2015/06/10

Questão de visão. Ou não.


Em relação ao projeto que permite o atual governo municipal de Campos dos Goytacazes contrair dívidas bancárias, dando como garantia futuras receitas dos royalties do petróleo e participações especiais, sem querer fazer juízo de valor e questionar o modo como o projeto foi elaborado e aprovado, embora sem amplas discussões, é importante fazer algumas reflexões.
De forma alguma, em momento algum no sistema financeiro, os bancos firmam contratos nos quais exista a menor possibilidade de não obterem grandes lucros. Banco existe para lucrar, e não para ajudar quem quer que seja, pessoa física ou jurídica.
O atual governo, aparentemente de modo temerário, até porque não se conhece de maneira efetivamente cristalina o que deverá ser acordado com as instituições bancárias, não trabalha com o risco de  futuras alterações nas regras de repasses dos royalties, com a possibilidade de forte desequilíbrio do mercado externo do petróleo e mesmo com reflexos negativos em relação à Petrobrás  por conta da Operação Lava-Jato, ou ainda com os próprios rumos da economia brasileira, hoje num momento turbulento.  Será que essas possíveis adversidades não gerarão itens compensatórios nos contratos, pró bancos e em detrimento do tomador de empréstimo? Isso, além dos juros?
Ter lastro para governar é sensato e necessário. Difícil é fazer isso sem apertar o start de uma bomba relógio, que aliás não deverá explodir no próprio colo.

 

 

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