Por Henrique Castilhano Vilares*
O atual cenário de crise na economia brasileira tem evidenciado um movimento nas instituições financeiras tradicionais (bancos públicos e privados) de redução de prazos e linhas de financiamento com elevação das taxas de juros, o que influencia diretamente no acesso da população a serviços e produtos financeiros. Com isso, as cooperativas de crédito vêm ganhando relevância no atual contexto socioeconômico do país por demonstrarem o seu potencial na promoção da inclusão financeira e no desenvolvimento das economias locais. Nesses momentos, as cooperativas de crédito ganham mais espaço no mercado e se destacam pelas vantagens oferecidas como atendimento diferenciado, facilidades para acesso ao crédito e taxas reduzidas.
Não é de hoje que as cooperativas se apresentam como alternativa nesses períodos mais críticos da economia. Foi o que aconteceu com a crise de 2008, quando as instituições financeiras cooperativas tiveram crescimento expressivo. Todos os países, principalmente da Europa, onde a cultura do cooperativismo é forte, em momentos críticos, a intensidade é menor, como França, Alemanha, Noruega e Holanda. Isso demonstra que, quando as pessoas estão juntas, é possível atravessar um momento de adversidade de forma mais tranquila.
O cooperativismo vem crescendo num ritmo mais forte em todos os indicadores quando comparado ao conjunto do Sistema Financeiro Nacional (SFN). As cooperativas já ocupam a 6ª posição no ranking das maiores instituições financeiras do Brasil (considerando ativos, depósitos, patrimônio líquido e operações de crédito) e já possui a maior rede de atendimento do país. A perspectiva é de que o segmento influencie ainda mais as economias regionais nos próximos anos devido à estabilidade financeira e juros mais atrativos para os associados.
As cooperativas de crédito, que tiveram sua origem no meio rural, hoje se modernizaram e já disponibilizam o mesmo leque de produtos e serviços oferecidos pelos grandes bancos. Além disso, engana-se quem pensa que cooperativas são instituições com pouca tecnologia bancária. Hoje, os associados/clientes podem realizar consultas e transações financeiras pela internet, dispositivos móveis, TV-Banking e redes sociais. Oferecem, ainda, seguros, consórcio, fundos de investimento, cartão de crédito, previdência e outros diversos serviços financeiros para pessoa física e jurídica.
O modelo societário também tem influenciado no crescimento das cooperativas. Nelas, os associados são donos, por isso os lucros (sobras) são divididos entre seus membros. Quanto mais produtos e serviços são utilizados, maior será o valor da participação. Além disso, o atendimento nas cooperativas é mais humano e personalizado e oferecem a mesma segurança proporcionada pelos bancos, visto que também são fiscalizadas pelo Banco Central e contam com o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), similar ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Ademais, as novas regulamentações editadas pelo Conselho Monetário Nacional este ano estão sendo consideradas um importante avanço para a expansão do segmento, pois garantem mais segurança aos associados e contribuem para a elevação da confiança na solidez das instituições cooperativas. Embora o Sistema Nacional de Cooperativas de Crédito esteja muito maduro e fortalecido, as medidas contribuem para um crescimento seguro das cooperativas e colocam o Brasil em um patamar bastante evoluído quanto aos normativos que regem o segmento. .
No dia 28 de dezembro, foi comemorado o Dia Nacional do Cooperativismo de Crédito. A data reforça o significado do papel das cooperativas no desenvolvimento econômico e a importância das pessoas que compõem todo sistema cooperativo do país.
Atualmente já não temos mais dúvidas que as cooperativas de crédito têm ainda muito espaço para crescer no Brasil com um modelo de negócios que pode contribuir de forma sustentável e eficiente para restabelecimento da economia do Brasil. O Sicoob, maior sistema de cooperativas de crédito do país, está atento à queda da atividade econômica e ansioso para contribuir para sua melhoria. O panorama econômico preocupa, porém, temos convicção que o cooperativismo de crédito está pronto para ajudar na recuperação e crescimento da nação.
*Presidente do Sicoob Confederação
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2016/01/03
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