NÃO HÁ SALVAÇÃO PARA QUEM VÊ EM
LULA UM SALVADOR DA PÁTRIA
A falácia do homem providencial
transforma em seita o que deveria ser um partido e diviniza qual
Por Augusto Nunes
O que faz tanta gente capaz de
caminhar e chupar sorvete ao mesmo tempo acreditar, anos a fio, que algum ser
humano nasceu para salvar uma nação, um continente ou o mundo? O que deu na
cabeça dos milhões de alemães que se juntaram no rebanho que percorreu,
primeiro com entusiasmo e depois sem queixumes, o caminho da perdição traçado
por um patético Adolf Hitler? O que levou uma imensidão de italianos a enxergar
no bufão Benito Mussolini o restaurador do Império Romano?
A falácia do homem providencial
transforma em seita o que deveria ser um partido, mistura empatia com devoção e
pode promover a salvador da pátria qualquer vigarista bom de bico. Veja-se o
caso de Lula. Ele se tornou muito mais que o líder do PT. É o deus do bando ? e
deuses não pecam, não erram, não se enganam, jamais estacionam em dúvidas.
“Quando Lula fala, o mundo se ilumina”, resumiu a mente escura da professora
Marilena Chauí.
A catarata de bandalheiras
descobertas pela Lava-Jato vai reduzindo a partido nanico o que foi até
recentemente um ajuntamento hegemônico. Mas os xiitas remanescentes ignoram a
diferença entre velório e festa de batizado: esses morrerão venerando a
sumidade incomparável que não existiu. A caravana que, guiada por Lula, andou
zanzando pelo sul é a versão ultrajeca da tropa de imberbes que, enquanto
Hitler apressava o próprio funeral, combatiam nos subúrbios de Berlim.
“O Brasil é muito longe”, dizia
Tom Jobim. O país em que vivem os devotos de Lula, por exemplo, fica perto do
tempo das cavernas.
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