Com um discurso na contramão da política tradicional, candidato do Novo seduz setores da classe média e, mesmo alijado dos debates, surpreende na corrida eleitoral
Ary FilgueiraEle praticamente não terá tempo de televisão. Como sua coligação não possui sequer cinco deputados federais, não pode participar dos debates. Por essa razão também, entra muito pouco nos noticiários que cobrem a agenda dos candidatos. Mesmo com todas essas dificuldades, João Amoêdo, presidenciável pelo Novo, começa a chamar a atenção. Mais do que isso. Nas últimas semanas, Amoêdo conseguiu um feito considerável: seduziu setores da classe média, conquistou eleitores cansados da velha política, atraiu a direita que desconfia dos pendores liberais de Jair Bolsonaro (PSL) e ganhou musculatura eleitoral nas pesquisas, superando a faixa de 1%/ 2% dos nanicos. Não significa que chegará lá. Sequer é possível tratá-lo como um candidato competitivo. É cedo para afirmar, mas sua performance impressiona. Em levantamento espontâneo do Instituto FSB Pesquisa, encomendado pelo Banco BTG Pactual, ele aparece como terceiro nome mais citado, com 3% das intenções de voto, à frente de Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB), com 2% cada um. No cenário estimulado e com Lula, Amoêdo figura com 4% das intenções de voto, atrás de Marina Silva (9%), mas encostado, dentro da margem de erro, em Geraldo Alckmin (6%) e Ciro Gomes (5%). No cenário com eleitores mais escolarizados e com poder de renda maior, residentes na região Sul e Sudeste, o empresário chega a alcançar o terceiro lugar, oscilando entre 11% e 13% das preferências, atrás apenas de Lula e Jair Bolsonaro.
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https://istoe.com.br/a-onda-amoedo/
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