Cartola da Lusa teme virada de mesa e aponta ingerência do Flu em acusação
O futuro vice-presidente jurídico da Portuguesa, Orlando Cordeiro de Barros, disse nesta quarta-feira que a acusação de que a equipe utilizou o meio-campista Heverton de maneira irregular na partida contra o Grêmio na última rodada do Brasileirão é basicamente política. O dirigente também apontou envolvimento do Fluminense no caso, que pode rebaixar a Lusa e salvar o Flu da Série B do ano que vem, e admitiu que teme o rebaixamento do clube nos tribunais.
"Por enquanto, esse imbróglio é apenas político. A Portuguesa não foi comunicada (sobre perda de pontos). Fomos comunicados na segunda sobre a questão da suspensão", falou Barros.
O cartola admitiu o temor pela influência do time carioca no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. "Lógico que eu tenho medo, estamos falando de um time do Rio, que já fez isso antes e que mobilizou todos vocês para virem até aqui. Sabemos que eles estão fazendo pressão política para uma punição", disse.
Barros refere-se ao Brasileirão de 1996, quando o Fluminense foi rebaixado em campo, mas conseguiu se manter na primeira divisão por causa de uma manobra jurídica.
"Quem tem interesse sobre isso é o Fluminense e isso não é uma novidade, basta ver a história desse clube. Se acontecer uma virada de mesa, será muito ruim para o futebol brasileiro, abalará a credibilidade do esporte", cutucou o dirigente da Lusa.
Barros eximiu o advogado Osvaldo Sestário de qualquer culpa e não vê erro de nenhuma das partes no caso. "Ninguém errou. Não houve erro. O advogado também não errou", afirmou.
Heverton foi suspenso pelo STJD na sexta-feira por dois jogos após ser expulso contra o Bahia ao término da partida. Ele já havia cumprido um jogo contra a Ponte Preta, mas entrou em campo no domingo contra o Grêmio, aos 32min do segundo tempo. Em função disso, a equipe pode perder quatro pontos, entrando na zona de rebaixamento e salvando o Fluminense da Série B .
Procurado pelo UOL Esporte, o presidente eleito da Portuguesa, Ilidio Lico, disse ainda estar tomando conhecimento da situação, afirmou que o clube não cometeria um erro desses e cutucou o Fluminense. O advogado Osvaldo Sestário, que representa o clube no STJD e atuou no caso, trabalha por indicação da CBF para clubes de menor expressão.
"Eu estava no Rio a tarde inteira com o José Maria Marin e com o Marco Polo Del Nero. Quando cheguei em São Paulo comecei a receber telefonemas. Estou tomando pé da situação, mas tenho confiança no departamento de futebol profissional. A gente não precisava de nada no jogo, já estávamos salvos, e o Heverton não era um jogador tão importante para o time neste momento", disse.
"Ninguém faria uma besteira dessa. Tenho certeza que estávamos bem amparados. Isso é coisa do Fluminense, que é um time que saiu pela porta dos fundos e quer voltar no tapetão. Futebol não é assim, tem que ganhar em campo. Você acha que, se a gente tivesse sido notificado, escalaria um jogador reserva em um jogo que não vale nada?", completou Ilidio Lico.
Já o o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, confirmou o caso, mas disse que o órgão só irá elaborar uma denúncia na quarta-feira.
"Soubemos hoje [terça], através de um telefonema da CBF, que existe essa irregularidade. Já estamos analisando e, amanhã [quarta], iremos elaborar uma denúncia. Se confirmado o erro, a Portuguesa pode sim perder estes pontos. Vamos analisar o caso", explicou o procurador.
Principal interessado no caso, o Fluminense, que pode ser beneficiado e evitar o rebaixamento, disse que não iria falar sobre o assunto por enquanto.
Procurado pela reportagem para comentar a notificação citada pelo STJD, o diretor de registros da CBF, Luiz Gustavo Vieira, disse desconhecer o assunto.
UOL
c/ed.
2013/12/11
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário