Segundo os especialistas, o vírus está se espalhando muito e de maneira rápida, com consequências devastadoras. Apesar de os sintomas de zika serem de pouca gravidade, há evidências que vinculam a doença ao número excepcionalmente elevado de casos de bebês que nascem com microcefalia, uma má-formação do cérebro. A informação mudou o perfil de risco de zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, de uma leve ameaça a algo de proporções alarmantes.
Atualmente não há vacina ou medicamento para o zika, cujos sintomas são brandos: febre, dor de cabeça e no corpo e manchas avermelhadas. Ainda não há certeza que o vírus cause microcefalia em bebês, mas a existência de uma ligação está clara para os cientistas.
O último alerta deste tipo feito pela OMS ocorreu em agosto de 2014, quando o surto de ebola se expandia em países da África. Desde a reformulação do Regulamento Sanitário Internacional, em 2007, além do ebola, apenas as doenças H1N1, em 2009, e pólio (em 2014) receberam tal status.
Nas Américas do Sul e Central, 24 países já reportaram casos de zika vírus. O Brasil fez um alerta em outubro sobre um número elevado de nascimentos de crianças com microcefalia na região Nordeste.
Os casos de transmissão de zika concentram-se nas Américas, mas estão presentes na África, Ásia e Oceania. O vírus também foi detectado na Europa e nos Estados Unidos, em pessoas que viajaram ao exterior.
Declaração de Emergência Internacional
A declaração da OMS foi feita após reunião de um comitê técnico de emergência, formado por pesquisadores e especialistas de diversos países. O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, participou dos debates por videoconferência.O comitê foi criado depois que os Estados Unidos emitiram alerta para que gestantes não viajassem a países onde circula o vírus e que governos aconselharam mulheres a não engravidar.
Durante sessão do conselho da organização na semana passada, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que a situação do vírus no mundo mudou drasticamente e que o Zika, após ser detectado nas Américas em 2015, se espalha agora de forma explosiva.
Em maio de 2015, o Brasil confirmou seu primeiro caso desse tipo de transmissão, em um paciente da região Nordeste.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), entre 3 milhões e 4 milhões de pessoas poderiam ser contaminadas pelo vírus em 2016 nas Américas. Mas a OMS hesita em chancelar a projeção.
Com mais de 1,5 milhão de contágios desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo zika vírus, seguido pela Colômbia, que anunciou mais de 20 mil casos, 2.000 deles em mulheres grávidas.
Há 270 casos de microcefalia confirmados no Brasil e 3.448 em estudo. No final do ano passado, foi confirmada pelo Ministério da Saúde a relação entre o vírus zika e a microcefalia - caso inédito na pesquisa científica mundial.
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2016/02/01/oms-declara-emergencia-internacional-por-surto-de-zika.htm
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