2014/08/12

ONS: decisão da Cesp causará colapso no abastecimento de água no Estado do Rio

Órgão alerta que caberá à Aneel e à ANA decidir sobre que medidas serão adotadas

RIO — O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou nesta terça-feira que a decisão da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) de descumprir a orientação para elevar a vazão de água na usina do Jaguari vai provocar colapso no abastecimento de água de todas as cidades atendidas pela Bacia do Paraíba do Sul nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, caso a atual situação de seca persista.

Outra grave consequência da decisão da Cesp, segundo avaliação feita pelo ONS, é o esvaziamento dos reservatórios das usinas de Paraibuna, Santa Branca e Funil "antes do final da estação seca, caso não ocorram chuvas significativas na bacia nesse período." Um terceiro efeito será redução de cerca de 130 megawatts médios (MW) de geração de energia e 150 MW de potência na geraçãodessas usinas, que tem que reduzir a geração com a menor vazão da água.

Na nota o ONS esclarece que no dia 4 de agosto tinha informado à Agência Nacional de Águas (ANA) e à Cesp que não seria viável atender o pleito da companhia de reduzir a vazão de 40 metros cúbicos por segundo para 10 metros cúbicos por segundo. O ONS explicou que reduziu temporariamente a vazão para 30 metros cúbicos por segundo, enquanto analisava as consequências da medida no sistema. Mas, ao constatar os impactos negativos nos reservatórios e a ameaça ao suprimento de água em várias cidades, o ONS informou que não seria viável fazer tal reduzção solicitada pela Cesp. Ainda assim, no dia seguinte, a companhia paulista comunicou sua decisão unilateral de reduzir a vazão para 10 metros cúbicos por segundo de água, com a geração de 3 megawatts. O ONS elaborou, então, um Relatório de Não conformidade encaminhado que foi encaminhado à Cesp e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Em nota técnica divulgada nesta terça-feira, a Aneel afirmou que está está apurando os fatos relacionados ao não cumprimento das determinações do ONS pela Cesp, mas destacou que cabe à ANA definir e fiscalizar as condições de operação dos reservatórios pelos agentes públicos e privados. "Como o presente caso envolve diferentes usuários de recursos hídricos, compete à ANA definir as condições de operação dos servatórios em questão", diz o texto da agência.

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