2015/12/07

Mercado piora previsão e espera queda de 3,5% do PIB em 2015

Para a inflação, expectativa é de mais avanço, fechando o ano em 10,44%.
Previsão para juros subiu em 2016 e estimativa para investimento caiu.

A previsão dos economistas do mercado financeiro é que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2015 em 10,44% e o Produto Interno Bruto (PIB) registre queda de 3,5%. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando houve retração de 4,35%.

PREVISÃO PARA PIB DE 2015
em %
Created with @product.name@ @product.version@-2,44-2,55-2,7-2,8-2,85-2,97-3-3,02-3,05-3,1-3,1-3,15-3,19-3,5em %04/0911/0918/0925/0902/1009/1016/1023/1030/1006/1113/1120/1127/1104/12-3-3,75-3,5-3,25-2,75-2,5-2,2509/10 em %: -2,97
Fonte: BC

Os valores estão acima das estimativas divulgadas na semana anterior pelo boletim Focus, do Banco Central. No último boletim, o mercado previa que o IPCA chegaria a 10,38% no final deste ano e que o PIB recuaria 3,19%.

Para 2016, a expectativa subiu para a inflação oficial, para 6,7%, e para a queda do PIB, -2,31%.

IPCA

Essa foi a décima primeira alta seguida no indicador de inflação. O BC informou, no fim de setembro, que estima um IPCA de 9,5% para este ano. Segundo economistas, a alta do dólar e, principalmente, dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015.

Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Recentemente, o BC admitiu que não conseguirá trazer o IPCA para a meta central de 4,5% no próximo ano. Segundo a autoridade monetária, isso será possível somente em 2017.
ESTIMATIVA PARA INFLAÇÃO
em %, em 12 meses
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Fonte: BC

PIB

Se a previsão se concretizar, será a primeira vez que o país registrará dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem início em 1948.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. No mês passado, a "prévia" do PIB do BC indicou uma contração de 3,38% até setembro.

Na semana passada, o IBGE informou que a economia brasileira registrou retração de 1,7% no segundo trimestre de 2015 em relação aos três meses anteriores, e o país segue em recessão. No segundo trimestre, o PIB teve baixa de 2,1% (dado revisado).

Taxa de juros

Após o Banco Central ter mantido os juros estáveis em 14,25% em novembro, o maior patamar em nove anos, o mercado subiu a estimativa da Selic em 2016 de 14,13% para 14,25% ao ano.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.

Câmbio, balança e investimentos

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 ficou mantida em R$ 3,95 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 4,20.

A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2015 ficou igual ao da última projeção: US$ 15 bilhões de resultado positivo. Para 2016, a previsão de superávit recuou de US$ 31,68 bilhões para US$ 31,44 bilhões.

Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil caiu de US$ 62,8 bilhões para 62,60. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte caiu de US$ 58 bilhões para US$ 57 bilhões.

http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2015/12/mercado-financeiro-preve-queda-de-35-do-pib-em-2015.html

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