No ano, o IPCA acumula alta de 2,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,22%, ainda abaixo da meta de 4,25% definida para 2019
Por Ligia Tuon
São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo IPCA, que mede a inflação oficial no país, ficou em 0,19% em julho, segundo divulgação feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, havia ficado em 0,01%.
A taxa é a menor para um mês de julho desde 2014, apesar de ter sido pressionada pela alta de 4,48% na conta de luz. O IBGE destaca que o impacto foi sentido pela mudança na bandeira tarifária, de verde para amarela, e pelo reajuste da tarifa em São Paulo, que tem um peso grande no índice.
Se não fosse a energia elétrica, segundo o instituto, o IPCA de julho teria ficado muito próximo da estabilidade, já que os preços de grupos importantes como alimentação, transportes e saúde e cuidados pessoais ficaram estáveis ou caíram no período.
No caso do grupo Alimentação e bebidas, que representa cerca de um quarto das despesas das famílias, houve variação de 0,01% em julho, ficando quase estável de um mês para o outro.
“Houve uma forte pressão da energia elétrica agora e isso já está virando um padrão, algo sazonal. Escolas em fevereiro e energia no meio do ano”, destacou o economista do IBGE Fernando Gonçalves.
Outro grupo importante para o bolso do brasileiro, o Transportes, veio com queda de 0,17% de junho para julho. A redução foi impactada por uma queda de 2,79% no preço dos combustíveis, com destaque para a gasolina (-2,80%).
No ano, o IPCA acumula alta de 2,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,22%, se mantendo abaixo da meta de 4,25% definida para 2019.
Os economistas do mercado ouvidos pelo Boletim Focus, do Banco Central, esperam que o índice oficial de preços registre uma alta de 3,80% em 2019. A projeção para 2020 é de 3,90%.
“Há de se lembrar que o poder de compra das pessoas continua apertado e comprometido. O endividamento segue alto e a inserção no mercado de trabalho não estimula muito o consumo”, afirma Gonçalves.
Na semana passada, o Banco Central decidiu cortar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,50 ponto percentual, para a nova mínima histórica de 6% ao ano. Foi o primeiro corte depois de 16 meses.
O caminho para a redução dos juros foi pavimentado por uma mistura de fatores: fraqueza persistente nos dados de atividade econômica, inflação controlada e reforma da Previdência avançando no Congresso.
O processo de afrouxamento monetário deve seguir adiante, segundo sinalizou a instituição em meio à fraqueza econômica.
c/ed.
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