RIO - Os bancários de todo o país rejeitaram a proposta de 7,8% de reajuste apresentada pelos bancos e decidiram entrar em greve a partir da próxima terça-feira, dia 27. A decisão foi anunciada após assembleia realizada na noite desta quinta. Para a categoria, o índice é insuficiente e "não se justifica frente aos lucros recordes dos bancos". A campanha salarial dos bancários é nacional e dela participam funcionários de bancos públicos e privados.
Ainda de acordo com o Comando Nacional dos Bancários, os bancos também não avançaram em relação à participação nos lucros propondo a mesma regra da do ano passado: 90% do salário mais R$ 1.100,80, com teto de R$ 7.181. "Disseram não à reivindicação de um reajuste maior para o piso (o do ano passado foi de 16,3%) e a todas as propostas relacionadas à saúde, fim das metas abusivas de venda de produtos e do assédio moral e segurança bancária, apesar das mortes em saidinhas de banco e sequestros", informa a nota divulgada pela entidade.
Os bancários reivindicam 12,8% de reajuste salarial (reposição da inflação mais 5% de aumento real), participação nos lucros de três salários mais R$ 4.500; piso de R$ 2.297,51 (salário mínimo do Dieese), tíquete-refeição e vale-alimentação de um salário mínimo cada (R$ 545), plano de carreira, cargos e salários e auxílio-educação.
A decisão foi tomada em assembleias realizadas na noite desta quinta-feira pelos sindicatos dos bancários de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Ceará, Alagoas, Rondônia, Acre, Campinas, Juiz de Fora, Dourados e Campina Grande, entre outros, conforme levantamento feito até as 20h50 da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que coordena o Comando Nacional dos Bancários
Uma nova rodada de negociação com a Fenaban ocorre nesta sexta-feira, às 14h, em São Paulo. Na segunda-feira, novas assembleias serão realizadas pelos sindicatos em todo o país para avaliar o resultado da reunião e organizar a greve.
- Esperamos que os bancos apresentem uma proposta decente para os bancários, pois a proposta rejeitada é insuficiente, na medida em que significa apenas 0,37% de aumento real, apesar dos lucros acima de R$ 27,4 bilhões obtidos somente no primeiro semestre deste ano - disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
O Globo
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