Até cadáver foi cadastrado no Cheque Cidadão
Faltando poucos meses para as eleições, o número de inscritos no programa Cheque Cidadão saltou de 12 mil para 30 mil. De acordo com as investigações, milhares de cadastros foram feitos de forma improvisada e com fins eleitoreiros.
Tinha até cadáver incluído neste “escandaloso esquema”. “Cadastraram uma pessoa morta para receber o cheque”, afirmou o delegado da Polícia Federal (PF), Paulo Cassiano Junior.
Ele também afirmou que 18 mil pessoas foram cadastradas “fora do sistema, incluídas com propósito eleitoral”.
Nesta quarta-feira (19), os vereadores Miguelito (PSL) e Ozéias (PSDB) foram presas, além de “agenciadores”. Veja aqui
Foi deflagrada na manhã quarta-feira (19), em Campos, uma nova fase da Operação “Vale Voto”, que investiga o uso do programa “Cheque Cidadão” para compra de votos. A operação foi rebatizada e agora se chama “Chequinho”.
Os vereadores Miguelito (PSL) e Ozéias (PSDB), que se reelegeram, foram presos pela Polícia Federal (PF). Na Delegacia, ao notar que estava sendo filmado, o vereador Miguelito bateu no peito, sorriu e fez um sinal positivo.
Ao todo, oito mandados de prisão foram expedidos. Nesta fase da operação não constam os nomes de outros vereadores. Também foram decretadas as prisões temporárias de Verônica Ramos Daniel, Alessandra da Silva Alves (Chefe do Posto de Saúde do distrito de Ribeiro do Amaro), Dayanna de Souza Rodrigues, Rose Mota Pereira, Heloísa Cabral da Costa (Chefe do Posto de Saúde do Parque Santos Dumont) e Mara (identificada por depoimento dos autos). De acordo com o inquérito, pessoas atuavam como agentes dos vereadores e faziam cadastros para o Cheque Cidadão sem qualquer tipo de critério.
Além disso, a PF cumpre oito mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva.
De acordo com o inquérito, em relação ao vereador Miguelito, “há relatos de testemunhas dando conta que foram pessoalmente ao gabinete do vereador entregar documentos pessoais de várias pessoas para inclusão no Programa, o que foi feito em mãos do vereador e de sua esposa”.
No caso do vereador Ozéias, que já havia sido preso durante o processo eleitoral (aqui), “depoimentos revelaram a existência de um departamento dentro do CRAS do distrito de Travessão, destinado exclusivamente ao candidato Ozéias, que serviria, em tese, para que ele emitisse identidade civil”. De acordo com o inquérito, “os atendimentos se destinavam à cooptação de eleitores e à distribuição de favores escusos, em troca de voto. E o pior: dentro de um prédio público!”.
Em setembro, durante a primeira fase da operação, quando a secretária e a coordenadora do Cheque Cidadão foram presas, o delegado Paulo Cassiano Junior afirmou que o programa da Prefeitura de Campos foi usado para fins eleitorais. “A investigação diz respeito ao descumprimento do fim público do Cheque Cidadão, que está sendo utilizado para a compra de votos em benefício de candidatos a vereador e candidato a prefeito apoiado pelo atual governo” (aqui).
Suplentes – Caso Miguelito e Ozéias não consigam ser diplomados e empossados, já que são alvos de ações que pedem a cassação do diploma, os suplentes são: Álvaro Oliveira (SD) e Geraldo Santa Cruz (PSDB). Já na atual Legislatura, que chega ao fim no final deste ano, os suplentes são Papinha e Alonsimar.
Daqui a pouco, mais informações.
Confira a matéria completa na edição de amanhã (20) da Folha
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