Tema está entre os assuntos que vão pautar etapa extraordinária do 4º Congresso do partido, que começa amanhã, em Brasília
Enquanto a presidenta Dilma Rousseff troca afagos com setores do tucanato, o PT age para se afastar o máximo possível do PSDB, DEM e PPS. A etapa extraordinária do 4º Congresso Nacional do PT, que acontece entre sexta-feira e domingo em Brasília, deve aprovar uma resolução política que proíbe coligações com os três partidos da oposição nas eleições municipais do ano que vem.
Casos pontuais como, por exemplo, o de Belo Horizonte, onde PT e PSDB fazem parte da coligação que elegeu o prefeito Márcio Lacerda (PSB), serão analisados pelas executivas estaduais do partido.
“Para o governo essa aproximação com o PSDB é boa. Mas tem um limite bem demarcado que é a disputa eleitoral”, disse um dirigente.
O PT também fará um balanço dos primeiros sete meses do governo Dilma. O texto-guia elaborado pelo conjunto da executiva nacional e que deve ser aprovado por consenso, com emendas, destaca a habilidade da presidenta no manejo da economia de forma a debelar os efeitos da crise internacional.
O partido deve aproveitar o desempenho na área econômica como peça eleitoral, demarcando as diferenças entre os governos petista e tucano. A resolução política vai mostrar que, enquanto o País sofria efeitos devastadores a cada crise internacional durante o governo FHC, o “modo petista de governar” implantado por Lula não apenas gerou crescimento econômico e distribuição de renda como reduziu a vulnerabilidade.
A “faxina” feita por Dilma na Esplanada dos Ministérios ganhará uma menção breve com a ressalva de que a presidenta apenas dá continuidade às medidas moralizadoras iniciadas no governo Lula. Segundo dirigentes, nem de longe a “faxina” será o centro dos debates no congresso petista. Os temas centrais dizem respeito ao funcionamento do partido.
Estatuto
Além de fazer um balanço do governo e apontar os rumos para a disputa eleitoral do ano que vem, o evento vai aprovar a reforma do estatuto do PT.
A direção trabalha para evitar ao máximo os atritos e embates. O presidente nacional, Rui Falcão, está coletando as principais propostas de reforma de cada tendência interna da sigla. O objetivo é construir um consenso no maior número de temas possível e tentar negociar as posições discordantes.
Os principais temas são as formas de financiamento do partido, endurecimento das regras de filiação e participação nos processos internos para evitar o inchaço, novas normas para a realização de prévias, aumento do tempo de mandato dos dirigentes de três para quatro anos e das cotas de gênero na direção partidária.
Ricardo Galhardo, iG São Paulo
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