2015/07/20

Campos, RJ, está a 46 casos de se enquadrar com epidemia de dengue

Até o momento já foram registrados 1.454 casos confirmados.
São 1.400 casos a mais do que todo o ano de 2014.


Os casos de dengue em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, não param de crescer. Os dados atualizados do Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI) mostram que o município contabiliza 1.454 casos confirmados da doença até esta segunda-feira (20). Sendo 1.400 casos a mais do que todo o ano de 2014. Faltam apenas 46 casos para Campos chegar a uma epidemia.

Os números são preocupantes e vêm crescendo de forma perigosa, segundo o diretor do CRDI, Luiz José de Souza. “Eu esperava que os casos diminuíssem em maio, mas em junho foram 439 confirmados. Muito alto para o período”, afirmou.

A Baixada Campista tem registrado o maior crescimento. Só em Tocos são 439 casos confirmados. Vila Nova e Tapera também registram números crescentes.

Para Luiz José, os dados podem estar revelando uma carência na prevenção. “Talvez esteja tendo alguma dificuldade na prevenção, ou da Saúde ou da população. A doença está se espalhando em vários distritos e bairros e a gente fica preocupado, já que no verão os números podem ser maiores”, relata.

Por conta do atual cenário, o diretor do CRDI disse que está convocando um encontro com os setores responsáveis da Saúde para fazer uma análise mais precisa do que está dando errado.

“Estou convocando uma reunião com a epidemiologia para a gente analisar a situação. Estamos dando assistência, mas os focos não param de crescer”, ressaltou.

O chefe da Vigilância em Saúde, Charbell Kury, o setor está monitorando os casos e ressalta que nas próximas semanas o município pode confirmar uma epidemia.

“A vigilância em saúde monitora com extrema preocupação os casos de dengue em Campos e não descarta confirmar nas próximas semanas a ocorrência de uma epidemia para este ano. A confirmação de um comportamento epidêmico depende de uma decisão conjunta entre as vigilâncias estadual e municipal, a qual concorrerá nas próximas semanas”, ressaltou.

Charbell disse ainda que os casos neste ano demonstram uma atipia, que é de explicação multifatorial como alterações climáticas com o verão seco e o inverno úmido, mudanças no perfil genetico do vírus 1 da dengue, com casos mais graves e mais casos sintomáticos.

“É possível que outros vírus possam concorrer neste período outono/inverno com a dengue, e acentuar a contagem de casos de dengue mas que na verdade não são, e sim diagnóstico diferencial de outras doenças que dão febre e manchas pela pele, como gripe, enteroviroses, mononucleose infecciosa, adenovírus, chikungunya e zika vírus (embora não haja provas da presença deles em Campos), Parvovirus, Citomegalovirus, Rubéola e Sarampo”, apontou.

Para ele, vários fatores podem estar potencializando esses casos. “Existem diversas questões a serem endereçadas neste momento sobre a prevenção. Há um aforismo que diz que no momento que temos uma alta carga de dengue, há extrema dificuldade tecnica de trabalhar a prevenção nesta hora, uma vez que a taxa de transmissão de dengue no momento em que os casos são confirmados se torna uma tarefa complexa, que precisa ser trabalhada antes do verão de cada ano”, observou ressaltando que o melhor momento da prevenção começa em julho e vai até dezembro.

Stella Freitas Do G1 Norte Fluminense
20/07/2015 20h29 - Atualizado em 20/07/2015 20h29

http://g1.globo.com/rj/norte-fluminense/noticia/2015/07/campos-rj-esta-46-casos-de-se-enquadrar-com-epidemia-de-dengue.html

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