesma intenção de manietar Moro, foi contrabandeada para o texto da MP emenda para afastar operacionalmente auditores fiscais de procuradores. Devem eles se ater apenas a crimes tributários, e caso queiram comunicar indícios de outros delitos ao Ministério Publico, precisam de ordem judicial. Burocracia a serviço do crime.
E ainda para entrar neste capítulo de vitórias da impunidade, o Supremo concluiu que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) estava no seu direito quando revogou prisões de deputados.
Conhecendo-se o corporativismo das Casas legislativas, isso significa dar a chave da cadeia ao preso. E, na quinta, a Corte validou os termos da anistia concedida em dezembro de 2017 pelo então presidente Temer, feita sob medida para beneficiar presos condenados por corrupção.
Nenhuma das sentenças tem efeito imediato. Deputados presos não serão libertados logo nem é intenção de Bolsonaro, pelo que já disse, incluir corruptos em anistias natalinas. Mas não pode passar despercebido da sociedade um conjunto tão pouco edificante de ações em sentido contrário ao desejo majoritário de uma limpeza na vida pública e do combate ao crime organizado. Seja ele qual for.
Objetivo é dar um novo estímulo à economia e garantir maior remuneração aos cotistas
Geralda Doca e Rennan Setti
10/05/2019 - 00:01 / Atualizado em 10/05/2019 - 11:44
RIO E BRASÍLIA - O governo prepara uma reestruturação no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ( FGTS ) de modo a dar um estímulo a mais na economia e, ao mesmo tempo, assegurar uma remuneração melhor para os cotistas. Diante do crescimento do desemprego, a equipe econômica avalia repetir medida adotada pelo ex-presidente Michel Temer.
Em dezembro de 2016, Temer autorizou o saque das contas inativas. Pela regra, a retirada nesses casos só pode ser feita quando o trabalhador fica três anos fora do mercado formal, sem recolher para o Fundo.
A autorização especial para o saque beneficiou 25,9 milhões de trabalhadores e injetou R$ 44,4 bilhões na economia em 2017. Na ocasião, a movimentação das contas inativas foi limitada a contratos de trabalho extintos até 31 de dezembro de 2015.
Segundo fontes, a ideia agora seria ampliar o prazo e permitir uma nova rodada de saques. Para isso, será preciso aprovação do Congresso.
A reestruturação do FGTS, porém, seria uma medida mais ampla e de longo prazo, que teria como princípio básico proteger os recursos dos trabalhadores em relação à inflação.
Responda-me quem puder: por que será que a oposição e integrantes do centrão lutaram para o Coaf não ficar no Ministério da Justiça, de acordo com o que estabeleceu a reforma administrativa do Governo Federal, voltando ao Ministério da Economia? Nas mãos do Ministro Sérgio Moro o Coaf seria um instrumento de endurecimento do combate à corrupção e crimes diversos do "colarinho branco".
Mas ao que parece, esse tipo de ação efetiva e eficaz não interessa a todos.
Supremo recorre ao TRF-1 e consegue liberar lagosta e vinhos para os ministros
Desembargador decidiu que 'detalhamento do menu foi utilizado como parâmetro adotado pelas empresas licitantes para a composição de preços, expediente que reduziu a margem de subjetividade quanto à qualidade dos produtos licitados'
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Publicado às 13h22 de 07/05/2019 - Atualizado às 13h59 de 07/05/2019
Rio - O Supremo Tribunal Federal (STF), inconformado com a proibição de comer lagostas e tomar vinhos importados e premiados, conseguiu derrubar uma decisão liminar que havia suspendido sua licitação para contratar as refeições oficiais. O vice-presidente da 1ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal (TRF-1), desembargador Kassio Marques, cassou a decisão liminar que havia suspendido a licitação do STF. A decisão assinada nesta segunda-feira (6) derruba o entendimento da juíza federal Solange Salgado, do Distrito Federal.
Ela havia cancelado o pedido do STF com o argumento de que o edital da lagosta e do vinho não se insere como "necessário para a manutenção do bom e relevante funcionamento do Supremo Tribunal Federal" e os itens exigidos na licitação "destoam sobremaneira da realidade socioeconômico brasileira, configurando um desprestígio ao cidadão brasileiro que arduamente recolhe seus impostos para manter a máquina pública funcionando a seu benefício".
A União Nacional dos Juízes Federais (Unajuf) enalteceu a juíza Solange, da 1.ª Vara Federal do Distrito Federal, que suspendeu a compra pelo Supremo de medalhões de lagosta e vinhos, e pediu à Advocacia-Geral da União que não recorresse da decisão. Mas não teve jeito.
Em sua decisão, o desembargador federal Kassio Marques, vice-presidente em regime de plantão, decidiu que "o detalhamento do menu, constante do edital, para além de ser meramente exemplificativo, foi utilizado como parâmetro adotado pelas empresas licitantes para a composição de preços, expediente que reduziu a margem de subjetividade quanto à qualidade dos produtos licitados".
Segundo Marques, o pregão realizado em 26 de abril teve lance mínimo de R$ 463.319.30, abaixo do valor original de R$ 1,134 milhão. Disse ainda que sua decisão "não se trata de mera liberação do prosseguimento da licitação", mas de alerta, por que a "tese acolhida no Juízo de primeiro grau referenda a preocupante ideia de que, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, que abriga nada menos do que a Chefia de um dos Poderes da República, o Poder Judiciário, são concebidos atos com desvio de finalidade".
"O restabelecimento da verdade e o afastamento de tão preocupante nódoa demanda a imediata entrega da prestação jurisdicional requerida a teor do que já foi exposto nos fundamentos de mérito e diante do quadro fático de simples compreensão dos fatos", declarou.
Na avaliação e Marques, licitude e a prudência com que se desenvolveu o processo licitatório desautorizam tal ideia, que reflete uma visão distorcida dos fatos, nutrida por interpretações superficiais e açodadas, daí se justificando o acionamento da excepcional jurisdição plantonista para que, imediatamente, se afaste a pecha indevidamente atribuída ao STF".
Iguarias
O fato é que a decisão libera refeições que contenham, obrigatoriamente, pratos como bobó de camarão, camarão à baiana e "medalhões de lagosta". As lagostas devem ser servidas "com molho de manteiga queimada".
A Suprema Corte exigiu no edital que sejam colocados à mesa pratos como bacalhau à Gomes de Sá, frigideira de siri, moqueca (capixaba e baiana) e arroz de pato. O cardápio ainda traz vitela assada, codornas assadas, carré de cordeiro, medalhões de filé e "tournedos de filé".
Premiações internacionais
Quanto aos vinhos, os critérios são rígidos. Se for tinto, tem de ser Tannat ou Assemblage, contendo esse tipo de uva, de safra igual ou posterior a 2010 e que "tenha ganhado pelo menos 4 (quatro) premiações internacionais". "O vinho, em sua totalidade, deve ter sido envelhecido em barril de carvalho francês, americano ou ambos, de primeiro uso, por período mínimo de 12 (doze) meses."
Para os vinhos brancos, "uva tipo Chardonnay, de safra igual ou posterior a 2013", com no mínimo quatro premiações internacionais.
A caipirinha deve ser feita com "cachaça de alta qualidade", leia-se: "cachaças envelhecidas em barris de madeira nobre por 1 (um) ou 3 (três) anos."
Destilados, como uísques de malte, de grão ou sua mistura, têm que ser envelhecidos por 12, 15 ou 18 anos. "As bebidas deverão ser perfeitamente harmonizadas com os alimentos", descreve o edital.
Segundo o STF, a licitação foi realizada "observando todas as normas sobre o tema e tendo por base contrato com especificações e características iguais ao firmado pelo Ministério das Relações Exteriores e validado pelo TCU".
Enfim, metas para cortes nos bilionários incentivos fiscais
Intenção da equipe econômica de reduzir a pesada conta de subsídios deve levar à avaliação dessa ajuda
Bilhões concedidos pelo Estado a pessoas jurídicas
e físicas a título de incentivos não chamavam a atenção da sociedade. Com a
redemocratização, em 1985, início de todo um processo de institucionalização da
democracia, passou a haver cobrança de transparência do Estado.
O fim da
superinflação, com o Plano Real, também facilitou o entendimento das contas
públicas, com o restabelecimento da noção de grandeza entre as cifras. A névoa
da inflação escondia erros e malfeitos.
Até mesmo as
investigações sobre corrupção ajudaram a entender como o BNDES transferia
dinheiro público no financiamento a grandes empresas com trânsito livre em
Brasília, por meio de subsídios a taxas de juros. Regimes ideologicamente
alinhados aos então donos do poder, os lulopetistas, também foram agraciados
com créditos do BNDES subsidiados pelo contribuinte.
Tradição
nacional, os incentivos fiscais da União somaram, no ano passado, R$ 292,8
bilhões, equivalentes a 4,3% do PIB. Para uma medida de comparação, o déficit
público primário estimado para este ano é de R$ 139 bilhões.
O problema
não é o incentivo em si — instrumento válido de política econômica —, mas a
forma descuidada com que passou a ser distribuído, em decisões mais políticas
do que técnicas. É correto, portanto, a equipe econômica, como noticiou ontem
“O Estado de S.Paulo”, estabelecer um plano de cortes para essas transferências
quase sempre descuidadas de dinheiro do contribuinte, que também funcionam como
mecanismo de concentração de renda.
Pretende-se
reduzir, até 2022, último ano do mandato de Bolsonaro, 1,5% do PIB em
subsídios, ou aproximadamente R$ 102 bilhões. Em um país que entra no sexto ano
consecutivo em crise fiscal, uma ajuda ponderável.
A montanha
de incentivos transferidos pelos governos — incluindo os estaduais — merece um
acurado pente-fino. O pesado jogo de lobbies e pressões para a obtenção de
benesses distorce essas políticas de incentivos, sempre decididas em gabinetes
fechados e por meio de transações opacas. Um caso recente é o da Zona Franca de
Manaus.
Mas há
incentivos com sustentação econômica. Trata-se de separá-los dos demais. Em
algum momento, Brasília terá de definir uma política clara para a concessão
dessas ajudas.
Um aspecto a
ser considerado é a necessidade do estabelecimento de prazos e metas, para que
a ajuda do contribuinte (dada pelo Tesouro) se justifique e não se eternize. A
avaliação periódica do resultado de subsídios tem de ser política de Estado.
As promessas
sempre feitas na apresentação de projetos candidatos a serem subsidiados
precisam ser monitoradas e cobradas de tempos em tempos. Porque persistir no
apoio a empreendimentos inviáveis gera enorme prejuízo para toda a sociedade.
Filho de uma família abastada. Bebeu
quatro garrafas de vinho com amigos. Dirigiu com a CNH cassada seu veículo
blindado a 160 km/h em área urbana. Causou um acidente e matou duas pessoas instantaneamente.
Depois de dez anos de um arrastado processo, foi condenado a sete anos e quatro
meses de prisão em regime semi-aberto. Sem vagas nos presídios paranaenses para
esse tipo de prisão, deverá ficar em casa com tornozeleira eletrônica.
Leis brandas? Abrandamento por
interpretação de situações por
atenuantes inseridas nas leis? Desqualificação de provas materialmente
importantes? Excesso de recursos? Excessiva
morosidade da Justiça? Todas as alternativas?
Tire suas conclusões acompanhando
o caso Carli Filho.
Preocupado com o ritmo fraco da economia, que deve ganhar impulso mais forte com a aprovação da reforma da Previdência, o governo do presidente Jair Bolsonaro vai reabrir a autorização para saques de quem tem cotas do PIS e Pasep.
Com a medida, assessores presidenciais disseram ao blog que cerca de R$ 9 bilhões a R$ 10 bilhões podem ser injetados na economia, ajudando as pessoas a pagarem dívidas ou consumirem.
Durante o governo do presidente Michel Temer, a equipe econômica fez uso da medida para estimular a economia. Primeiro, liberou recursos de contas inativas do FGTS, injetando cerca de R$ 40 bilhões na economia. Depois, autorizou o saque de cotas do PIS e Pasep até o dia 28 de setembro do ano passado.
Neste caso, o saldo das cotas caiu de R$ 34 bilhões para algo na casa de R$ 21 bilhões, recursos ainda existentes e que, agora, o governo Bolsonaro quer liberar pelo menos em parte.
Segundo assessores, do saldo atual de cerca de R$ 21 bilhões, há uma estimativa de serem sacados algo entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões. Em torno de 30% do saldo remanescente é de pessoas com mais de 70 anos. O governo deve divulgar formas de as pessoas identificarem se ainda têm direito a saque, inclusive de familiares que já morreram.
No governo passado, o ex-presidente Temer aprovou medida provisória ampliando a possibilidade de saques de recursos do PIS e Pasep para todas as idades. Antes, só podiam sacar o dinheiro beneficiários com idade a partir de 60 anos ou que se aposentassem.
No Palácio do Planalto, assessores presidenciais estão preocupados com o ritmo fraco da economia neste início de mandato de Bolsonaro. As previsões de crescimento caíram de 2,5% para 1,7% em 2019.
Alguns economistas já falam em 1%. Além do saque das contas de PIS e Pasep, o Ministério da Economia elabora outras medidas para tentar aquecer a economia, entre elas ações para liberar crédito a empresas e pessoas físicas.
A reabertura do prazo de saque de PIS e Pasep será divulgada ainda no mês de maio e deve beneficiar trabalhadores do setor público e privado que contribuíram para o PIS e para o Pasep até 4 de outubro de 1988 e que não tenham resgatado todo o saldo.
As contas do PIS, de trabalhadores do setor privado, são administradas pela Caixa. As do Pasep, de servidores públicos, pelo Banco do Brasil.
Fechamento da transação ocorreu com o pagamento de US$ 350 milhões pelo valor das ações e US$ 117 milhões de capital de giro
Por Estadão Conteúdo
A Petrobras informa que finalizou, por meio de sua subsidiária Petrobras America Inc. (PAI), a venda de 100% de suas ações nas empresas que compõem o sistema de refino de Pasadena, nos Estados Unidos, para a empresa Chevron U.S.A. Inc. (Chevron).
O fechamento da transação ocorreu nesta quarta-feira, 1º de maio, com o pagamento pela Chevron para a PAI de US$ 467 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão), sendo US$ 350 milhões pelo valor das ações e US$ 117 milhões de capital de giro, que será ajustado posteriormente para refletir a posição da data do fechamento.
“Esta operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando a geração de valor para os nossos acionistas”, afirmou a estatal em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Saiba como disputar 12,9 mil chances de trabalho no Rio
Em meio ao desemprego, O DIA lista locais onde estão as oportunidades, seja em feirões ou via cadastro online
Por Marina Cardoso
Publicado às 06h00 de 01/05/2019 - Atualizado às 08h09 de 01/05/2019
Rio - Hoje é dia do trabalhador, mas a corrida pela ocupação é grande: segundo a Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE, 13,4 milhões de pessoas estão sem emprego no país. Por isso, neste feriado, O DIA listou seis locais onde a população fluminense pode tentar uma oportunidade. São 12.950 vagas entre estágios, temporários e cargos efetivos, com mais de 30 empresas interessadas em contratar.
Além de recrutamentos online, o Sine RJ vai atender presencialmente nesta quarta-feira em várias unidades, para cadastrar currículos em feirão móvel em vários bairros da Zona Norte. E a quem não quer perder a sonhada vaga, especialistas dão dicas de como proceder nos processos seletivos.
Duas universidades oferecem mais de 7 mil oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Na Feira Virtual de Estágios e Empregos da Estácio, que começa na próxima segunda-feira, os candidatos podem se cadastrar para acessar as vagas oferecidas em cinco dias de evento, e participar de palestras sobre Transição de carreira, Home office, Metas e rotinas e Futuro do trabalho, entre outros.
Já o Sine RJ funciona hoje em dez postos: Ipanema, Guadalupe, Recreio, Sulacap, Campo Grande, Irajá, Jacarepaguá, Cidade de Deus, Paracambi e Itaguaí. Além desse atendimento, o órgão manterá o 'Sine Móvel' na comunidade de Manguinhos, em Madureira e outros bairros, oferecendo 1,5 mil chances de emprego.
CURRÍCULO ENXUTO
Mesmo com oferta de vagas, é difícil garantir aprovação nos processos devido à grande disputa. A professora em gestão da Escola de Negócio e psicologia da Celso Lisboa Ângela Teixeira, diz que é preciso conhecer o estilo da empresa antes de ir conversar com o gestor. "Valores do candidato devem estar alinhados com os da organização. Determinados comportamentos podem estar adequados, e para outros locais não. Há espaço para uma fala mais livre e relação mais fluida, como usar camiseta e tênis, que empresa tradicional não verá com bons olhos", orienta.
E o currículo é estratégico. Ângela defende que o gestor precisa ver a habilidade de organização do candidato. "Deve-se evitar currículos detalhados, com CPF e data de nascimento, por exemplo. Nome, idade, localidade e redes sociais bastam. De forma concisa, coloque o cargo que exercia e o que fazia", sugere.
ONDE ESTÃO AS VAGAS
ESTÁCIO
A Estácio promove entre os dias 6 e 10 deste mês a 2ª Feira Virtual de Estágios e Empregos, na qual podem participar alunos, ex-alunos e não-alunos, com mais de sete mil vagas. Durante este período, será possível conferir oportunidades 24 horas por dia.
Empresas como Ambev, OLX, White Martins, Amil, Itaú Unibanco, BRMalls, Rede D´Or, Stone e Lojas Americanas farão parte da iniciativa. Para acessar o conteúdo, os interessados deverão fazer pré-cadastro no link https://portal.estacio.br/feira-empregabilidade/.
SANTA ÚRSULA
Nos dias 29 e 30 deste mês, a Universidade Santa Úrsula (USU) realiza a 'USU Oportunidade', uma feira de estágio e emprego, no campus de Botafogo. Aberta ao público, o evento receberá empresas e agências de recrutamento. Entre participantes, estão CIEE, MUDES, Super Estágios, Instituto Capacitare, Banco Santander, Eletrobras, McDonald's e Botafogo Praia Shopping.
B2W
A B2W Digital, plataforma digital e dona das marcas Americanas.com, Submarino e Shoptime, está com inscrições para seu Programa de Estágio 2019 até o dia 10 deste mês. Podem se inscrever estudantes com previsão de formatura entre julho de 2020 e julho de 2021 de cursos como, Administração, Comunicação Social, Direito, Psicologia, Matemática e Estatística.
As inscrições para o programa podem ser feitas pelo site https://estagiob2w.gupy.io/. Os candidatos também podem acompanhar o programa pela página da B2W Digital no Linkedin, Facebook e pelo perfil do Instagram.
GERANDO VIDAS
Até sexta-feira, a Comunidade Católica Gerando Vidas promove a 'Festa do Trabalhador'. São mil vagas para áreas de serviço, administração e saúde. Entre os cargos ofertados, há vagas para Operador de Caixa, Auxiliar de Loja, Auxiliar de Serviços Gerais e oportunidades para PCDs.
VOLTA REDONDA
A cidade do estado que mais gerou vaga em 2018 realiza evento hoje no Dia do Trabalhador. São mais de 15 empresas envolvidas que disponibilizam 1,5 mil vagas para a população. O evento acontece das 08h às 17h, na Ilha São João.
SINE-RJ
A Secretaria de Estado Desenvolvimento Econômico, Emprego e Relações Internacionais (SEDEERI), em parceria com o Sistema Nacional de Emprego (Sine) e a Superintendência Regional do Trabalho (SRTb), realiza o 'Sine de Portas Abertas no Dia do Trabalho' hoje. São oferecidas 1,5 mil vagas de emprego. Para atender o público, dez unidades do Sine-RJ estão abertas nesta quarta-feira.
Também há ações do Sine Móvel na comunidade de Manguinhos e, em parceria com a Fundação Leão XIII, em Madureira, Ilha do Governador, Jardim América e Anchieta, das 9h às 15h.
CIEE
Nesta semana, o CIEE-RJ oferece mais de 1,7 mil vagas. Há chances para os cargos de Administração, Ciências Contábeis, Engenharias e Pedagogia. As oportunidades são para a capital, Barra Mansa, Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu e Petrópolis.
MUDES
Nesta semana, a Fundação Mudes oferece 201 oportunidades, sendo 191 ofertas para estágio e cinco para pessoas com deficiência (PCDs).
Evento presencial no Maracanã até sexta-feira
Em busca de uma oportunidade de emprego, centenas de pessoas, desde às 4h de ontem, formaram enorme fila no Sindicato de Telefonia do Rio (Sinttel Rio), no Maracanã, na Zona Norte, para concorrer a uma das 970 vagas oferecidas na 'Festa do Trabalhador', organizada pela Comunidade Católica Gerando Vidas. Até sexta-feira, serão ofertadas mais mil oportunidades.
Segundo o organizador Paulo Vasconcelos, as vagas são para áreas de serviços, administração e saúde. Um dos primeiros da fila foi Luciano Rodrigues, de 29 anos. "Cheguei às 4h. Estou desempregado há dois anos e meio. Para não ficar parado, vendo bala. Mas se Deus quiser vou sair daqui encaminhado", diz.
Já Isabel Cristina, de 25, foi ao sindicato tentar uma vaga como atendente de lanchonete. "Perdi meu emprego há pouco tempo, pois a empresa decretou falência. Estou procurando cargo fora da minha área mesmo, pois nessa situação não há muita escolha", explica.
IBGE: são 28 milhões de desalentados
Com os dados do IBGE, não há muito o que comemorar. Além do aumento do número de pessoas desempregadas - de 12,2 milhões para 13,4 milhões -, também subiu o percentual de subutilização (quem está sem trabalho ou trabalha menos do que tem disponibilidade). Foram 5,6% a mais do que o último trimestre. Assim, são 28,3 milhões de brasileiros nessa condição - recorde da série.
Segundo a IBGE, 4,8 milhões pararam de procurar emprego, os desalentados. Em relação ao último trimestre, o aumento foi de mais 180 mil pessoas. Em contrapartida, são menos 873 mil postos de trabalho hoje.
Colaboraram as estagiárias Edda Ribeiro (sob supervisão de Max Leone) e Samara Oliveira (sob supervisão de Maria Inez Magalhães)