2019/07/31

Deputado Hugo Leal em Campos, recebido pelo Vereador Igor Pereira

O Deputado Federal Hugo Leal (PSDD-RJ) esteve em Campos dos Goytacazes, onde realizou visitas e contatos na área de saúde, acompanhado do Vereador Igor Pereira.
Confira:

 
 

Copom reduz taxa básica de juros de 6,5% para 6% ao ano, menor percentual dos últimos 33 anos

Redução já era esperada por analistas do mercado financeiro. Taxa Selic estava em 6,5% ao ano desde março de 2018, portanto, há 16 meses.

Por Yvna Sousa, TV Globo — Brasília
 
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (31) reduzir de 6,5% ao ano para 6% ao ano a taxa básica de juros da economia, a taxa Selic.
 
Com a decisão, a taxa caiu para o menor patamar desde o início do regime de metas de inflação, em 1999.
A medida já era esperada por analistas do mercado financeiro, embora uma parte previa a queda para 6,25% ao ano.
A Selic estava em 6,5% desde março de 2018, portanto, há 16 meses. Na ocasião, a taxa chegou a esse percentual depois de 12 cortes seguidos. Entre julho de 2015 e agosto de 2016, a taxa se manteve em 14,25% ao ano.
Em comunicado, o Copom informou que, desde a última reunião, em junho, houve a consolidação de um "cenário benigno", permitindo o corte de 0,5 ponto percentual.
O comitê sinalizou que há espaço para novos cortes, ao afirmar que o novo cenário "deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo". No entanto, não sinalizou exatamente quando isto será feito.
"O Copom enfatiza que a comunicação dessa avaliação não restringe sua próxima decisão e reitera que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", diz o texto.
 
Taxa Selic
considerando as datas de reunião do Copom
Fonte: BC
 

Melhora no cenário


Na avaliação do Banco Central, houve melhora nos cenários interno e externo, com os indicadores de inflação em "níveis confortáveis".
"Indicadores recentes da atividade econômica sugerem possibilidade de retomada do processo de recuperação da economia brasileira. O cenário do Copom supõe que essa retomada ocorrerá em ritmo gradual. O cenário externo mostra-se benigno, em decorrência das mudanças de política monetária nas principais economias", afirmou o Banco Central.
Embora avalie que houve redução dos riscos para aumento da inflação, o Banco Central aponta que o principal problema seria uma "eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira".
A PEC da Previdência foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados entre a última reunião do Copom e a desta quarta-feira.
"O Copom reconhece que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que a continuidade desse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes. Em particular, o Comitê julga que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva", diz o texto.

Selic e meta de inflação


A cada 45 dias, o Copom se reúne para calibrar o patamar da taxa Selic buscando o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2019, a meta central de inflação é de 4,25%. O sistema prevê uma margem de tolerância, para mais ou para menos. Por isso, a meta será considerada formalmente cumprida pelo Banco Central caso fique entre 2,75% e 5,75%.
Para 2020, a o objetivo central é uma inflação de 4% – com oscilação autorizada entre 2,5% e 5,5%.
Quando a inflação está alta ou indica que vai ficar acima da meta, o Copom eleva a Selic. Dessa forma, os juros cobrados pelos bancos tendem a subir, encarecendo o crédito (financiamentos, empréstimos, cartão de crédito), freando o consumo e reduzindo o dinheiro em circulação na economia. Com isso, a inflação cai.
Se as estimativas para a inflação estão em linha com a meta, como ocorre no cenário atual, é possível reduzir os juros. Isso permite maior endividamento das famílias e empresas e estimula a produção e o consumo. Essa decisão também precisa ser ajustada de forma a evitar o descontrole dos preços.

Impacto em aplicações financeiras


A redução da taxa de juros afeta diretamente aplicações financeiras, como caderneta de poupança e investimentos em renda fixa.
No caso da poupança, por exemplo, a regra atual prevê que os rendimentos devem estar atrelados à Selic quando a taxa estiver abaixo de 8,5% ao ano (caso atual).
Nesse cenário, a correção anual da caderneta fica limitada a 70% da Selic mais Taxa Referencial, calculada pelo Banco Central.
Com isso, com a Selic a 6% ao ano, o rendimento da poupança será de 4,2% ao ano mais Taxa Referencial.
 

2019/07/29

Plano Guedes: o pacote de medidas do ministro para destravar a economia

 
VOAR DE VERDADE - Guedes: o ministro rege uma série de mudanças que provocarão impactos pelas próximas décadas (Daniel Marenco/Agência O Globo)


Para além da Nova Previdência e do FGTS, governo vai lançar mudanças estruturais para tirar o Brasil do atraso

Economia

Por Machado da Costa, Victor Irajá, Thiago Bronzatto jul 2019, 06h50
26 jul 2019, 09h16 - 
Não, não foram poucos os brasileiros que, naquele histórico 17 de abril de 2016 — data em que o plenário da Câmara aprovou o impeachment da presidente Dilma Rous­seff —, imaginaram estar vivendo o fim de um pesadelo coletivo. A partir dali, supunham, o país reencontraria o norte da prosperidade econômica. No entanto, mais de três anos depois, o Brasil ainda está longe de concretizar o sonho do crescimento. Os números são pífios. E o desemprego se encontra nos patamares mais altos desde o fim da década de 90. Entre estudiosos, é consenso que, apesar da bonança dos anos 2000, nenhum presidente conseguiu tirar o país da armadilha da renda média — mal que acomete as nações que batem em um teto de desenvolvimento e não são capazes de dar o salto para se tornar ricas. VEJA ouviu o parecer de economistas de relevo sobre o cenário nacional (leia a opinião de alguns nos destaques). Para tirar o país do atoleiro, Jair Bolsonaro confia que poderá mudar tal quadro por meio de um auxiliar a quem concedeu status de superministro: Paulo Guedes, o titular da pasta da Economia. Após sete meses de um esforço quase exclusivo em defesa da reforma da Previdência, aprovada em primeiro turno pelos deputados federais, Guedes promete anunciar nas próximas semanas a conclusão de uma série de medidas — detalhadas nesta reportagem — que, somadas, vão destravar cerca de 4 trilhões de reais em uma década e podem dobrar o PIB per capita brasileiro nos próximos dez anos. Na falta de um nome oficial, o arsenal do ministro vem sendo chamado de “Plano Guedes”.
 
A ambição é deixar para trás, de uma vez por todas, os voos de galinha da economia nacional, levando-a a alcançar velocidade de cruzeiro. Tudo isso sem injeção de recursos, afinal as contas públicas apresentam déficit há quatro anos. E sem perda de tempo — logo após a aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência na Câmara, em 12 de julho, Paulo Guedes convocou seus nove secretários especiais para discutir os próximos passos. O entendimento foi o de que a prioridade é criar um bom ambiente de negócios para estimular a retomada dos investimentos. A ideia encontra eco em personagens que já estiveram nos sapatos do time de Guedes. “As pessoas começam a achar que só pelo fato de aprovarmos a reforma da Previdência retomaremos o crescimento”, afirma Raul Velloso, que participou da equipe econômica do governo de José Sarney. “A Nova Previdência virou o grande assunto do país, porém demora a trazer retorno, e é preciso estimular os investimentos privados”, conclui. De fato, a agenda do ministro Guedes no primeiro semestre mostra que ele gastou boa parte do expediente no chamado corpo a corpo com parlamentares e governadores para defender as alterações nas regras da aposentadoria. Mas a chave virou. O ministério trabalha agora com afinco na construção de medidas de curto, médio e longo prazo para despertar o “espírito animal” na sociedade — termo cunhado pelo economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) para descrever o ímpeto empreendedor dos empresários.
 
As primeiras ações já estão aparecendo. Na quarta-feira 24, o governo liberou saques de até 500 reais nas contas ativas e inativas do FGTS e do PIS/Pasep. O time de Guedes, em conjunto com diretores e servidores da Caixa e do Banco do Brasil, emendou sete dias e varou madrugadas de trabalho para pôr de pé a medida, que trará uma injeção de 42 bilhões de reais à economia até o fim de 2020. Em outra frente, o ministro avisou que serão disponibilizados, até o fim deste ano, 120 bilhões de reais em depósitos compulsórios — dinheiro que os bancos precisam deixar reservado por determinação do Banco Central. Também é dada como certa pelo governo uma queda de 1 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic) do BC até dezembro, o que vai arrefecer em 40 bilhões de reais os gastos públicos com o pagamento de juros da dívida. As três medidas produzem um impacto direto sobre o mercado de crédito sem lançar mão dos subsídios praticados no passado, que fatalmente cobram a conta. Apesar de parecer óbvio que, com um endividamento de 62% das famílias brasileiras, segundo a Confederação Nacional do Comércio, grande parte dos recursos do FGTS será usada para o pagamento de dívidas, o perfil financeiro do brasileiro tende a apresentar uma melhora e, com isso, ele voltará a consumir. As ações, que colocarão dinheiro no bolso do povo, dos bancos e do próprio governo, somam aproximadamente 220 bilhões de reais — uma faísca claramente insuficiente para acender uma economia de 6,8 trilhões de reais. “Essa ideia de liberação do FGTS é uma bala só, não resolve nada. É necessário um pacote de medidas que levem ao aquecimento da produtividade da economia”, alerta a economista Elena Landau, responsável pelo programa de privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso. “Ainda faltam ações diretas para estimular o investimento”, reforça Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda no governo Dilma. Guedes sabe disso. Ele mesmo, no passado, se posicionava contra a medida por entender que se trata de um paliativo que não soluciona a questão estrutural do baixo crescimento. Sentado na cadeira de ministro, contudo, entendeu que alguma atitude emergencial era necessária.

Guedes cedeu, todavia segue em seu plano firme de deitar as bases estruturantes de um ambiente de negócios mais livre e próspero. As ações que se desenvolverão ao longo deste ano e do próximo passaram a ser tratadas como prioridade. Já foi anunciado o Novo Mercado do Gás, para quebrar o monopólio da Petrobras no setor, o que deve baratear o custo da energia. Na próxima semana, serão revistas as resoluções normativas que regem as regras de segurança e saúde no trabalho — uma das pautas prioritárias da indústria para baratear a produção. Para facilitar a vida do empresário, já caminham no Congresso a Medida Provisória da Liberdade Econômica e uma proposta de reforma tributária que promete impulsionar a economia em 0,5% ao ano e ainda será alvo de adendos do governo (leia mais). No Executivo, andam a passos largos os trabalhos de digitalização e automatização do serviço público, que prometem cortar custos enquanto aumentam a produtividade do Estado.
 
Entre as medidas de médio prazo, que poderão ser sentidas ainda no próprio governo de Jair Bolsonaro — principalmente no caso de ele se reeleger em 2022 —, faltam avançar as colossais privatizações e novas negociações de acordos comerciais. Na terça 23, numa sinalização positiva para o ambiente de negócios, foi fechada a venda, por 9,6 bilhões de reais, de 30% da BR Distribuidora pela Petrobras — que assim perdeu o controle acionário. O valor é menos de 1% do total de dinheiro privado que a administração Bolsonaro quer angariar com a venda de empresas, bens e concessões públicas. Um estudo elaborado pelo Bank of America e entregue ao Executivo brasileiro revela o mapa das oportunidades de negócios nas privatizações. Segundo o banco, o Estado tem um total de participações de difícil venda no valor de 734,3 bilhões de reais e de participações mais fáceis de ser vendidas no montante de 389,7 bilhões de reais. Nessa frente, o governo espera levantar até 100 bilhões de reais ainda neste ano — a prioridade é a venda dos Correios, Eletrobras, Serpro, Dataprev e Casa da Moeda. Até 2022, mais de 390 bilhões em vendas de estatais estão previstos. Além da venda de ativos, concessões de serviços como ferrovias, estradas e aeroportos devem trazer mais 115 bilhões ao caixa do governo. Somando-se a esses valores os desinvestimentos do BNDES (que tem participação em empresas como Vale, JBS e Bombril), a devolução de recursos por bancos públicos e a venda de imóveis da União, um total de 990 bilhões de reais — quase a economia inteira do Chile — faz brilhar os olhos de Paulo Guedes. A ideia é despejar a maior parte desse dinheiro na dívida do país.
 
De acordo com o economista Alexandre Schwartsman, todas essas providências não serão suficientes para destravar a economia em 2019, entretanto são capazes de afastar o risco de uma explosão nas contas públicas. “Este ano está perdido, mas começamos a dar passos importantes com as reformas, o que atrasa, por enquanto, o risco de uma crise fiscal”, explica.
 
A abertura comercial, uma promessa de campanha de Bolsonaro, também segue a toda. Depois de liderar as tratativas pela assinatura do acordo que extingue tarifas comerciais nas transações entre a União Europeia e o Mercosul, a equipe econômica mira agora a maior potência do planeta. Na semana que vem, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, virá ao Brasil para discutir a criação de um ambiente livre de tarifas entre o bloco sul-americano e o país de Trump. O governo brasileiro espera concluir as negociações a partir de novembro, depois da eleição argentina. “Será um acordo interessante para o produtor porque ele terá acesso às tecnologias americanas e poderá também ampliar suas exportações”, destaca o secretário de Comércio Exterior, Marcos Troyjo.
 
Um ponto crucial no Plano Guedes é a redução das taxas bancárias. Desde a saída de Dilma, a Selic caiu de 14,25% para 6,5% ao ano — o menor índice da história. As taxas cobradas ao consumidor, contudo, não seguiram o mesmo ritmo. Os juros do cartão de crédito, por exemplo, fecharam 2016 em 484% ao ano e estão, agora, em 300%. Além da pouca concorrência, a falta de fundamentos mais sólidos para a atividade bancária impede uma queda mais rápida dos juros impostos aos correntistas. São dois os fatores que merecem ser atacados com agilidade, na visão de Gustavo Loyola, ex-presidente do BC. O primeiro é a revisão de legislação que rege as garantias bancárias. E o segundo é o fortalecimento do mercado de renda fixa. Afora isso, os operadores do mercado financeiro precisam confiar que a Selic ficará em patamares baixos por um período maior. “Numa situação de aperto do mercado consumidor, desemprego e máquinas ociosas, podem-se manter os juros baixos por tempo prolongado. A Selic poderia cair até 5% neste ano”, acredita ele. Apesar de não ter gestão sobre o Banco Central, Guedes acompanha de perto a agenda que está sendo tocada pela autoridade monetária. Junto de Roberto Campos Neto, presidente do BC, o governo estuda anunciar dezessete medidas de impacto nos próximos três meses. “A retomada da economia passa pelo fortalecimento do mercado de capitais, por isso, em conjunto com o Banco Central e outros órgãos, estamos para concluir essa agenda”, diz Waldery Rodrigues, secretário de Fazenda. O governo quer dar mais transparência, melhores condições de preços no mercado e educação para que as pessoas saibam como alocar os recursos. Em um cenário global de quedas acentuadas dos juros, o momento é ideal para encampar a bandeira no país.
 
Todas as medidas do BC, que podem adicionar 1,2% ao crescimento do PIB em quatro anos, visam a uma reformulação do sistema financeiro a longo prazo, assim como duas ações que o Ministério da Economia vai protagonizar a partir de 2020. Está sendo gestada na Secretaria de Fazenda a PEC do Pacto Federativo, para redistribuir o controle de recursos que hoje ficam nas mãos da União. Guedes tem a convicção de que estados e municípios são mais eficientes em alocar recursos em políticas regionais que os órgãos em Brasília. Por último, a reforma administrativa, embrionária, promete abrir caminho para a revisão dos planos de carreira de servidores públicos e para o fim da estabilidade. Evidentemente, essas medidas precisam passar pelo Congresso, mas as lideranças das duas Casas (em especial o presidente da Câmara, Rodrigo Maia) já deram sinais de que abraçam as causas a favor dos brasileiros. “É muito bom escutar do próprio Parlamento que há um interesse mútuo para avançar na questão da reforma administrativa”, observa Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional.
 
Se Guedes conseguir uma performance perfeita e conquistar vitórias com essa série de propostas, de fato o país poderá se livrar do peso do Estado na economia. A dificuldade será o ministro desvencilhar-se dos grupos de interesse e das falas desastradas de Jair Bolsonaro, como bem resume o economista Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real: “O ambiente político horrível em que vivemos desde o impeachment traz enorme indefinição e incerteza. Enquanto persistir esse clima, ninguém vai investir”. O Plano Guedes pode mudar isso. Se o fizer, o “Posto Ipiranga”, como o ministro foi apelidado por Bolsonaro logo no início da campanha, terá ajudado a promover uma, por assim dizer, segunda independência do Brasil — e, desta vez, calcada em um desenvolvimento sustentado.
 
Publicado em VEJA de 31 de julho de 2019, edição nº 2645
 
 


 









 
 







 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

2019/07/27

Sigam o dinheiro

POR MERVAL PEREIRA
O Globo
27/07/2019 04:30

A investigação sobre os hackeamentos dos celulares de centenas de autoridades brasileiras parece estar chegando a uma solução, embora a Polícia Federal não creia que Walter Delgatti Neto tenha entregue o material resultante da invasão ao site Intercept Brasil apenas por "amor à causa", pois não tem nenhuma, aparentemente.

Tudo indica que sua linha de defesa é transformar-se da noite para o dia em um whistleblower, um denunciante de irregularidades que alerta a sociedade com a divulgação de documentos sigilosos.
Como Edward Snowden, que revelou documentos sobre o sistema de vigilância global dos Estados Unidos, que incluiu a então presidente Dilma Rousseff. Ou Chelsea Manning, que divulgou, através do Wikileaks, documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão. Assim como diversos outros casos.

O caso Watergate é um dos mais famosos. O informante dos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, do Washington Post, era conhecido como Deep Throat. Uma fonte realmente anônima para o grande público, que orientava as investigações jornalísticas, mas não dava documentos. Só pistas quentes.

A revelação da sua identidade só veio quase 30 anos depois dos fatos, que levaram à renúncia de Nixon em 1974. E, por decisão do próprio informante, Mark Felt, na época dos acontecimentos vice-diretor da CIA. Só depois que o Deep Throat se revelou é que Woodward e Bernstein revelaram mais detalhes dos acontecimentos.

O chamado Caso Watergate ficou célebre como jornalismo investigativo, e virou livro e filme, dirigido por J Pakula, com Robert Redford e Dustin Hoffman nos papéis dos repórteres. Foi no filme que surgiu a frase que se tornou famosa: "Sigam o dinheiro", nunca dita por Felt, mas criada pelo diretor.

Passou a ser o símbolo das investigações de crimes, especialmente os de corrupção política. Chegamos agora a esse ponto de seguir o dinheiro. Ao revelar que Manuela d'Ávila, a ex-candidata a vice do petista Fernando Haddad na eleição de 2018, foi a intermediária entre ele e o editor do The Intercept Brasil Glenn Greenwald, o hacker Walter Delgatti colocou-a na chamada sinuca de bico.
Ter intermediado a entrega do produto de um crime para um jornalista pode implicar cumplicidade, na visão de alguns. Há, porém, quem considere que a ex-deputada apenas agiu como uma pessoa que informa a um jornalista sobre um fato de que teve conhecimento.

O problema muda de figura no caso de ter havido um pagamento nessa cadeia de informantes. Não parece provável que um estelionatário seja movido apenas por "fazer justiça, trazendo a verdade para o povo", conforme depoimento de Glenn Greenwald sobre seus contatos com o hacker, que ele continua sem confirmar ser o preso na operação Spoofing.

Se o grupo atuou sob encomenda de alguém, quem contratou é cúmplice, co-autor do crime. Se o Intercept Brasil não participou do pagamento, ou, sabendo dele, mesmo assim publicou o material, também não pode ser considerado cúmplice. Apenas terá a sanção moral pelo ato.
Se Manuela d'Ávila participou da negociação para a compra do material, poderá ser acusada de cumplicidade. E, se um partido político foi o negociador da compra, será possível enquadrá-lo criminalmente, mas duvidoso o resultado.

Um caso assim aconteceu durante a campanha presidencial de 2006, quando um grupo de petistas foi flagrado comprando, em dólar, um dossiê que supostamente implicaria o candidato tucano José Serra em falcatruas no ministério da Saúde.

Serra acabou vencendo a eleição para governador, derrotando Aluizio Mercadante, e Lula, com o peso do mensalão recentemente descoberto, acabou indo para o segundo turno contra Alckmin, a quem derrotou com facilidade. Nenhum petista graúdo foi punido.

No caso presente, se Walter Delgatti insistir nessa versão fantasiosa, a Polícia Federal poderá usar seu Telegram para confronta-lo com as conversas que teve com Manuela d'Ávila e Glenn Greenwald.

https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/sigam-o-dinheiro.html

2019/07/26

Hacker diz que Manuela D'Ávila intermediou contato com Glenn Greenwald; ex-deputada confirma

Em depoimento à PF, Walter Delgatti disse que pediu a Manuela o contato de Glenn e que, posteriormente, recebeu mensagem do jornalista do Intercept. Em nota, Manuela confirma que conversou com uma pessoa que invadiu seu celular e que repassou ao invasor o contato de Greenwald.

Por G1
 
 

2019/07/25

Hacker diz à PF que deu a site acesso a conversas de Moro e autoridades

Estadão Conteúdo

2019/07/24

Governo anuncia liberação de saques do FGTS e fundo PIS-Pasep; ENTENDA

Por G1
 
 




















































































































































    • 2019/07/23

      Prévia da inflação fica em 0,09% em julho, diz IBGE

      No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,42% e, em 12 meses, de 3,27%, resultado abaixo dos 3,84% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2018, a taxa havia sido de 0,64%.

      Por G1
       
       
       

      2019/07/22

      McCain construirá primeira fábrica de batata pré-frita no Brasil

      Por Cibelle Bouças | Valor

      SÃO PAULO - A canadense McCain, fabricante de batatas pré-fritas congeladas, anunciou a construção de sua primeira fábrica de batatas fritas no Brasil, com investimento de US$ 100 milhões. A unidade será instalada em Araxá (MG).
       
       
      A expectativa da empresa é gerar 150 empregos diretos, mais 450 indiretos relacionados à fábrica e 750 à agricultura.

      A nova fábrica será inaugurada no primeiro semestre de 2021 e, de acordo com a companhia, somada à unidade fabril de Balcarce, na Argentina, vai impulsionar os planos de crescimento da empresa no país.
       
      Em maio, a McCain comprou 70% das ações da Sérya, empresa brasileira do mesmo segmento e que também tem fábrica em Araxá, com capacidade para produzir 12 mil toneladas de batata pré-frita por ano.
       
      Em março do ano passado, a McCain adquiriu 49% da Forno de Minas -- que detém os outros 30% das ações da Sérya.
       
       





      2019/07/18

      É #FAKE que a reforma da Previdência acaba com seguro-desemprego, PIS e licença remunerada

      Em áudio que circula no WhatsApp, homem diz que esses direitos acabaram após a aprovação da proposta. Secretaria da Previdência desmente afirmações ponto a ponto. Veja

      Por G1 e O Globo
       
       
       

      2019/07/17

      Febre de aplicativo que envelhece rostos faz usuários ignorarem riscos

      Termos de uso e acordo de privacidade do FaceApp usam trechos copiados e empresa apresenta 'endereço virtual'.

       
      Por Altieres Rohr
      É fundador de um site especializado na defesa contra ataques cibernéticos
       

      Se uma empresa apresentasse três endereços diferentes – um na Rússia, outro nos Estados Unidos e um terceiro no Panamá – e tentasse prestar algum serviço para você usando um contrato do tipo "receita de bolo de internet", você pensaria duas vezes em realizar alguma atividade com essa empresa?
      Pelo menos 100 milhões de pessoas que baixaram o "FaceApp", o aplicativo que envelhece o rosto e que virou febre até entre os famosos, decidiram aceitar esse risco.
      Não existe qualquer suspeita de que o "FaceApp" represente algum risco para quem o utilizou. Mas a velocidade com que um pequeno aplicativo desconhecido e engraçado conquista milhões de downloads acaba deixando nosso bom senso em segundo lugar. Pior do que correr um risco, é correr o risco sem ter ciência de que ele existe.
      E é assim, querendo participar da brincadeira, que muita gente deixa de fazer perguntas simples, como "de onde veio isso?"
      No caso do FaceApp, ele foi desenvolvido por uma empresa russa chamada Wireless Lab. Mas você não saberia disso olhando a listagem do aplicativo no Google Play: lá, ele alega ser produto da "FaceApp, Inc", uma empresa norte-americana sediada no estado de Delaware.
      Esse local em Delaware pertence a um "escritório virtual" – um endereço que empresas podem comprar para receber correspondências e ter direito a um atendente telefônico em local geográfico privilegiado. Fica a dúvida, portanto, se realmente existe algum funcionário da criadora do aplicativo por lá.
      Todos os sites na web têm informação de registro, incluindo endereço, e-mail e, às vezes, telefone. O site "faceapp.com" está registrado para um endereço no Panamá de um serviço destinado a ocultar as informações verídicas nesse registro obrigatório.
      Isso significa que é um endereço declaradamente "falso", um "testa de ferro". Esse é um serviço válido para pessoas físicas e pequenos negócios locais – assim como você talvez não queira constar no telefone 102 ou em listas telefônicas -, mas é um pouco suspeito para empresas que querem credibilidade na internet.
      O terceiro endereço fica na Rússia, na cidade de São Petersburgo, e aparece nos "termos de uso" do serviço. O nome "Wireless Lab" também surge nesse documento, bem como na App Store, da Apple. Esse é o endereço informado para questões judiciais e, portanto, o que tem mais chances de ser o verdadeiro.
      Porém, esse contrato de termos – assim como o "acordo de privacidade", que explica quais informações o aplicativo coleta e como elas são utilizadas – não foram escritos especificamente para o FaceApp. Praticamente todos os trechos são cópia de outros contratos existentes na internet.
      Ou seja, os criadores do aplicativo podem ter adaptado uma "receita" ou usado algum "gerador de contrato". A veracidade de um texto assim é bastante questionável, mas também pode ser uma medida para uma pequena empresa cortar custos.
      Embora esses pontos sejam suspeitos, nada disso teve o intuito de enganar os usuários, mas sim de proteger a empresa. Ao menos, é que tudo indica.
      O smartphone é hoje nosso santuário digital: tem nossas fotos, e-mails, senhas, até o token do acesso ao banco. No mesmo aparelho, instalamos jogos e brincadeiras, como o FaceApp. Essa mistura é perigosa, porque essas atividades têm um apelo muito forte e são um dos atrativos preferidos dos golpistas, porque a diversão e o humor sempre nos convidam a baixar a guarda.
      É graças à ação do Google e da Apple, que filtram os aplicativos presentes em suas lojas (a Play Store e a App Store, respectivamente), que podemos instalar esses aplicativos com alguma garantia de segurança. Mas a chance de algo ruim passar por esses filtros sempre existe (como o Google, em especial, tem demonstrado centenas de vezes só em 2019).
      Felizmente, ao menos, o pior foi evitado. Ao que tudo indica, trata-se apenas de uma empresa na Rússia desenvolvendo um aplicativo que por acaso virou febre e fez muita gente se divertir coletando mais ou menos as mesmas informações que todos os outros aplicativos patrocinados por publicidade. Na Play Store, o FaceApp foi inclusive reconhecido com a marca de "escolha do editor".
      Isto dito, não é possível saber o que essa empresa vai fazer com as fotos e dados obtidos do Facebook de quem realizou a vinculação com o perfil depois que a moda passar – e, por isso, a recomendação é desvincular o perfil após o uso. Isso pode ser feito na área de Aplicativos e sites do Facebook.
      Ainda que o risco seja baixo, uma coisa eu garanto: se minha foto envelhecida aparecer por aí, quem passou ela no filtro do aplicativo não fui eu.