A nova infância da comunicação
Uma das áreas em que os
mecanismos práticos vêm ao longo dos tempos se destacando pela velocidade de
surgimento, e modernização, é a Comunicação Social. Se fizermos uma pequena análise
sobre a linha histórica de criação de novos meios e, consequentemente, tipos de
mensagens, poderemos observar simultaneamente indicadores crescentes, mas
decrescentes em relação ao espaço de tempo em que são lançados à sociedade.
Mais possibilidades, com cada vez menos tempo para absorção e adaptação à
usabilidade e linguagens.
Novos e perigosos brinquedos.
Agora, ao lado de pontuais irresponsabilidades cometidas por meios de
comunicação de massa, e aqui não falo de dolo, temos a insofismável realidade
em que a informação nos envolve como um todo, não só por intermédio da web, mas
pelas mais do que conhecidas redes de relacionamento social. O caso da Escola
Base de São Paulo, cujos donos foram carimbados como pedófilos sem provas,
embora ocorrido há mais de 20 anos, ainda martela a cabeça dos jornalistas
quando o assunto checagem é abordado. Foi icônico. Mas hoje o que temos é a
galhofa e a leviandade servidos de bandeja por inescrupulosos, serviçais pagos
ou simplesmente incautos, para sermos brandos nos termos, incapazes de
compreender os reflexos de suas ações. O poder de ser irresponsável está ao
alcance de todos, a um simples toque. Há fakes
praticamente capazes de tudo.
Inicialmente conhecidas como hoaxes, informações falsas disseminadas
na internet se intensificaram com o aumento da utilização de mídias sociais e
aplicativos de celular. São situações em que boatos são tidos como realidade,
sem “necessitarem” de comprovação. Uma bomba relógio de curto espaço, cujos
efeitos podem causar danos morais e materiais devastadores. Como uma legislação
específica para o ambiente cibernético ainda engatinha em termos de formatação,
os apontados crimes cometidos são por analogia levados para o Código Penal
brasileiro, mas há dificuldades de caracterização.
Grandes empresas, muito
recentemente, têm veiculado institucionais em redes de televisão desmentindo
versões espalhadas na internet sobre os mais diferentes problemas com produtos
diversos. Neste sentido, “É ou não é?”, uma seção de fact-checking (checagem de fatos), chegou a ser criada pelo G1 com
o objetivo de atestar a veracidade de notícias e informações espalhadas pelas
redes sociais e pela web. As pessoas físicas, por sua vez, são ainda mais
penalizadas, por não terem a força de expressão necessária para a contestação.
O assunto é complexo e suscita
novas e mais aprofundadas discussões, mas espera-se que a sociedade, ao menos,
alcance mais rapidamente a adolescência e, por fim, a maturidade para se
utilizar de recursos tão preciosos.
Luciano Aquino Azevedo
Jornalista/Advogado
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