Um dos maiores desafios que o novo governo municipal terá pela frente diz respeito à imposição de ordem e funcionalidade ao transporte público. As questões de segurança, conforto, cumprimento de horários, locais de parada e itinerários planejados visivelmente passam muito longe do que uma cidade de meio milhão de habitantes necessita para o seu dia-a-dia, já tão atribulado pelo trânsito que beira ao caos definitivo, com a escassez de vagas de estacionamento e veículos de tração animal (as nossas carroças de burro) transitando livremente por toda a área central, além do aumento considerável de automóveis e motocicletas observado nos últimos anos.
No entanto, atentando-nos de fato ao transporte popular, o grande problema verificado hoje se refere ao tráfego completamente sem controle das vans, piratas ou não se sabe exatamente de que forma cooperativadas, que cobrem hoje os mais diferentes pontos do município. Uma ampla matéria publicada na edição de hoje do jornal O Globo dá a dimensão de uma situação que vem tomando proporções catastróficas, em relação a várias cidades do estado do Rio, deixando, inclusive, dezenas de mortos pelo caminho, devido à interferência de grupos criminosos no setor. Campos ainda não chegou a esse patamar, mas é vital interromper o caminho antes da hora.
Disputando espaço com as vans, carros particulares, muitos da década de 80, sem as mínimas, as mais primárias condições de utilização, transitam livremente, sem qualquer intervenção da Emut, da Guarda Municipal e da PM. Devemos estar próximos ao trânsito da Índia neste sentido...
O Blog Geral não é especialista no assunto, mas não é difícil acreditar que a colocação em prática de uma proposta genérica de regularização das vans não seja suficiente para colocar ordem na situação. É necessário todo um planejamento de cobertura da área urbana, uma rigorosa fiscalização do cumprimento de normas as mais diversas e, paralelamente, impedir, inclusive adotando-se as medidas legais cabíveis, que os autos particulares continuem a agir como táxis de quinta categoria.
As empresas regulares de transporte coletivo certamente não estão investindo na frota, como deveriam, devido aos desmandos observados no setor, deixando o serviço permissionário a desejar, e a “bola de neve” cresce com a ocupação dos espaços por... vans e calhambeques do século passado. Este não é um problema de hoje, de ontem ou de anteontem. Ele vem se moldando há anos e anos pela falta de um planejamento competente e de visão futura, mas ainda acreditamos que a avalanche possa vir a ser evitada.
Vamos torcer.
2008/11/06
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Granger Ferreira.
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